segunda-feira, setembro 30, 2013

O passe pode ser ministrado a distância, sem auxílio das mãos?

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI




Em face da resposta que aqui foi dada à pergunta da leitora Niedja Krislady, a respeito da melhor maneira de se aplicar o passe magnético(1), recebemos da leitora Beatriz Indrusiak, de Porto Alegre-RS, a seguinte carta:

Boa noite, Sr. Editor.
Meu nome é Beatriz. Li a resposta dada à leitora Niedja Krislady a respeito de como melhor aplicar o passe.
Gostaria de lhe perguntar mais algumas coisas que me deixam dúvidas:
1) Se a ação fluídica é mista (desencarnado/encarnado) para a aplicação do passe, e este fluido é direcionado pelo Espírito desencarnado conhecedor da tarefa, obviamente que este usa a ação do pensamento para dirigir o fluido, considerando que está desencarnado. Então se cabe só ao médium encarnado a doação de seu magnetismo, e este é dirigido pelo pensamento do Espírito desencarnado em direção ao paciente necessitado, por que há necessidade da imposição das mãos? Afinal, a imposição das mãos também não seria uma bengala psicológica para "se ter certeza" de que o médium está ministrando o passe?
2) Uma vez que entendemos que não há necessidade das mãos (inclusive Jesus curou com as mãos, mas também curou com sua saliva, com sua voz, com o toque dos doentes em suas vestes, enfim, as mãos foram só "um jeito" de curar entre tantos), por que ainda estamos propagando isso como algo correto dentro dos Centros Espíritas? E se Jesus curou de tantas outras formas, não só com a imposição das mãos, porque a gesticulação seria "menos correta" do que só a imposição das mãos?
Agradecendo sua atenção e no aguardo de sua resposta,
Beatriz.

A imposição das mãos é, como dissemos, a forma sugerida por Allan Kardec e por autores espíritas diversos, a exemplo de J. Herculano Pires.

Allan Kardec diz que "a faculdade de curar pela imposição das mãos deriva evidentemente de uma força excepcional de expansão, mas diversas causas concorrem para aumentá-la, entre as quais são de colocar-se, na primeira linha: a pureza dos sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio, a prece fervorosa e a confiança em Deus; numa palavra: todas as qualidades morais" ("Obras Póstumas", Manifestações dos Espíritos, itens 52 e 53). "Uma grande força fluídica, aliada à maior soma possível de qualidades morais, pode operar, em matéria de curas, verdadeiros prodígios", afirma Kardec. E ele completa: "A ação fluídica, ao demais, é poderosamente secundada pela confiança do doente, e Deus quase sempre lhe recompensa a fé, concedendo-lhe o bom êxito".

Em setembro de 1865, em um artigo publicado na "Revista Espírita" (Edicel, ano 1865, pág. 254), o Codificador explicou: "Se a mediunidade curadora pura é privilégio das almas de escol, a possibilidade de suavizar certos sofrimentos, mesmo de curar, ainda que não instantaneamente, umas tantas moléstias, a todos é dada, sem que haja necessidade de ser magnetizador. O conhecimento dos processos magnéticos é útil em casos complicados, mas não indispensável. Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a acalmar; é o que pode fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus. É de notar que a maior parte dos médiuns curadores inconscientes, os que não se dão conta de sua faculdade, e que por vezes são encontrados nas mais humildes posições e em gente privada de qualquer instrução, recomendam a prece e se entreajudam orando. Apenas sua ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela fórmula".

No ano anterior, em janeiro de 1864, na mesma "Revista Espírita" (Edicel, ano de 1864, pág. 7), Kardec transcreveu uma mensagem transmitida por Mesmer (Espírito), recebida na Sociedade Espírita de Paris em 18-12-1863, na qual o “Pai do Magnetismo moderno” analisa a questão das curas por meio do magnetismo animal. Diz Mesmer em sua mensagem que Deus sempre recompensa o humilde sincero que pede a ajuda espiritual, enviando-lhe o socorro para que ele possa auxiliar o enfermo. "Esse socorro que envia são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium de seu fluido benéfico, que é transmitido ao doente", afirma Mesmer, que diz mais:  "Também é por isto que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas qualificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium; ao passo que o magnetizador ordinário se esgota, por vezes em vão, a fazer passes, o médium curador infiltra um fluido regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos".

Foi com base nessas e em outras referências semelhantes que J. Herculano Pires, em seu livro "Obsessão, o passe, a doutrinação", editora Paideia, págs. 35 a 37, escreveu: "O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus, como se vê nos Evangelhos. Origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo. Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus.  O passe espírita  não comporta as encenações e gesticulações em que hoje o envolveram alguns teóricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista. Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas de um passado há muito superado. Os Espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas apenas a prece e a imposição das mãos. Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas e ridículas gesticulações”. (Os grifos são nossos.)

Além dos textos acima reproduzidos, sabemos que o uso das mãos na ministração do passe magnético vem desde os tempos apostólicos e é observado igualmente pelas entidades encarnadas ou desencarnadas, como podemos comprovar pelos textos seguintes:

1) “Os médiuns passistas pareciam duas pilhas humanas deitando raios de espécie múltipla, a lhes fluírem das mãos, depois de lhes percorrerem a cabeça,  ao contacto do irmão Conrado  e de seus colaboradores.” (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17, pp. 164 a 166.)

2) “Existe fluidificação eminentemente magnética, que são as energias do próprio sensitivo, nesse caso, tido como magnetizador. Ele se desgasta porque doa do seu próprio plasma, e a partir dessa doação sente-se cansado, esgotado. Um outro nível é o das energias espirituais-materiais ou psicofísicas, quando se dá a conjugação dos recursos do mundo espiritual com os elementos do médium; o indivíduo se coloca na posição de um vaso de cujos recursos os Benfeitores se utilizam. Eis quando caracterizamos o médium aplicador de passes ou passista: aquele em quem, segundo a instrução do Espírito André Luiz, as energias circulam em torno da cabeça, como que assimilando os valores da sua mentalização, escoando-se através das mãos, para beneficiar o assistido.” (J. Raul Teixeira, em Diretrizes de Segurança, questão 83.)

3) “Qual criança medrosa, procurando refúgio, ele queria retomar o corpo físico, mas Alexandre, aproximando-se, estendeu-lhe as mãos, das quais saíram grandes chispas de luz. Contido pelos raios magnéticos, Adelino pôs-se a tremer, notando-se que ele começava a ver alguma coisa além da figura de Segismundo.” (Missionários da Luz, cap. 13, págs. 191 a 193.)

4) “Sob o sábio comando de Clementino, Raul falou com afetividade ardente: Libório, meu irmão! Essas três palavras foram ditas com tamanha inflexão de generosidade fraternal que o Espírito não pôde sopitar o pranto. Raul aproximou-se dele, impondo-lhe as mãos, das quais jorrava luminoso fluxo magnético, e convidou: Vamos orar! Findo um minuto de silêncio, necessário a uma perfeita concentração mental, a voz do diretor da casa, sob a inspiração de Clementino, suplicou o socorro do Divino Mestre.” (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 7, págs. 63 e 64.)

5) “Conrado, impondo a destra sobre a fronte da médium, comunicou-lhe radiosa  corrente de forças e inspirou-a a movimentar as mãos sobre a doente, desde a cabeça até o fígado enfermo.” (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17, págs. 168 a 170.)

6) “O semblante do enfermo transformava-se gradualmente, à medida que Alexandre movimentava as mãos sobre o seu cérebro. André percebeu que a forma perispiritual de Antônio reunia-se devagarinho à forma física, integrando-se harmoniosamente uma com a outra, como se estivessem, de novo, em processo de reajustamento, célula por célula.” (Missionários da Luz, cap. 7, págs. 72 a 75.)

7) “Verônica, uma entidade muita querida ao instrutor Alexandre, que fora exímia enfermeira na Crosta, integrava a equipe de colaboradores. Começaria agora o auxílio magnético à médium. Era preciso incentivar os processos digestivos para que o aparelho mediúnico funcionasse sem obstáculos. Alexandre, Verônica e mais três entidades colocaram as mãos, em forma de coroa, sobre a fronte da jovem e essas energias reunidas formaram vigoroso fluxo magnético que foi projetado sobre o estômago e o fígado da médium, órgãos esses que acusaram, de imediato, novo ritmo de vibrações.” (Missionários da Luz, cap. 10, págs. 113 a 115.)

8) “Anacleto atuou por imposição de mãos. Sua destra emitia sublimes jatos de luz que se dirigiam ao coração da senhora: os raios de luminosa vitalidade eram impulsionados pela força inteligente e consciente do emissor. Assediada pelos princípios magnéticos, a reduzida porção de matéria negra, que envolvia a válvula mitral, deslocou-se vagarosamente e, como se fora atraída pela vigorosa vontade de Anacleto, veio aos tecidos da superfície, espraiando-se sob a mão irradiante, ao longo da epiderme. Em poucos instantes, o organismo da enferma voltou à normalidade.” (Missionários da Luz, cap. 19, pp. 325 a 327.)

*

O passe pode ser ministrado a distância, sem auxílio das mãos?

É evidente que sim, mas é preciso considerar que se trata de outro recurso, diferente da singela “imposição das mãos”, a que nos reportamos nas citações acima.

Se no atendimento pela imposição das mãos é indispensável o estado de confiança, como Aulus explica no cap. 17, pp. 166 a 168, do livro “Nos Domínios da Mediunidade”, no passe ministrado a distância – portanto, sem uso das mãos – é necessário algo mais: é preciso que haja sintonia entre aquele que o administra e a pessoa que o recebe.

Essa informação foi-nos revelada igualmente por Aulus, na mesma obra a que nos referimos. “Nesse caso – diz Aulus –, diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho do auxílio, favorecendo a realização, e a prece silenciosa será o melhor veículo da força curadora.” (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17, pp. 168 a 170.)

Sobre o assunto, J. Herculano Pires lembra-nos, também, que não devemos desprezar o efeito psicológico da presença do enfermo no ambiente da Casa Espírita (cf. “Obsessão, o passe, a doutrinação”, pág. 45).

(1) A resposta dada à leitora Niedja Krislady foi publicada na seção O Espiritismo responde da edição 326, de 25/8/2013.

Eis o link:
http://www.oconsolador.com.br/ano7/326/oespiritismoresponde.html

O poder das palavras


Bela mensagem, espero que gostem!

Jefferson Leite



Labor Transcedental




...É necessário que exerçamos a mediunidade com Jesus.

Que a figura incomparável do doce Rabi penetre-nos, e que logremos insculpi-lA no ádito do nosso coração.

Fomos chamados para um labor de natureza transcendental, a nossa é uma tarefa de abnegação e de sacrifício.

Médium sem as cicatrizes do sofrimento ainda não se encontra em condições de servir em plenitude Àquele que é o exemplo máximo da doação.

Convidados ao banquete da Era Nova na vinha do Senhor, trabalhemos as vestes espirituais que são os nossos hábitos para que, em chegando o dono do banquete, nos possa colocar no lugar que nos está destinado.

Companheiros de jornada, filhos do coração, honrados com a faculdade mediúnica para o serviço do bem, estendei os vossos tesouros íntimos oferecendo-os aos transeuntes da vida.

Não podeis imaginar o benefício do socorro espiritual em uma reunião mediúnica, quando alguém crucificado nas traves do sofrimento do além-túmulo por decênios, em se utilizando da vossa aparelhagem consegue receber o lenitivo da palavra que ilumina e que liberta da ignorância, a energia que lhe atenua a dor; a página de esperança que se lhe acena na direção do futuro.

Entregai-vos ao labor da caridade na condição de trabalhadores que somos da última hora.

Jesus espera que nos desincumbamos das tarefas que nos foram confiadas e, dentre muitas, a da mediunidade dignificada pela conduta coerente com os postulados espíritas que têm primazia.

Filhas e filhos do coração, não vos esqueçais que Jesus nos fez um pedido e que ainda não O atendemos: Amai-vos uns aos outros para que todos saibam que sois meus discípulos.

Foi um pedido do Mestre, busquemos atendê-lo de tal forma que o amor flua de nós como uma cascata de bênçãos e a aridez do terreno dos corações se fertilize e se transforme o deserto em jardim; o pântano das paixões em pomar...

O Senhor espera-nos com ternura, compaixão e misericórdia.

Façamos, dentro das nossas possibilidades, o melhor ao nosso alcance.

Os Espíritos-espíritas que aqui mourejam, por meu intermédio, pedem que nos unamos na construção de um mundo melhor.

E rogamos, por fim, ao Senhor da Vinha que nos abençoe e nos dê a Sua paz.
Que essa paz, filhos e filhas da alma e do coração, permeie-nos hoje e sempre.

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,

Bezerra de Menezes


  • Sobre o Autor

    • O Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti nasceu no dia 29 de Agosto de 1831, em Riacho do Sangue, no Ceará, descendente de antiga família das primeiras que vieram do Sul povoar aquele Estado. Em 1838, entrou para a escola pública da Vila do Frade. Diplomou-se, em 1856, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. No dia 6 de novembro de 1858, casou-se com Dª Maria Cândida de Lacerda, que faleceu em 24 de março de 1863, deixando-lhe dois filhos (em de 3 anos e um de 1 ano). Conheceu o espiritismo em 1875 e, em 16 de Agosto de 1886, diante de um público extraordinário, proclamou a sua adesão ao Espiritismo. A partir daí, toda sua existência foi totalmente dedicada à causa de Cristo, sendo considerado o médico dos pobres e o apóstolo da caridade devido à sua dedicação a causa de Cristo, pelo amor que dedicava ao próximo. Foi vereador e deputado pelo Rio de Janeiro, além de presidente da FEB, Federação Espírita Brasileira, onde conseguiu aglutinar o movimento espírita. Em 11 de abril de 1900, às onze horas e meia, desencarnava, no Rio de Janeiro, o Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, o inolvidável Apóstolo do Espiritismo no Brasil.

domingo, setembro 29, 2013

Sejamos fortes




Quando a dor nos bater a porta, sejamos fortes para ter a certeza que na vida tudo passa;
Quando nos acharmos sozinhos em meio a multidão, sejamos fortes para esperar boa companhia;
Quando o peso das injustiças nos atingir, sejamos fortes para compreender as falhas humanas;
Quando a velha criatura tentar despertar, sejamos fortes para vencê-la por mais um dia;
Quando a vaidade e orgulho tentarem se aproximar, sejamos fortes contra mensagens insanas;
Quando a tentação do caminho falar alto em nós, sejamos fortes para dizer não;
Quando a luz da estrada parecer se apagar, sejamos fortes para fazer contrita oração;
Quando nossa verdade for questionada, sejamos fortes para crer que o tempo mostra tudo;

Sejamos fortes...
Para responder o mal com o bem;
Fazer luz à luz de alguém;
Calar quando for preciso;
Viver na Terra como se fosse um paraíso;
Saber esquecer a dor que nos foi causada;
Ou aquela que causamos também;
Buscar sempre a beleza de um sorriso;
Quando a vida pede chorar;
Quem sabe compor uma melodia;
Uma rima, um verso, uma poesia;
Secar o pranto de um irmão;
Por mais que nos sintamos tristes, estender sempre a mão.

Jefferson Leite

Hélio, o preguiçoso



Hélio, de oito anos, era um menino que via problema em tudo. Bastante negativo, só sabia dizer: — Não sei! Não posso! Não aprendo! Não consigo!...
Quando Hélio dava uma dessas desculpas, afirmando não conseguir fazer os deveres da escola, a mãe o incentivava com carinho:
 
— Como não sabe, meu filho? Você é um menino muito inteligente. Só precisa de boa vontade e disposição para fazer o que quiser!
— Mas eu não aprendo, mãe! Não consigo entender quando a professora explica e, por isso, não consigo fazer as tarefas!
Tanto o menino repetia essas desculpas que um dia a mãe foi até a escola saber o que estava acontecendo com o filho. Gentil, a professora atendeu a mãe preocupada e explicou, com delicadeza:
— Mãe, seu filho Hélio não tem problema algum. Acontece que, enquanto eu explico a matéria e passo no
quadro, ele fica brincando e incomodando os demais alunos.
A mãe voltou para casa pedindo a Jesus que a ajudasse a resolver o problema. Ao chegar, viu Hélio brincando no quintal e perguntou:
— Filho, já fez seus deveres da escola?
— Mamãe, eu já lhe disse que não consigo! Não aprendo!... — reclamou o menino fazendo cara de choro.
A mãe pegou-o pela mão e levou-o até o quarto dele. Abriu a porta e viu que a janela ainda estava fechada e o aposento todo desarrumado. 
— Hélio, por que seu quarto ainda está assim?
— Ah! É que...
O menino ia dar uma desculpa, mas a mãe o impediu:
— Não me diga que não sabe abrir a janela e nem arrumar sua cama!
O menino baixou a cabeça, mantendo-se calado.
— Isto se chama preguiça, meu filho. Você é muito inteligente e tudo o que quer você faz. Por que vive dando desculpas para tudo? Se tivesse algum problema real, se houvesse nascido com dificuldade de aprendizagem, como seu colega Raul, eu poderia entender. Ou como o Mário, que tem problema nas mãos e não consegue escrever direito. Mas, você?!... Gostaria de ser chamado de Hélio, o menino preguiçoso?
— Claro que não, mamãe! — disse ele, começando a chorar, envergonhado.
 
A mãe colocou a mão na cabeça dele e disse, olhando ao redor:
— Então Hélio, veja a escuridão do seu quarto! Veja a bagunça em que ele está! 
O menino levantou a cabeça e olhou o ambiente como se o enxergasse pela primeira vez.
— Hélio, abra a janela!
 
O garoto foi até a janela e abriu as venezianas. Na mesma hora a luz do Sol entrou pelo quarto iluminando tudo e deixando a bagunça ainda mais à mostra: cama desfeita, roupas sujas e calçados jogados pelo chão, brinquedos, livros, papel de bala... um horror.
— O que acha agora? — a mãe
perguntou. 
— Tem razão, mamãe. Meu quarto está horrível!
A mãe explicou com seriedade:
— Sabe por quê, meu filho? A claridade põe à mostra o que antes não víamos. É que depende de nós abrirmos a alma ao entendimento. Assim como depende de nós abrirmos a janela e deixarmos a luz entrar em nosso quarto e em nossa vida. Não adianta a professora explicar a matéria, se você não presta atenção e não se preocupa em aprender. Assim como a limpeza deste quarto não se faz sozinha, o aprendizado escolar também não, como tudo o mais que precisamos enfrentar na vida. Conhecimento é luz em nossa alma!
Hélio balançou a cabeça, mostrando que tinha entendido:
— Eu tenho vergonha de como tenho sido. Não sou esse coitadinho que quero parecer, não é, mamãe?
— Claro que não, meu filho! Você é muito inteligente e aprende com facilidade.
Mais animado, o menino prosseguiu:
— Também tenho boa memória, boa saúde, um corpo perfeito, sou forte e nunca fico doente e logo vou fazer nove anos!
— Isso mesmo! E vamos comemorar!— a mãe sorriu diante das descobertas do filho.
Hélio ficou pensativo por alguns instantes, depois concluiu:
— Mamãe, eu prometo! Não vou desprezar mais as bênçãos que Deus me deu. Não quero ser chamado de preguiçoso.
A mãe abraçou o filho com amor, agradecendo a Jesus pela ajuda que lhe dera, e contente por ter conseguido fazer com que ele enxergasse a realidade.
MEIMEI
(Recebida por Célia X. de Camargo, em Rolândia-PR, aos 19/8/2013.)

                                                    

sábado, setembro 28, 2013

AMIZADE NÃO SE EXPLICA!!!!!!


          " Amigos sempre sabem quando serão amigos...
              Pois compartilham momentos juntos... Dão forças!
                Estão sempre lado a lado!!!
                Nas conquistas.... e nas derrotas!
              Nas horas boas.... e nas horas difíceis!
        
  Amizade nem sempre é pensar do mesmo jeito!
         Mas abrir mão....  de vez em quando!
  Amizade é como ter um irmão... que não mora na mesma casa!
         É compartilhar segredos... emoções!
                     É compreensão... é diversão!
         É contar com alguém...  sempre que precisar!
                     É ter algo em comum!

  É saber que se tem mais em comum do que imagina!
                     É sentir saudades!
                     É querer dar um tempo!
                     É dar preferência!
                     É bater um ciúmes!
  Amizade que é amizade nunca acaba!
         Mesmo que a gente cresça!
  E apareçam outras pessoas no nosso caminho!
         Porque amizade não se explica!
                      Ela simplesmente existe!!!!! "
  Muito obrigado por você existir e estar entre nós, agradecido pela sua amizade.....

Fonte:Rede Amigo Espírita

sexta-feira, setembro 27, 2013

Liberdade de Consciência ( O Livro dos Espíritos)




   

 835. A liberdade de consciência é uma conseqüência da liberdade de pensar?

      —A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem como todos os outros pensamentos.

      836. O homem tem o direito de pôr entraves à liberdade de consciência?

     — Não mais do que à liberdade de pensar, porque somente a Deus pertence o direito de julgar a consciência. Se o homem regula, pelas suas leis, a relação de homem para homem, Deus, por suas leis naturais, regula as relações do homem com Deus.

     837. Qual é o resultado dos entraves à liberdade de consciência?

     — Constranger os homens a agir de maneira diversa ao seu modo de pensar, o que é torná-los hipócritas. A liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso.

        838. Toda crença é respeitável, ainda mesmo quando notoriamente falsa?

        — Toda crença é respeitável quando é sincera e conduz à prática do bem. As crenças reprováveis são as que conduzem ao mal.

       839. Somos repreensíveis por escandalizar em sua crença aquele que não pensa como nós?

       — Isso é faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento.

       840. Será atentar contra a liberdade da consciência opor entraves às crenças que podem perturbar a sociedade?

       — Podem reprimir-se os atos, mas a crença íntima é inacessível

Comentário de Kardec: Reprimir os atos externos de uma crença, quando esses atos acarretam qualquer prejuízo aos outros, não é atentar contra a liberdade de consciência porque essa repressão deixa à crença sua Inteira liberdade.

       841. Devemos, por respeito à liberdade de consciência, deixar que se propaguem as doutrinas perniciosas ou podemos, sem atentar contra essa  liberdade, procurar conduzir para o caminho da verdade os que se desviaram  para falsos princípios?

       — Certamente se pode e mesmo se deve; mas ensinai, a exemplo de Jesus, pela doçura e persuasão e não pela força, porque seria pior que a crença daquele a quem desejásseis convencer. Se há alguma coisa que possa ser imposta é o bem e a fraternidade, mas não acreditamos que o meio de fazê-lo seja a violência: a convicção não se impõe.

      842. Como todas as doutrinas têm a pretensão de ser única expressão da verdade, por que sinais podemos reconhecer a que tem o direito de se apresentar como tal?

      — Essa será a que produza mais homens de bem e menos hipócritas quer dizer, que pratiquem a lei de amor e caridade na sua maior pureza e na sua aplicação mais ampla. Por esse sinal reconhecereis que uma doutrina é boa, pois toda doutrina que tiver por conseqüência semear a desunião e estabelecer divisões entre os filhos de Deus só pode ser falsa e perniciosa.

Fonte: http://livrodosespiritos.wordpress.com/

quinta-feira, setembro 26, 2013

Instrução da Vida




Qualquer pessoa com fome
coloca o estômago em luta...
O consolo fala, fala...
Mas o ventre não escuta.

O remédio para a fome
por muito nos desagrade,
é a dupla leal à vida:
- O Trabalho e a Caridade.

Alguém na casa vizinha
Pede pão, quase sem voz...
Não se sabe hoje quem seja...
Mais tarde, seremos nós.

Meimei

Sobre o Autor
Homenageada por tantas casas espíritas, que adotam o seu nome; autora de vários livros psicografados por Chico Xavier, entre eles: "Pai Nosso", "Amizade", "Palavras do Coração", "Cartilha do bem", "Evangelho em Casa", "Deus Aguarda", "Mãe" etc... Irma de Castro (Meimei) nasceu em 22 de outubro de 1922, na cidade de Mateus Leme - MG e transferiu residência para Belo Horizonte em 1934, onde conheceu Arnaldo Rocha, com quem se casou aos 22 anos de idade, tornando-se então, Irma de Castro Rocha. O casamento durou apenas dois anos, pois veio a falecer com 24 anos de idade, no dia 01 de Outubro de 1946, na cidade de Belo Horizonte-MG, por complicações generalizadas devidas a uma nefrite crônica.

Do livro: União Em Jesus, Médium: Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos

Jesus Te Escuta




Afirmas absoluta solidão...

Dizes não existir um só coração que te afague os sentimentos belos, que o alimentem de nobres sonhos...

Perguntas aos vãos da tua morada: com quem compartilhar os planos do amanhã e as realizações do agora?

Onde uma mão amiga a estender-se para pensar tuas enfermidades?

Adiantando o porvir, reclamas uma alma que te acompanhe as últimas horas na jornada física...

Dores do teu valoroso coração que não se perdem nos ventos da Terra...

Se crês no amor, acalma teus anseios e ausculta nas cortinas do teu próprio Ser, uma luz que vela tua caminhada, como serena chama em noite tempestuosa, a te falar blandícias e consolações, sem que atines na sua ação.

Tal Luz é o Cristo, que padecendo contigo as tuas provações, acompanha-te no teu calvário de iluminação, reservando-te o jugo da ínfima parte do teu madeiro redentor.

Meimei

Sobre o Autor
Homenageada por tantas casas espíritas, que adotam o seu nome; autora de vários livros psicografados por Chico Xavier, entre eles: "Pai Nosso", "Amizade", "Palavras do Coração", "Cartilha do bem", "Evangelho em Casa", "Deus Aguarda", "Mãe" etc... Irma de Castro (Meimei) nasceu em 22 de outubro de 1922, na cidade de Mateus Leme - MG e transferiu residência para Belo Horizonte em 1934, onde conheceu Arnaldo Rocha, com quem se casou aos 22 anos de idade, tornando-se então, Irma de Castro Rocha. O casamento durou apenas dois anos, pois veio a falecer com 24 anos de idade, no dia 01 de Outubro de 1946, na cidade de Belo Horizonte-MG, por complicações generalizadas devidas a uma nefrite crônica.

Médium: Francisco Cândido Xavier

terça-feira, setembro 24, 2013

Atraso providencial



Embora não fosse verão, o sol brilhava e os dias estavam quentes e agradáveis.
Aproveitando os feriados que se aproximavam e que a empresa na qual Jorge trabalhava estaria fechada por alguns dias, ele resolveu visitar seus pais, em agradável cidade litorânea.
Quando Jorge comunicou a decisão à família, foi alegria geral. Todos vibraram com a novidade, já pensando nas coisas que iriam levar.
— Papai, eu posso levar minha bicicleta? — perguntou Frederico, de três anos, com sua vozinha infantil.
— Infelizmente não, meu filho. Vamos de ônibus. Só levaremos o que couber nas malas.
— Ah! Então o que eu vou levar? — perguntou novamente o pequeno. 
 
— Frederico, você pode levar as raquetes de tênis de praia e a bolinha — lembrou Artur, de oito anos, completando — De minha parte, vou levar minha bola de futebol.

Helen, de cinco anos, pensou... pensou... e resolveu:
— Eu vou levar minha boneca favorita e meu ursinho de pelúcia.
Diante da novidade, a família estava animada já pensando na alegria de rever os avós e também nos banhos de mar e nos passeios que iriam fazer.
Assim, eles arrumaram tudo que iriam levar. Até que o grande dia chegou. Acordaram bem cedinho e tomaram o café da manhã, eufóricos. Antes de sair, a mãe perguntou:
— Não esqueceram nada?
— Não!... — foi a resposta geral.
Mas Artur, ficando pensativo por alguns instantes, lembrou:
— Papai, acho que estamos esquecendo uma coisa importante.
— E o que é, meu filho?
— É que não pedimos a bênção de Deus para a nossa viagem!
A mãe se emocionou com a lembrança do filho. O pai balançou a cabeça concordando:
— Você tem toda a razão, Artur. Muito bem lembrado. Além disso, temos tempo — disse olhando o relógio de pulso.
 
Todos se acomodaram na sala e o pai pediu que ele fizesse a oração. Então, Arthur fechou os olhos e começou a orar:
— Senhor Jesus, estamos contentes porque vamos viajar para a casa do vovô Olímpio e da vovó Clara. Peço suas bênçãos para todos nós, que tudo corra bem e façamos uma boa viagem. E que lá chegando, levemos alegria à casa do vovô e da vovó. Obrigado.
 
Depois da oração eles saíram. O táxi, que havia chegado com bastante antecedência, esperava. Ajeitando as bagagens no carro, foram para a Rodoviária. Com as passagens na mão, chegaram ao local de embarque. O funcionário pegou as passagens, olhou e disse:
— Senhor, este ônibus já partiu!
— Como disse? Não pode ser! Estamos no horário, chegamos até mais cedo! O horário é 7 horas e 15 minutos! E agora não passa das 7 horas!...
— Então, seu relógio está atrasado, senhor. Veja lá no relógio: 7 horas e 30 minutos.
Jorge olhou no grande relógio da Estação Rodoviária e confirmou. O funcionário tinha razão. Voltou a olhar no seu pulso e o relógio estava realmente atrasado.
Perplexo, ele virou-se para o funcionário da empresa de ônibus, sem saber o que fazer.
— E agora, o que faço? Minha família está aqui, esperando viajar! — ele disse.
— Bem. O senhor vá até o balcão da empresa e explique a situação. Eles o colocarão no primeiro ônibus, se houver vagas.
Jorge, muito chateado, sem entender como se enganara, deixou a esposa e os filhos com a bagagem e correu para resolver a questão. A moça que o atendeu, muito gentil, disse-lhe que não se preocupasse, pois no próximo ônibus havia alguns lugares. Ela trocou as passagens e ele voltou para junto da família mais tranquilo.
 
Assim, uma hora depois, eles puderam finalmente embarcar. A viagem corria sem problemas, quando viram um ônibus da mesma empresa no acostamento da estrada. O motorista parou e foi ver o que estava acontecendo; alguns passageiros desceram também, preocupados.
 
Então, ficaram sabendo que o ônibus tivera um acidente e muitos passageiros feridos foram encaminhados ao hospital mais próximo.
Ao ouvir o relato, Jorge imediatamente lembrou-se da prece de Artur pedindo o amparo de Deus para a viagem deles. Retornando para junto da família, com lágrimas nos olhos ele contou o que acontecera à esposa e aos filhos, afirmando:
— Artur, meu filho, você nos salvou a vida hoje. Lembrando-nos de orar, você facilitou o amparo de Deus para nós. Com certeza, algum Amigo Espiritual sugeriu-lhe a ideia e, pedindo as bênçãos divinas para nossa viagem, ficamos amparados.
E Jorge completou trocando um olhar com a esposa:
— Não tem outra explicação! Quando olhei no meu relógio antes de sairmos de casa, o horário estava certo, e ao chegarmos à Estação Rodoviária, ele estava atrasado! Como se justifica isso? Só através do amparo de Jesus!
Todos no ônibus ouviram e ficaram sabendo do ocorrido, surpresos e maravilhados.
Naquele momento, Jorge ergueu-se e pediu a todos os passageiros que o acompanhassem numa oração de agradecimento a Deus, para que continuasse amparando-os e que também ajudasse os passageiros do outro ônibus, especialmente os feridos, para que se recuperassem logo.
A família de Jorge passou dias muito agradáveis na praia, junto com os avós, lembrando-se com gratidão da ajuda do Alto que receberam.

                                                        MEIMEI       
 
(Recebida por Célia X, de Camargo, em 12/8/2013.)

Algumas razões para se ter medo do sucesso?




Você tem medo de ter sucesso? Claro que você dirá que não, todos querem êxito no que abraçam, todos querem ser bem sucedidos em suas lutas diárias. Quando falamos em sucesso não nos referimos a fama e glamour, mas a realização pessoal. A realização de seus sonhos.
Você com certeza dirá que se sonha é porque deseja realizar, no entanto seu inconsciente ainda tem receio de algumas coisas. São ideias preconcebidas que você aprendeu e que ainda reinam em seu interior. Você já ouviu diversas vezes: "A oportunidade só bate a porta uma única vez." Isso é  mais uma enganação que lá na frente te fará pensar que a oportunidade nunca te visitou, ou seja é uma grande justificativa para o fracasso.
O poder de suas ideias é imenso, só perde para o poder de sua vontade.
Quando você teme pessoas falsas ao seu redor, em verdade tem medo de ter êxito, pois geralmente essas pessoas oportunistas se aproximam de pessoas jubilosas.
Quando uma pessoa passa "a vida toda nas filas de lotéricas" e sempre diz: "Se ganhar aquele prêmio eu morro"....em verdade tem medo do que o dinheiro pode fazer com ele e não ele com o dinheiro.
Aquela pessoa que detesta ter sua vida invadida, sempre terá medo inconsciente de que seus projetos avancem, pois se isso acontecer muitas pessoas desejaram saber "a chave do sucesso".
Os veículos estão muito ligados com a relação de poder pessoal e até mesmo com a sensualidade masculina, então quando alguém de baixa estatura prefere um carro imponente não está seguindo um modismo. Muitas mulheres "morrem de medo" que seus companheiros comprem "aquele carro" através dele o relacionamento pode acabar.
Se você teme a inveja não vai QUERER que seus colegas de tarefa vejam seu êxito no que abraça, pois certamente boa parte deles terão sim, inveja.
Se deseja ser aceito nos círculos de relacionamento, vai tentar pensar, falar e agir como a maioria, mesmo que tenha capacidade de ir mais a frente, vai ter medo "de ser diferente".
Se você se julga cauteloso e metódico, não vai DESEJAR mudanças em sua vida e ninguém vence se não mudar o que está fazendo de errado.
Se você está apegado ao passado, terá dificuldades em realizar o futuro.
Se por acaso você se viu em algumas dessas descrições acima, não se preocupe existem muitas pessoas assim. Procure trabalhar seus medos, na certeza de que você os pode e deve vencer, só depende de seus esforços. Comece enquanto é tempo a lutar com o sucesso e não contra ele. Tudo o que você realiza deve ser feito com a disciplina necessária para atrair o êxito, com o amor fundamental para abençoar sua atividade, com a compreensão de que DESISTIR não deve fazer parte do dicionário de quem quer e vai crescer.

Tenha um ótimo dia!

Jefferson Leite

sexta-feira, setembro 20, 2013

A língua que veio do céu


Esperanto em destaque
Ano 7 - N° 328 - 8 de Setembro de 2013
LEONARDO CASSANHO FORSTER
leo.cassanho@yahoo.com.br
Londrina, PR (Brasil)

No livro “A língua que veio do céu – o que os espíritos falam do Esperanto”, o espírita e qualquer curioso sobre o assunto pode encontrar uma riquíssima coletânea de textos que vão desde trechos de obras espíritas, passando por psicografias, até a transcrição de psicofonias em que os comunicantes do mundo espiritual informam sobre o uso desse idioma em colônias de além-mundo, assim como o exaltam por meio de poemas, encorajando os adeptos do Espiritismo a aprendê-lo. Tratam também de seu importante papel como língua da fraternidade, destinada a contribuir para que os diferentes povos do mundo deem-se as mãos, num clima de concórdia profunda e plena de paz.

Contudo, ao trabalhador espírita e esperantista, sobretudo ligado ao campo da divulgação da doutrina, chama a atenção um curioso depoimento de um espírito cujos vínculos o fazem preocupar-se fortemente com o leste europeu e a situação de muitos irmãos encarnados naquela região, que, sem nutrir sentimentos de religiosidade alguma e entorpecidos pela acachapante força da “razão” materialista, resvalam nos despenhadeiros da desesperança, muitas vezes entregando-se à vida e futuro funestos. Ele, comoventemente, apela aos espíritas: “divulgai essa consoladora doutrina entre nossos irmãos distantes por meio do Esperanto”.

Sua mensagem, mais do que servir à curiosidade, é um pedido sério, talvez uma rogativa inconsciente de muitas almas suspirantes por uma luz de esperança que lhes forneça maior significação à própria vida. E aqui não fazemos prosélito de fundo teórico e escatológico, mas observação com finalidade prática, a fim de que aqueles que dispõem de conhecimento e possibilidades, divulguem sempre que puderem o Espiritismo em esperanto.

No Esperanto em Destaque da edição 298 de O Consolador, apresentamos o caso de como a tradução de uma obra espírita, recentemente vertida ao húngaro por meio do esperanto, demoveu um homem do suicídio. Pois, é também sobre isso que se trata a mensagem do espírito ligado às paragens eslavas.

Esperantistas espíritas, sob os bons auspícios da espiritualidade, com o Evangelho, o Espiritismo e o Esperanto como diretrizes de nossas ações, que possamos fazer algo em favor de nossos irmãos a quem já podemos nos ligar por meio das verdes pontes construídas a partir das sólidas bases edificadas por Zamenhof em favor do entendimento fraterno!  

À Guisa de Apresentação - A língua que veio do céu

Escreve Affonso Soares:

“De há muito se impunha uma iniciativa como esta: reunir em livro as páginas que, em Esperanto e sobre o Esperanto, o mundo espiritual tem enviado à Terra como constante exortação a que os espíritas do Brasil mantenham o estudo, a divulgação e o uso da Língua Internacional Neutra como parte integrante do programa de ação do Movimento Espírita Brasileiro.

Graças a essa produção mediúnica, rica na forma e na essência, observa-se, ao longo dos 60 anos decorridos após o aparecimento, em 19/01/1940, da mensagem A Missão do Esperanto, de Emmanuel, uma sequência de realizações em nossos círculos espíritas, reveladoras de um planejamento superior, visando às edificações do futuro.”

Para ler o texto na íntegra:

http://www.kke.org.br/livraria/lingua_que_veio_do_ceu

O Esperanto na mensagem dos espíritos

Ainda dentro do tema esposado nos dois anteriores tópicos, convidamos o leitor a ler o interessante artigo de Neusa Priscotim Mendes, no qual ela relata trecho da obra “Céu Azul”, psicografada pela médium Célia Xavier de Camargo e pelo espírito César Augusto Melero. Nele, de maneira simples e direta, em um diálogo entre o autor espiritual e um orientador, trata-se do papel futuro do Esperanto.

Leia no link:

http://www.espirito.org.br/portal/artigos/verdade-e-luz/o-esperanto-na-mensagem.html

Oni serĉas

Com a finalidade de divulgar cada vez mais a Doutrina Espírita, esta revista eletrônica tem procurado abranger semanalmente diferentes temas a ela relacionados, tanto em português como em inglês, espanhol e, se possível, em esperanto. Sua equipe, formada somente por voluntários, - uma vez que não tem fins lucrativos, não sendo comercializada nem contando com anunciantes - deseja incorporar mais um membro que tenha experiência em tradução e possa comprometer-se a verter ao menos um texto da revista ao esperanto uma vez por semana.

Quem estiver interessado pode entrar em contato com o Diretor de Redação:

Astolfo O. de Oliveira Filho - aoofilho@gmail.com

André Luiz: ... compromisso de trabalho.

A cada semana, propomos uma frase de André Luiz, do livro Sinal Verde, psicografado por Chico Xavier, vertida ao esperanto por Allan Kardec Afonso Costa.

Nesta, apresentamos a tradução da frase proposta na semana passada:

“Kiu efektive instruas estas tiu, kiu plej studas.”

“Aquele que realmente ensina é quem mais estuda.”

Eis a mais nova:

“La laborkompromiso inkludas la devon asociiĝi al la skipklopodo en la realigota verko.”

Até a próxima!

O Sublime Alguém




Ninguém poderá carregar o fardo de suas dores.
Eduque-se com o sofrimento.

Ninguém entenderá os problemas complexos de sua existência.
Exercite o silêncio.

Ninguém seguirá com você indefinidamente.
Acostume-se com a solidão.

Ninguém acreditará que suas aflições sejam maiores do que as do vizinho.
Liberte-se delas com o trabalho de auto-iluminação.

Ninguém lhe atenderá todas as necessidades.
Subordine-se apenas ao que você tem.

Ninguém responderá por seus erros.
Tenha cuidado no proceder.

Ninguém suportará suas exigências.
Faça-se brando e simples.

Ninguém o libertará do arrependimento após o crime.
Medite na paciência e domine os impulsos.

Ninguém compreenderá seus sacrifícios e renúncias para a manutenção de uma vida modesta e honrada.
Persevere no dever bem cumprido.

Sábio é todo aquele que reconhece a infinita pequenez ante a infinita grandeza da vida. Embora ninguém possa servi-lo sempre, você encontrará um sublime Alguém, que tem para cada anseio de sua alma uma alternativa de amor.



Por você, Ele carregou o fardo do mundo...


Compreendeu os conflitos da vida...
Caminhou com todos...
Socorreu todos que O buscaram...
Matou a fome, saciou a sede e ouviu as multidões inquietas...
Atendeu à viúva de Naim, ao apelo materno em Caná...
Carregou a cruz da injustiça sem nenhuma reclamação...

Perdoou a traição de Judas, desculpou as negativas de Pedro e a ambos libertou do remorso com a concessão do trabalho em novos avatares...
Compreendeu as lutas da mulher atormentada, sedenta de paz; esclareceu o enfático doutor do Sinédrio, sedento de saber; arrancou das trevas o cego Bartimeu, sedento de claridade...
Ensinou que diante do amor todos os enigmas do Universo se aclaram, por ser o Pai Celeste a Suprema Fonte do Amor.
Não se imponha, pois, a ninguém.

Embora você dependa de todos, nada aguarde dos outros.
Receba e agradeça o que lhe chegue e como chegue, ajude e passe...
Aprenda que a luta é a lição de cada hora no abençoado livro da existência planetária, e siga adiante com Ele, que "jamais se escusava".

Marco Prisco


Sobre o Autor
O Espírito Marco Prisco tem psicografado através de Divaldo Franco. Em 1949 Divaldo psicografou sua primeira mensagem, assinada por esse Espírito.

Referência
Médium: Divaldo Pereira Franco

Com um Beijo



"E logo que chegou, aproximou-se Dele e disse-lhe: - Rabi, Rabi. E beijou-O". Marcos, 14:45.



Ninguém pode turvar a fonte doce da afetividade em que todas as criaturas se dessedentam sobre o mundo.

A amizade é a sombra amiga da árvore do amor fraterno. Ao bálsamo de sua suavidade, o tormento das paixões atenua os rigores ásperos. É pela realidade do amor que todas as forças celestes trabalham.

Com isso, reconhecemos as manifestações de fraternidade como revelações dos traços sublimes da criatura.

Um homem estranho à menor expressão de afeto é um ser profundamente desventurado. Mas, aprendiz algum deve olvidar quanta vigilância é indispensável nesse capítulo.

Jesus, nas horas derradeiras, deixa uma lição aos discípulos do futuro.

Não são os inimigos declarados de Sua Missão Divina que vêm buscá-Lo em Gethsemani.

É um companheiro amado. Não é chamado à angústia da traição com violência. Sente-se envolvido na grande amargura por um beijo.

O Senhor conhecia a realidade amarga. Conhecera previamente a defecção de Judas: "É assim que me entregas"? - falou ao discípulo. O companheiro frágil perturba-se e treme.

E a lição ficou gravada no Evangelho, em silêncio, atravessando os séculos.

É interessante que não se veja um sacerdote do templo, adversário franco de Cristo, afrontando-lhe o olhar sereno ao lado das oliveiras contemplativas.

É um amigo que lhe traz o veneno amargo.

Não devemos comentar o quadro, em vista de que, quase todos nós, temos sido frágeis, mais que Judas, mas não podemos esquecer que o Mestre foi traído com um beijo.


Emmanuel


Sobre o Autor
Emmanuel é o nome do espírito que tutelou a atividade mediúnica de Franscisco Cândido Xavier, o maior médium psicógrafo de sempre, hoje com mais de 350 obras psicografadas. Ao tempo da passagem de Jesus pela Terra, chamou-se Públio Lentulus - senador romano -, e, ao que se sabe, foi a única autoridade que efetuou perfeito descrição Dele, através da célebre carta, publicada em numerosas línguas, autêntica obra-prima do gênero pessoalmente, encontrou-O, solicitando-Lhe auxílio para a cura de sua filha Flávia, que, supomos, estaria leprosa desencarnou em Pompeia, no ano 79, vítima das lavas do Vesúvio, encontrando-se na altura invisual anos depois, reencarnaria como judeu na Grécia, em Éfeso, já não mais sob a toga de orgulhoso senador romano, mas sim na estamenha de modesto escravo Nestório, que, na idade madura, participava das reuniões secretas dos cristãos nas catacumbas de Roma. Podemos ficar com melhor conhecimento da história dessse espírito através das suas obras: Há Dois Mil Anos e Cinquenta Anos Depois, transmitidas mediunicamente através de Chico Xavier. Estas obras constituem verdadeiras obras primas de literatura mediúnica e histórica.


Referência
Médium: Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, setembro 19, 2013

Libertação de Consciência



Não aguardemos que o aplauso do mundo coroe as nossas expectativas.
Não esperemos que as alegrias nos adornem de louros ou que uma coroa de luz desça sobre a nossa cabeça, vestindo-nos de festa.
Quem elegeu Jesus, não pode ignorar a cruz da renúncia.
Quem O busca, não pode desdenhar a estrada áspera do Gólgota.
Quem com Ele se afina, não pode esquecer que, Sol de primeira grandeza como é, desceu à sombra da noite, para ser o porto de segurança luminosa, no qual atracaremos a barca de nosso destino.
Jesus é o nosso máximo ideal humano, Modelo e Guia seguro.
Aquele que travou contato com a Sua palavra nunca mais O esquece.
Quem com Ele se identifica, perdeu o direito à opção, porque a sua, passa a tornar-se a opção dEle, sem o que, a vida não tem sentido.
Não é esta a primeira vez que nos identificamos com o Seu verbo libertador. Abandoná-lo é infidelidade, que O troca pelos ouropéis e utopias do mundo, de breve duração.
Não é esta a nossa experiência única no santuário da fé, que abraçamos desde a treva medieval, erguendo monumentos ao prazer, distantes da convivência com a dor.
Voltamos à mesma grei, para podermos, com o Pensamento Divino vibrando em nós, lograr uma perfeita identificação.
Lucigênitos, procedemos do Divino Foco, para o qual marchamos.
Seja, pois, a nossa caminhada assinalada pelas pegadas de claridade na Terra, a fim de que, aquele que venha após os nossos passos, encontre as setas apontando o caminho.
Jesus não nos prometeu os júbilos vazios dos tóxicos da ilusão. Não nos brindou com promessas vãs, que nos destacassem no cenário transitório da Terra. Antes, asseverou, que verteríamos o pranto que precede à plenitude, e teríamos a tristeza e a solidão que antecedem à glória solar.
Não seja, pois, de surpreender que, muitas vezes, a dificuldade e o opróbrio, o problema e a solidão caracterizem a nossa marcha. Não seja de surpreender, portanto, que nos vejamos em solidão com Ele, já que as Suas, serão as mãos que nos enxugarão o pranto, enquanto nos dirá, suavemente: Aqui estou!
Perseveremos juntos, cantando o hino da alegria plena na ação que liberta consciências, na atividade que nos irmana e no amor que nos felicita.


Joanna de Ângelis


Sobre o Autor
“Um espírito que irradia ternura e sabedoria, despertando-nos para a vivência do amor na sua mais elevada expressão”. Trata-se de Joanna de Ângelis que, através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, tem escrito livros ricos de ensinamentos baseados no Evangelho de Jesus e na Codificação Kardequiana. Nas estradas dos séculos, vamos encontrá-la na mansa figura de JOANA DE CUSA, numa discípula de Francisco de Assis, na grandiosa SÓROR JUANA INÉS DE LA CRUZ e na intimorata JOANA ANGÉLICA DE JESUS.


Médium: Divaldo Pereira Franco

Fotos












Reflexões dessa tarde para vencer



O caminho da persistência pode ser demorado, no entanto te assegura a superação.
O receio de ousar pode ser disfarçado como "não arriscar", mas geralmente fica a frustração de não ter tentado. Enquanto existir a preocupação como os outros pensam de ti, verdadeiramente ainda estará vivendo para os outros. A certa conquista do Eu, começa pela aceitação de suas potencialidades mentais.
Tente a cada dia fazer uma transformação bem orientada por sua consciência geralmente ousando naquilo que jamais teria feito se agisse com medo. O receio do "novo" costuma alijar muitos caminhos e vidas, promovendo a estagnação inconsciente frente aos convites da vitória.
Não estamos na Terra para atuarmos como num recreio, alegando sempre cansaço e estafa. Ao contrário, nossa missão é a da superação, da evolução em todos os campos. Não se pode concluir que alguém vença se não disputar; não se consegue conceber a vitória sem as lutas que lhe garantam. Quem espera "vida boa" não deveria se matricular nas lides dessa sociedade competitiva e muitas vezes selvática, pois vivemos sempre um momento em que prevalecem os mais fortes. Quando falamos de força, não nos referimos ao tônus muscular, mas sim a capacidade psicológica, moral e cultural de superar obstáculos que em verdade nos devem servir de lições para aprendizado contínuo.
As certezas estão em nós. Muitas vezes elas dormitam sem que as façamos despertar. Todos somos guerreiros por natureza, capazes de despertarmos capacidades "desconhecidas"que gritam por nossa atenção. O ser pensante é um universo de alta complexidade, mas que de forma simples se potencializa para atingir o sucesso.
Creia em si mesmo como uma extensão da Divindade! Encare cada situação de frente e com coragem! O momento que você passa hoje vai passar, mas não deixe que a vida passe por você. Faça valer a pena lutar, crer e vencer, pois você foi projetado para ser VENCEDOR.

Tenha um ótima tarde!

Jefferson Leite 

A Lição dos Chuchus




Dona Maria Pena, que era viúva do Raimundo, irmão do Chico, julgava que este era um mão aberta…

Não era muito crente do dar sem receber. E, certa manhã, em que, sobremodo, sentia a missão do Médium, que muito estimava, disse-lhe:

- Chico, não acredito muito nas suas teorias de servir, de ajudar, de dar e dar sempre, sem uma recompensa. Não vejo nada que você recebe em troca do que faz, do que dá, do que realiza…

- Mas, tudo quanto fazemos com sinceridade e amor no coração, Deus abençoa. E, sempre que distribuímos, que damos com a direita sem a esquerda ver, fazemos uma boa ação e, mais cedo ou mais tarde, receberemos a resposta do Pai. Pode crer que quem faz o bem, além de viver no bem, colhe o bem.

- Então, vamos experimentar. Tenho aqui dois chuchus. Se alguém aqui aparecer, vou lhos dar e quero ver se, depois, recebo outros dois.

Ainda bem não acabara de falar, quando a vizinha do lado esquerdo, pelo muro, chama:

- Dona Maria, pode me dar ou emprestar uns dois chuchus?

- Pois não, minha amiga, aqui os tem, faça deles um bom guizado.

Daí a instante, sem que pudesse refazer-se da surpresa que tivera, a vizinha do lado direito, também pelo muro, ofereceu quatro chuchus a D. Maria.

Meia hora depois, a vizinha dos fundos pede a D. Maria uns chuchus e esta a presenteia com os quatro que ganhara.

A vizinha da frente, quase em seguida, sem que soubesse o que acontecia, oferece à cunhada do nosso querido Médium, oito chuchus.

Por fim, já sentindo a lição e agindo seriamente, D. Maria é visitada por uma amiga de poucos recursos econômicos.

Demora-se um pouco, o tempo bastante para desabafar sua pobreza.

À saída, recebe, com outros mantimentos, os oito chuchus…

E Dona Maria diz para o Chico:

- Agora quero ver se ganho dezesseis chuchus, era só o que faltava para completar essa brincadeira…

Já era tarde.

Estava na hora de regressar ao serviço e Chico partiu, tendo antes enviado à prezada irmã um sorriso amigo e confiante, como a dizer-lhe: “Espere e verá”.

Aí pelas dezoito horas, regressou Chico à casa.

Nada havia sucedido com relação aos chuchus…

Dona Maria olhava para o Chico com ar de quem queria dizer: “Ganhei ou não?…”

Às vinte horas, todos na sala, juntamente com o Chico, conversam e nem se lembram mais do caso dos chuchus, quando alguém bate à porta.

Dona Maria atende.

Era um senhor idoso, residente na roça.

Trazia no seu burrinho uns pequenos presentes para Dona Maria, em retribuição às refeições que sempre lhe dá, quando vem à cidade.

Colocou à porta um pequeno saco.

Dona Maria abre-o nervosa e curiosamente.

Estava repleto de chuchus…

Contou-os: sessenta e quatro: Oito vezes mais do que havia, ultimamente, dado…

Era demais.

A graça, em forma de lição, excedia à expectativa, era mais do que esperava.

E, daí por diante, Dona Maria compreendeu que aquele que dá recebe sempre mais.


Ramiro Gama


Sobre o Autor
Nascido no dia 27 de dezembro de 1898, em Tristão da Câmara, distrito de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro, e desencarnado no dia 20 de maio de 1981, na cidade do Rio de Janeiro. Jornalista, escritor, poeta, conferencista e espírita dos mais atuantes. Colaborou com quase toda a Imprensa Espírita do País e várias do Estrangeiro.

Referência
Do livro: Lindos Casos de Chico Xavier, LAKE – Livraria Allan Kardec Editora

quarta-feira, setembro 18, 2013

Bençãos da Oração




Todo esforço que envidarmos para comungar com Jesus é meritória realização que nos situa em paz. Situação, essa, receptiva para desdobrar valores que jazem inatos dentro de nós.

O botão de rosa, osculado pela luz solar, abre-se a desatar perfumes.

O charco em apodrecimento na própria miséria, sob as carícias da luz, renova-se, libertando-se, a pouco e pouco, das condições deploráveis.

O coração humano, visitado pela sublime luz do Céu, amplia as suas fronteiras de amor e agasalha toda uma multidão de aflitos.

Orando, o Cristo falava ao Pai. No intervalo da oração, escutava Deus.

Orando, foi preso numa cruz. Em silenciosa prece, despediu-se dos homens a fim de retornar logo mais.

Oremos, infatigavelmente, e não seremos surpreendidos pela frialdade das lutas anestesiantes. Oremos, e a ardência das paixões não nos conseguirá aniquilar.

Orando, ofereceremos oportunidade aos nossos irmãos em trevas, para que se penetrem de luz.
Orando, dar-lhe-emos o pão da esperança e o orvalho refrescante da paz, executando o nosso dever puro e simples, no ministério do auxílio fraternal.

Mediante a prece, o cristão decidido se encontra em permanente atitude de doação-recepção, podendo colher as bênçãos que se multiplicam durante o intercâmbio com as usinas poderosas da Vida Maior, enquanto ora..



João Cleofas

Do livro: Intercâmbio Mediúnico, Médium: Divaldo Franco

Encontro com Deus




Senhor, tantas foram as vezes em que meus olhos fitaram o céu, em busca de respostas.

Observei as dores do mundo e me perguntei onde Tua justiça, onde Tua bondade, onde Teu infinito amor.

Ainda assim, perguntei-me: Que és Tu? Onde habitas?

Porém, aquele dia havia de chegar. E chegou. E nós nos encontramos.

O hospital estava especialmente frio naquela noite de outono.

Eu fazia minhas rondas, acompanhando o quadro de cada paciente pelo qual eu, enquanto médico, era responsável.

Fui, então, surpreendido pela mãe de um dos meus pacientes, que, desesperada, gritava meu nome.

Seu filho, contando sete anos à época, estava tendo crises seguidas de convulsão. Seu corpo frágil, tomado pelo câncer, debatia-se sobre a maca.

Após estabilizá-lo e, levando-se em conta meus quarenta anos na área da oncologia, sabia que a morte não tardaria a chegar para aquele frágil menino.

Todavia, algo inusitado aconteceu: talvez porque tenha me lembrado de meu neto, saudável e feliz, lágrimas começaram a brotar incessantes de meus olhos e, mesmo muito me esforçando, não pude contê-las.

Segurei a mão daquela criança e, amparado pela mãezinha que agora compartilhava as lágrimas comigo, senti a pulsação dele ir tornando-se cada vez mais fraca, até cessar completamente.

Imediatamente, comecei a pensar em palavras de conforto para aliviar o coração daquela mãe que acabara de perder seu filho. Porém, as grossas lágrimas que rolavam pela minha face não me permitiam consolar alguém.

E quão espantado fiquei quando aquela senhora, enxugando as suas próprias lágrimas, abraçou-me e disse: Não chore, doutor. Deus quis que meu filho não sofresse mais.

Deus sempre age em nosso favor, prosseguiu a senhora. Nós é que, egoístas, muitas vezes não somos capazes de enxergar a Sua misericórdia em tudo o que nos cerca, mesmo quando sofremos.

Confuso, não consegui acompanhar o raciocínio daquela sábia mulher: Como podemos encontrar misericórdia no sofrimento?

E ela, como lendo os meus pensamentos, asseverou: Deus é como um pai que trata de seu filho doente: permite que o rebento tome o remédio, embora amargo, mas que trará alívio e cura para o corpo enfermo.

Deus permite que tomemos o remédio amargo do sofrimento, a fim de que curemos nosso Espírito de todo mal que, porventura, possa ainda nele existir.

Na resposta tão simples daquela senhora, eu Te encontrei.

Naquela maca, não estava apenas o filho da resignada mulher. Todas as dores do mundo, pelas quais também eu chorava, estavam ali representadas.

Enquanto eu via injustiça e dor, ela via oportunidade e regeneração. Enquanto eu perdia um paciente para a morte, ela entregava um filho para a vida. Eu via o fim. Ela, o começo.

Deus em tudo se revela. Baixemos a guarda de nosso orgulho, de nosso materialismo, de nosso egoísmo a fim de o percebermos.

No verde das florestas, no canto dos pássaros, nos que sofrem, nos que riem e dentro de nós... Lá Ele está!

Pensemos nisso!

Momento Espírita
site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3892&stat=0

A Queixosa




Benvinda Fragoso tornara-se amplamente conhecida pelas suas queixas constantes. Quem a ouvisse na relação dos fatos comuns afirmaria, sem hesitar, que a infeliz arrematara todos os desgostos do mundo.



Órfã de pai e mãe, vivia à custa de salário modesto, numa fábrica de toalhas, onde fora admitida por obséquio de amigos devotados. Todavia, se a existência era laboriosa, não faltavam recursos para torná-la melhor. Não se casara, mas dois sobrinhos inteligentes e generosos faziam-lhe companhia no ambiente doméstico. Os genitores não lhe deixaram haveres em espécie, mas sempre legaram à filha o patrimônio do lar, edificado ao preço de sublimes sacrifícios.

Benvinda rodeava-se de oportunidades benditas, mas não sabia aproveitá-las. Cristalizara-se nas queixas dolorosas, aniquilando as próprias energias. A mente enfermiça desfigurava as sugestões mais belas da vida diária.

– Sou profundamente infeliz – dizia a uma colega de trabalho –, vivo insulada, à maneira de animal sem dono, ao léu da sorte. Morrer seria para mim uma felicidade. Diz-se que o fim é sempre doloroso. Não será, porém, mais agradável alcançar o termo do caminho no seio de tantas sombras e surpresas angustiosas?

– Não digas isso, Benvinda – observava a companheira, com intimidade –, temos saúde, não nos falta trabalho, teus sobrinhos gostam de ti. Não nos sintamos desditosas, quando a oportunidade de serviço continua em nossas mãos.

Mal-humorada – explodia a queixosa, exasperada:

– Que dizes? a existência esmaga-me e desde a infância há sido para mim pesada carga de sofrimentos. Referes-te aos sobrinhos, e que significam eles em meu caminho senão agravo de preocupações? O mundo é cárcere tenebroso, inferno terrível, onde somos convocados a ranger dentes.

Calava-se a colega, ante o transbordamento de revolta insensata.


Na estação do frio, aferrava-se Benvinda em lamentações amargosas; no verão, acusava a Natureza, declarava-se incapaz de tolerar o calor ; e, se chovia, amaldiçoava as nuvens generosas.

Dispondo de muitas horas no ambiente doméstico, a infeliz nunca soube valorizar o santo aconchego das paredes acolhedoras, onde os pais carinhosos lhe haviam dado o beijo da vida.

Enquanto os sobrinhos, quase crianças, permaneciam no trabalho, Benvinda recorria às vizinhas e, mãos cruzadas em sinal de preguiça, continuava incorrigível:

– Ah! Dona Guilhermina, a vida vai-se tornando insuportável. Este mundo resume-se em miséria e desengano. Até quando serei humilhada e perseguida pela má sorte?

– Oh! minha filha! – respondia a interpelada, fixando gestos de mãe compadecida, por ocultar a verdadeira expressão da personalidade habituada à maledicência – Deus é bom Pai. Não desanime. Tenhamos confiança na Providência. Tudo passa neste mundo. A fé pode transformar nossas dificuldades em motivos de vitória e alegria.

– Fé? – replicava Benvinda, exaltada – estou descrente das orações. Deus nunca me atende. Quando sonhava, há dez anos, a organização de um lar que fosse somente meu, rezei pedindo a proteção do Céu e meu noivo desapareceu para desposar outra jovem, mais tarde, longe de mim. Quando meu pai se decidiu à operação, supliquei à Providência lhe poupasse a vida, atendendo a que eu era órfã de mãe, desde os mais tenros anos, e sobreveio a infecção que o levou à sepultura. Quando minha única irmã adoeceu, recorri de novo à confiança no Poder Celestial e Priscila morreu, deixando-me os filhos por criar, através de obstáculos numerosos. Como vê a senhora, minha crença não poderia resistir a choques tamanhos. Estou sozinha, abandonada ; sou o cão anônimo, desprezado em desvãos do caminho.

Mas, como a assistência espiritual da Esfera Superior se vale de todos os meios para socorrer ignorantes e infelizes, a vizinha, não obstante a má-fé, constituía-se em instrumento de consolação ao bafejo de amigos desvelados do Plano Superior e replicava:

– Entretanto, quem sabe todas as desilusões não resultaram em beneficio? O noivo, que a enchia de esperança, talvez a envenenasse de desesperação, mais tarde; o genitor teria evitado a operação cirúrgica, mas possivelmente se tornaria dementado, percorrendo hospícios ou convertendo-se em palhaço da via pública; a irmã ter-se-ia curado da pneumonia, mas, viúva muito jovem, talvez lhe amargurasse o coração fraterno, cedendo a sugestões inferiores no caminho da vida.

Em vez de ponderar as observações amigas, Benvinda retrucava:

– Não me conformo: para mim a vida se resume no drama pungente que aniquila o espírito, ou na comédia que revolta o coração.

A palestra continuava, pontilhada de lamentos e acusações gratuitas ao mundo, até que os rapazelhos chamavam à porta. A tia, que perdera tempo em lamúria improdutiva, aproximava-se do fogão, apressada.

– Esta vida não me serve! – dizia em voz alta, amedrontando os jovens – até quando serei escrava dos outros, capacho do Destino? Maldita a hora em que nasci para ser tão desgraçada.

Os sobrinhos miravam-na entristecidos.

– Quando conseguirmos melhor remuneração, titia – exclamava um deles, bondosamente –, havemos de auxiliá-la, retirando-a da fábrica. Não é a senhora nossa verdadeira mãe pelo espírito?

Benvinda, no entanto, longe de comover-se com a observação carinhosa, multiplicava as impertinências.

– Não creio em ninguém – bradava de cenho carregado –, quando vocês puderem, deixar-me-ão na primeira esquina. Não pensam senão em diversões e más companhias. Crêem que resolverão meus problemas com promessas?

Observando-lhe a feição neurastênica, os rapazes esperavam a refeição, sisudamente calados. Terminada esta, regressavam naturalmente à rua. O ambiente doméstico pesava. A lamentação viciosa é força destrutiva.

Benvinda não reparava que as amizades mais íntimas a deixavam sozinha no circulo das queixas injustificadas. Ninguém estava disposto a ouvir-lhe as blasfêmias e críticas impiedosas. As colegas de serviço evitavam-lhe a palestra desanimadora. As vizinhas refugiavam-se em casa ao vê-la em disponibilidade no quintal invadido de ervas rústicas. Os sobrinhos toleravam-na, desenvolvendo imenso esforço. Nesse insulamento, a infeliz piorava sempre. Começou a queixar-se amargamente do serviço e a acusar a administração da fábrica. Enquanto sua atitude se limitava a circulo reduzido, nada aconteceu de extraordinário; todavia, quando resolveu dirigir-se ao gerente para reclamações descabidas, recebeu a ordem inflexível de demissão.

Enclausurada no desespero, não tinha percepção das oportunidades que se desdobram no caminho de todas as criaturas, nem compreendia que não era a única pessoa a lutar no mundo. Crendo-se mártir, agravou a ociosidade mental e foi relegada a plano de absoluto isolamento.

Nem amigos, nem trabalho, nem colegas, nem sobrinhos.

Tudo fugiu, evitando-lhe a atmosfera de padecimento voluntário.

Depois de perder a casa, em venda desvantajosa, a fim de obter recurso à manutenção própria, passou ao terreno da mendicância sórdida.

Foi nessa situação escabrosa que a morte do corpo a compeliu a novos testemunhos.

Desencantada e abatida, acordou na vida real em solidão mais dolorosa. Ninguém a esperava no pórtico de revelações do Além-túmulo. Estava só, sem mão amiga.

E os sofrimentos de que se julgara vítima na Terra?

Não esperava convertê-los em títulos de ventura celestial? Descrera da Providência no mundo, entretanto, no íntimo, sempre acreditara que haveria glorioso lugar para os desventurados e famintos da experiência humana. Depois de longo tempo, em que se multiplicavam provas ásperas, rogou ao Espírito de sua mãe que a esclarecesse na paisagem nova. Tinha sede de explicações, ânsias de paz e fome de entendimento.

Depois da súplica formulada com lágrimas angustiosas, sentiu a aproximação da desvelada genitora.

– Benvinda – murmurou a terna mensageira, carinhosamente –, não te dirijas a Nosso Pai lamentando o aprendizado em que te encontras. Toda queixa viciosa, minha filha, converte-se em crítica injusta à Providência. Estás convicta de que sofreste na Terra; entretanto, a verdade é que envenenaste os poços da Divina Misericórdia. Fugiste às ocasiões de trabalho, desfiguraste o quadro sublime de realizações que te aguardavam a boa-vontade nas estradas da luta humana. Hoje aprendes que a lamentação é energia que dissolve o caráter e opera o insulamento da criatura. Não conseguiste afeições em ninguém, não soubeste conquistar a gratidão das criaturas, nem mesmo das coisas mais ínfimas do caminho. Sofre, minha filha! A dor de agora é tua criação exclusiva. Não imputes a Deus falhas que se verificaram por ti mesma.

– Oh! minha mãe! – suplicou a infeliz – não poderei, porém, voltar e aprender novamente no mundo?

– Mais tarde. Por agora, para que alcances alguma tranqüilidade, incorporar-te-ás à extensa falange espiritual que auxilia os rebeldes e inconformados da luta humana. Reduziste a existência a montão de queixas angustiosas, sem razão de ser. Trabalharás agora, em espírito, ao lado daqueles que se fecham na teimosia quase impenetrável, a fim de compreenderes o trabalho perdido...

E a queixosa trabalha até agora, para abrir consciências endurecidas à compreensão das bênçãos divinas.

É por isso que muitos homens, em momentos de repouso, são por vezes assaltados de idéias súbitas de trabalhos inesperados. Criaturas e coisas enchem-lhes a visão interna, requisitando atividade mais intensa. É que por aí, ao redor da mente em descanso, começam a operar os irmãos de Benvinda, a fim de que a preguiça não lhes aniquile a oportunidade, qual aconteceu a eles mesmos.


Humberto de Campos


Sobre o Autor
Três meses apenas de desencarnado, Humberto de Campos retornou do Além, através do jovem médium Chico Xavier, este, com 24 anos de idade somente, e começou a escrever, sacudindo o País inteiro com suas crônicas de além-túmulo. O fato abalou a opinião pública. Os jornais do Rio de Janeiro e outros estados estamparam suas mensagens, despertando a atenção de toda gente. Os jornaleiros gritavam. Extra, extra! Mensagens de Humberto de Campos, depois de morto! E o povo lia com sofreguidão... Agripino Grieco e outros críticos literários famosos examinaram atenciosamente a produção de Humberto, agora no Além. E atestaram a autenticidade do estilo. "Só podia ser Humberto de Campos!" - afirmaram eles. Começou então uma fase nova para o Espiritismo no Brasil. Chico Xavier e a Federação Espírita Brasileira ganharam notoriedade. Vários livros foram publicados. Aconteceu o inesperado. Os familiares de Humberto moveram uma ação judicial contra a FEB, exigindo os direitos autorais do morto! Tal foi a celeuma, que o histórico de tudo isto está hoje registrado num livro cujo título é "A Psicografia ante os Tribunais", escrito por Dr. Miguel Timponi. A Federação ganhou a causa. Humberto, constrangido, ausentou-se por largo período e, quando retornou a escrever, usou o pseudônimo de Irmão X. Nas duas fases do Além, grafou 12 obras pelo médium Chico Xavier. "Crônicas de Além-Túmulo", "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", "Boa Nova", "Novas Mensagens", "Luz Acima", "Contos e Apólogos" e outros foram livros que escreveu para deleite de muitas almas.


Do Livro: Reportagens e Além Túmulo, Médium: Francisco Cândido Xavier