Ele voou para perto dela e piou:
— Sinto muito, Dona Lagarta, mas preciso levá-la para meu ninho, onde os filhotes esperam pelo alimento.
A lagarta encolheu-se toda de medo e respondeu:
— Também estou cortando folhas para levar ao meu abrigo, onde meus filhotes aguardam com fome. Tenha piedade de mim, Senhor Pássaro!
— Mas eu não posso, Dona Lagarta. E meus filhos, o que vão comer?
Ao que a lagarta respondeu:
— Está bem. Vamos fazer um acordo? Então, assim que eu levar a comida para minhas lagartinhas estarei à sua disposição.
Nesse momento, descuidando-se, o pássaro não viu um grande jacaré que, saindo da água, se arrastava pelo mato ribeirinho. Chegando perto do pássaro, se preparava para abocanhá-lo, quando a lagarta viu e, penalizada, avisou:
A lagarta olhou para seus filhotes e respondeu:
— Porque me lembrei dos seus filhotes que ficariam sem o pai, e senti pena. Porque, se fosse eu que estivesse no seu lugar, não gostaria que meus filhotes ficassem sozinhos.
O pássaro ouviu, pensou um pouco e resolveu:
— Dona Lagarta, muito obrigado. Eu vou-me embora; preciso arranjar comida para meus filhotes.
A lagarta se arrastou um pouco e indagou:
— Senhor Pássaro, desistiu de usar-me como alimento?
O pássaro, preparando-se para bater as asas, respondeu:
— É que fiquei com pena dos seus filhotes, Dona Lagarta, que ficariam sem a mãe. Adeus!
Assim, batendo as asas, o pássaro levantou voo em busca de alimentação para seus filhotes. Perdera suas presas, porém estava satisfeito. Poderia ter caído nas garras do jacaré e nunca mais veria seus filhotes.
Tanto o pássaro quanto a lagarta entenderam que vale a pena retribuir o bem que nos fazem, pois geramos amizades que podem ser valiosas, mesmo que a princípio não possamos acreditar nisso.
MEIMEI
(Recebida por Célia X. de Camargo, em 16/06/2014.)
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quinta-feira, julho 17, 2014
Troca de favores
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