domingo, julho 27, 2014

Descobrimos os outros, descobrindo quem somos...




Não se pode negar que todos queremos nos conhecer, ou seria nos reconhecer? Digo reconhecer pois em verdade talvez já saibamos que somos, mas ainda faltam alguma incógnitas como: Qual nosso papel na sociedade? De onde viemos quando mergulhamos no corpo físico e para onde iremos depois de o deixar voltando às entranhas do túmulo?
É possível que passemos boa parte da vida procurando nas pessoas e as pessoas, para nossa felicidade e realização pessoal e interior. O simples hábito de delegar a responsabilidade de nossa vida e conquistas a outrem, já é uma tentativa de descobrir ou deixar que as pessoas nos descubram e nos mostrem o caminho para a felicidade, no entanto nunca houve e nunca haverá alguém que seja feliz porque os outros o tenham feito feliz. Parece estranho dizer isso, pois geralmente ouvimos: " Tu me faz tão feliz"...muitas são juras de casais apaixonados que proclamam as paixões que em via de regra não tardam para acabar em relações afetivas destruídas por esses ou aqueles motivos.
Analisando a psicologia ensinada  e exemplificada pelo carpinteiro de Nazaré, vemos que o Mestre proclamou verdades que além da religiosidade estão em pregnadas de conhecimentos múltiplos da alma humana co criadora de seu próprio destino, de suas próprias conquistas. Cada um de nós possui em si a persona de poder, no entanto na maioria das vezes precisamos de quem nos venha incentivar, fazer o despertamento para nossa mudança de comportamento que culmina com esse poder pessoal.
Sócrates o grande defensor da imortalidade da alma que se licenciou nas reflexões do comportamento humano, se auto iluminou e nos aclarou a visão no "conhece-te  a ti mesmo", no entanto ainda distamos tanto dessa capacidade de saber em verdade quem somos. Todos nós, sem exceção temos algo em nós para revisar, talvez sejam vícios morais adormecidos que as pessoas não conseguem ver, mas que no imo da alma está guardado em um "canto esquecido" de nosso psiquismo. Quando falamos desses vícios não nos referimos aqueles que todos alcançam em nós como o álcool, as drogas lícitas e ilícitas, ao tabaco, etc mas sim aqueles que a maioria das pessoas talvez não perceba em nós, pois são fáceis de disfarçar sendo eles o egoísmo, o ciúme, ao orgulho, a inveja e tantos males adormecidos da velha criatura que de tempos em tempos teimam em florescer.
O título diz que descobrindo os outros nos descobrimos, isso porque salvo os casos missionários que são raros quase todos estamos vitimados por mazelas e estágios muito próximos uns dos outros e por isso ao invés de olharmos as imperfeições humanas, podemos ver em cada criatura um espelho refletido de nós mesmos, isso não quer dizer que vamos continuar assim. A evolução é nosso destino e haveremos de crescer enquanto seres humanos para a felicidade moral e espiritual. Alcançar a paz de espírito desejada só depende de nossos esforços para modificar nossas imperfeições, para isso o primeiro passo é a identificação dessas imperfeições morais e logo em seguida, enfrentar cada uma delas com a certeza de que nascemos não por acaso, mas para evoluirmos, só depende de nós.

Jefferson Leite

quinta-feira, julho 17, 2014

Troca de favores



Certa vez, uma pequena lagarta estava procurando o que comer, quando viu linda e apetitosa folha ali perto. Arrastou-se até lá, com dificuldade, e estava começando a devorá-la, quando viu um pássaro que procurava comida ali perto.
Assustada, a lagarta encolheu-se, esperando que ele não a visse, pois ele era chamado de papa-lagartas. Mas, muito esperto, o pássaro já vira a bela lagarta que se arrastava pela
folha. 
Ele voou para perto dela e piou:
— Sinto muito, Dona Lagarta, mas preciso levá-la para meu ninho, onde os filhotes esperam pelo alimento.
A lagarta encolheu-se toda de medo e respondeu:
— Também estou cortando folhas para levar ao meu abrigo, onde meus filhotes aguardam com fome. Tenha piedade de mim, Senhor Pássaro!
— Mas eu não posso, Dona Lagarta. E meus filhos, o que vão comer?
Ao que a lagarta respondeu:
— Está bem. Vamos fazer um acordo? Então, assim que eu levar a comida para minhas lagartinhas estarei à sua disposição.
 
O pássaro aceitou o combinado e esperou a lagarta acabar de cortar a folha. Depois, a lagarta se arrastou até o local onde deixara os filhotes levando a folha, e o pássaro a acompanhou.
Ao ver os filhotes da lagarta, os olhinhos do pássaro brilharam. Ele ficou encantado com a provisão de alimento que poderia levar
para seus filhos. As lagartinhas eram bem verdinhas e apetitosas, e pensou: Meus filhotes vão adorar!
Nesse momento, descuidando-se, o pássaro não viu um grande jacaré que, saindo da água, se arrastava pelo mato ribeirinho. Chegando perto do pássaro, se preparava para abocanhá-lo, quando a lagarta viu e, penalizada, avisou:
 
— Senhor Pássaro, cuidado com o jacaré!
Ouvindo o alerta, rapidamente ele abriu as asas e alçou voo, escapando dos dentes do jacaré. Depois, voltou e agradeceu à lagarta:
— Se não fosse a senhora me avisar a tempo, Dona Lagarta, eu teria morrido na boca enorme do jacaré. Por que me avisou?
A lagarta olhou para seus filhotes e respondeu:
— Porque me lembrei dos seus filhotes que ficariam sem o pai, e senti pena. Porque, se fosse eu que estivesse no seu lugar, não gostaria que meus filhotes ficassem sozinhos.
O pássaro ouviu, pensou um pouco e resolveu:
— Dona Lagarta, muito obrigado. Eu vou-me embora; preciso arranjar comida para meus filhotes.
A lagarta se arrastou um pouco e indagou:
— Senhor Pássaro, desistiu de usar-me como alimento?
O pássaro, preparando-se para bater as asas, respondeu:
— É que fiquei com pena dos seus filhotes, Dona Lagarta, que ficariam sem a mãe. Adeus!
Assim, batendo as asas, o pássaro levantou voo em busca de alimentação para seus filhotes. Perdera suas presas, porém estava satisfeito. Poderia ter caído nas garras do jacaré e nunca mais veria seus filhotes.
Tanto o pássaro quanto a lagarta entenderam que vale a pena retribuir o bem que nos fazem, pois geramos amizades que podem ser valiosas, mesmo que a princípio não possamos acreditar nisso.      
MEIMEI
 
(Recebida por Célia X. de Camargo, em 16/06/2014.) 


                                                

                                                   

sexta-feira, julho 11, 2014

Nossas lutas, nossa vida...


Em cada caminho, muitos tropeços
Em cada tropeço uma lição                                        
Em nossa vida, algumas feridas
Mas sempre há amor no coração

Desafios a serem vencidos
São etapas do nosso progresso
Muitas dores, quantos seres sofridos
Mas ao final tudo leva e eleva ao sucesso

Não percamos a oportunidade
De com as lutas aprender
Elas nos ensinam que é sempre preciso
A nós mesmos conhecer

Mudanças são necessárias
A todo tempo que for
O importante é quem todas elas
Mantenhamos sempre presente, o amor.

Jefferson Leite



sábado, julho 05, 2014

O tempo e a vida...


Como agentes transformadores da sociedade e em constante transformação, somos quase sempre influenciados pelo meio, pelos sistemas, pela opinião da maioria. A vida é como um baú de conhecimentos que se agregam formando gostos, aptidões, enfim caracteres próprios com as experiências. Essas, podem ser físicas ou espirituais, preceder a existência corpórea, ou ser após o túmulo. Na realidade, o ser humano vive um processo de aprendizagem e reciclagem continuado e por isso muitas vezes com o passar do tempo abre mão de certas posturas antes radicais ou tidas como certas.
Não se pode ignorar nesse contexto a valoração do tempo para nosso crescimento moral, pois é ele que diretamente nos proporciona novas experiências. Com o tempo aprendemos a ver as coisas sob uma ótica diferente e o que parecia sem saída como "num passe de mágica" se torna resolvível. O tempo é mágico!
Feridas psicológicas gigantescas que parecem não cicatrizar são luarizadas com o tempo, até porque desenvolvemos a capacidade de perdoar quem nos feriu e ver que naquele momento, aquela pessoa foi infeliz consigo mesma. As paixões efêmeras cedem lugar aos gostos apurados com o tempo, pois ficamos mais seletivos, podemos dizer que amadurecemos o psiquismo nos tornando mais plenos de nós mesmos. Com o tempo, começamos a acreditar em nossa própria capacidade, nos tornamos mais confiantes e responsáveis por nossos erros ou fracassos, sem procurar culpados ou justificativas nos outros.
Para quem deseja obter êxito, um dos pontos fundamentais é respeitar o tempo, como ele nos respeita. Somos respeitados pelo tempo em nossas limitações, em nossas fases de adaptação,em nossa necessidade de descanso e recolhimento psicológico. Precisamos respeitar o tempo não o consumindo em futilidades, em questiúnculas, comentários da vida alheia, maldizendo o próprio tempo e a vida. A pessoa jubilosa não para no tempo, tampouco luta para parar o tempo, mas faz dele, o tempo um aliado precioso para buscar alcançar seus objetivos.
O grande desafio nosso de cada dia é conviver bem com nosso tempo investindo-o de forma acertada. A grande maioria de nós, o vê como adversário e não como aliado e é por isso que não descobrimos a verdade libertária de que Deus no calendário do tempo nos inscreveu para sermos vencedores, contudo pelo tempo que perdemos acabamos atrasando nossa chegada, pois quando tempo iremos gastar para chegar ao pórtico vitorioso é uma responsabilidade nossa pelas escolhas erradas. 
Vamos em frente! O tempo nos pede agilidade e segurança, a vida é a oportunidade, a felicidade nos espera!

Jefferson Leite

quinta-feira, julho 03, 2014

Renovação


Otávio era um homem que durante toda a vida sempre vivera com conforto. De família rica, herdara uma fábrica, muitos imóveis, além de bastante dinheiro e joias valiosas.
 
Com tantos recursos, Otávio crescera sem problemas de dinheiro, e não aprendera a valorizar o que tinha.
Sua família vivia sempre em festas e viagens. Os filhos não aproveitaram as bênçãos da escola, porque queriam aproveitar a vida e não tinham tempo para pegar nos livros.
O tempo foi passando, até que um dia Otávio
amanheceu não se sentindo muito bem. E ficou no leito, descansando.
No entanto, ele piorou e mandou chamar o médico da família.
Após examiná-lo, o médico lhe disse:
— Otávio, pela vida que você tem levado, seu organismo está precisando de cuidados. Vou passar-lhe uma medicação que deverá tomar todos os dias, na hora certa. Seu caso é grave e, se não deixar de comer tanto, vai piorar.
Otávio agradeceu, mas continuou levando a vida de sempre. Nem os remédios ele tomava, alegando não ter tempo.
Ele tinha um filho diferente dos demais. Tadeu, o caçula, agora já um rapazinho, era o único que se preocupava com o pai, a mãe e os irmãos. Ele dizia:
— Papai, nossa família não pode passar o tempo todo em festas e viagens! Mamãe e meus irmãos nem param em casa! E o senhor está aqui, porque está com problema de saúde, caso contrário também estaria levando uma vida só de prazeres.
— Que bobagem, meu filho! Temos bastante dinheiro para nos divertirmos!
E o rapazinho voltava a perguntar:
— Papai, mas o dinheiro pode acabar! Outro dia, conversei com um empregado da fábrica e ele me disse que, na fábrica, está muito difícil. Que seu gerente está gastando muito dinheiro sem necessidade! Deixe-me tomar conta da fábrica, quero trabalhar!
Nervoso, o velho pai retrucou:
— De jeito nenhum! Filho meu não precisa trabalhar! O que irão dizer de mim?
Tadeu abaixou a cabeça, desalentado. Não adiantava conversar com o pai. Quem sabe alertar a mãe? Ou seus irmãos?...
E Tadeu procurou a mãe, inutilmente. Quando a encontrava, pedindo-lhe para conversar, ela dava uma desculpa: tinha que arrumar o cabelo, comprar roupas ou ir a uma festa.
Procurou seus irmãos, também sem êxito. Assim, Tadeu resolveu viver sua vida, sem se preocupar com os demais.
Certo dia, ao entrar no quarto do pai, viu que ele estava deitado ainda. Chamou-o e ele não respondeu. Mandou chamar o médico, que o examinou, dando o diagnóstico:
 
— Por ter abusado demais de comidas, bebidas e excessos de todo gênero, seu pai teve um ataque do coração e terá que ficar no leito. Aqui está a receita.
Assim, Tadeu ficou ao lado do pai, ajudando-o na recuperação e dando-lhe os remédios.
Ao saber que o patrão estava doente, os empregados aproveitaram para tirar da fábrica tudo o que podiam, até que foi necessário
fechá-la. A mãe e os irmãos, vendo que o pai não mandava mais em nada, acabaram com todo o dinheiro, venderam as joias e tudo que tivesse algum valor, para prosseguirem na vida de divertimentos.
Sempre no leito, um dia o pai perguntou ao filho, lamentando ao ver que nada mais havia da riqueza de outrora:
— Por que Deus permitiu que isso acontecesse, meu filho? Estamos pobres!
O rapazinho, olhando o pai com ternura, respondeu:
— Meu pai! Aprendi, com Jesus, que temos sempre o que merecemos. Deus nos dá sempre o melhor para podermos viver. Todavia, também nos mostra o que precisamos fazer: amar ao próximo como a nós mesmos.
O pai, que ouvia calado as ponderações do filho caçula, considerou:
— Nossa família teve tudo em abundância, riquezas que poderiam ter sido repartidas com os que nada têm, porém resolvemos utilizar todos os recursos para nosso próprio uso, deixando nossos irmãos morrerem de fome. Agora, temos as consequências: a doença, a falta de dinheiro, a velhice desamparada.
O pai, com lágrimas nos olhos, lamentava o tempo perdido. Mas o filho disse:
— Todavia, meu pai, ainda podemos fazer alguma coisa: ajudar as pessoas através da palavra, levando-lhes os ensinamentos de Jesus!
Então, Tadeu, como não podia sair de casa, pois o pai dependia dele, resolveu usar a bela e antiga casa, para receber os pobres e necessitados das ruas, ao mesmo tempo ajudando ao pai.
Em determinada hora da tarde, Tadeu reunia os pobres na grande sala, e abrindo o Evangelho de Jesus, lia um trecho e comentava. Depois, fazia uma oração e, para finalizar, servia chá com pão para todos.
Com o passar do tempo, a multidão aumentava sempre, mas também os amigos de boa vontade, que vinham ajudá-lo a tratar dos infelizes.
Assim, o pai, agora idoso, se beneficiava dos comentários de Tadeu, introduzindo o Evangelho em seu coração, tornando-se outra pessoa, melhor e mais feliz.
Até o dia em que Deus o chamou para o mundo espiritual, agora renovado e cheio de fé, com o coração agradecido pelas bênçãos recebidas pelo trabalho do filho. 
                                                            MEIMEI

(Recebida por Célia X. de Camargo, em 14/04/14.)

                                                

                                                   

quarta-feira, julho 02, 2014

Nosso convite

Acende a chama da esperança onde a dor teimar nascer
Ilumina com atitude de bonança onde o egoísmo aparecer
Cultiva os nobres atos, se porventura te bater a porta a amargura    
Te convidando a grosseria ou a irritabilidade...
Semeia pelo mundo a beleza da caridade
Pois quando o bem aparece, logo se espanta o mal
E tudo segue um roteiro do pleno amor verdadeiro
Esse nobre sentimento universal.

Jefferson Leite