domingo, agosto 30, 2015

A flor da vida...


A vida é flor que renasce em cada primavera
Que embeleza do homem até a fera
Que perfuma os campos e os jardins
Que suaviza as dores em você e também em mim                       
A vida é flor que se abre nos caminhos
Rosa que colore, sem nos ferir com espinhos
A Dália que vem em multicores
Tem o sabor dos amores, na inocência da canção
Como o Cravo na lapela esquecido
Na amplitude da emoção tem sempre mais sentido
Nossos ramos se espalham sobre a terra
Como a própria Buganvília trazendo a paz, evitando a guerra
Nossa vida não se encerra, renasce ao fim
Tendo a perfeição e a sutileza do Jasmim
Apesar de todos os pesares mais profundos
Talvez além de muitos planos, de outros mundos
Não encontremos com uma beleza da Orquídea sem igual
Sendo o jardim da mais bela vida
Cada sonho, uma linda Tulipa ou uma meiga Margarida.

Jefferson Leite

sábado, agosto 29, 2015

João, o cadeirante



Quase no final do dia, após as tarefas realizadas, sentado na varanda de sua casa, Joel, garoto de doze anos, conversava com a mãe.
Atravessando uma idade difícil, tudo lhe era problema, irritação, revolta. 
A mãe, com paciência, explicava-lhe que, na existência, tudo tem uma razão de ser. Que Deus, Criador do Universo e Pai de todos, sabia exatamente o que cada um de seus filhos precisava para aprender e melhorar.
 
Nesse instante, passava um homem em cadeira de rodas, conduzido por um garoto, que o levou à pracinha defronte da casa de Joel. O rapaz parou a cadeira, inclinou-se para falar com o homem, depois pegou a mochila e o deixou sozinho. Acompanhando a cena, Joel virou-se para a mãe, revoltado:
— Está vendo, mãe? Esse cadeirante, além de não poder andar, ainda ocupa o tempo do rapaz, que ia para a escola! Acha justo isso? Esse homem teria mais é que ficar em casa ou sumir, deixando o rapaz em paz!
 
A mãe virou-se para o filho, surpresa:
— Pensa realmente assim, Joel? Meu filho, nós não sabemos os laços que unem este senhor ao rapaz com a mochila que, imagino, tenha ido estudar.
— Ah, mãe! Ninguém merece um peso desses, não acha?
A senhora trocou um olhar com o filho e considerou:
— E se fôssemos nós, seu pai ou eu, que ficássemos doentes, incapacitados de andar, você pensaria do mesmo jeito?
Joel ficou calado, depois disse que não saberia o que fazer. A mãe, com tristeza, explicou:
— Para julgar, meu filho, é necessário conhecer a história das pessoas. Pense nisso! Vou preparar o nosso lanche.
Pensativo, Joel resolveu atravessar a rua e falar com o cadeirante. Assim, chegando perto dele, cumprimentou-o. O senhor sorriu, satisfeito:
— Ah, meu jovem! Que bom ter vindo conversar comigo! Meu filho foi estudar e eu fico aqui nesta praça, variando de lugar para não me cansar. Porém, sempre aparecem pessoas gentis para falar comigo. Eu sou João. E você?
— Sou Joel e moro aqui em frente. Mas, por que você vem ficar sozinho aqui durante horas? Não seria melhor ficar em sua casa?
O senhor sorriu e explicou:
— Joel, é que Geraldo, meu filho, volta tarde da escola e o trajeto é perigoso; muitas vezes acontecem assaltos! Então, eu o acompanho para que ele não corra perigo. E sou sempre abençoado, pois, como eu disse, sempre aparecem pessoas gentis como você, para conversar comigo, tornando o tempo mais agradável e menos longo.
Joel viu que tinha feito juízo precipitado. Mais simpático, ele perguntou o que tinha acontecido para estar numa cadeira de rodas, e o homem respondeu:
— Eu era pedreiro e trabalhava num prédio, quando caí do segundo andar. Era para ter morrido, foi difícil, mas consegui viver. Após muitos meses, a única opção era a cadeira de rodas, que aceitei contente!
— João, mas não tem jeito de andar de muletas, pelo menos? — indagou Joel.
— Joel, disse o médico que eu poderia ter ficado o tempo todo numa cama, sem poder me levantar, mas que Deus havia sido muito bom comigo. Então, entendi que isso tinha um preço: que eu deveria levar consolo e esperança para as pessoas. Assim, é o que eu faço, aqui nesta cadeira de rodas que me leva para todo lugar! Não é ótimo?!...
— Pensando assim... Acho que é.
João deu uma gargalhada ao notar a expressão de piedade do rapazinho:
— Joel, acredite, meu amigo. Estou muito melhor agora do que antes! Eu era terrível! Brigava com todo mundo, criticava, respondia mal, sempre descontente da vida. Até que o Senhor me mostrou que a felicidade somos nós que criamos com nossas atitudes! Hoje, tudo está bom para mim; nada tenho a reclamar.
 
— Ah!... João, antes de conhecê-lo eu fazia outra ideia de você. Agora vejo que criatura maravilhosa você é! — disse Joel com os olhos úmidos, completando: — Eu sou assim como você era! Minha mãe falava que eu deveria me modificar, mas nunca aceitei. Gostaria que você a conhecesse!
— Pois eu teria muito prazer, Joel.
Tendo uma ideia, Joel propôs atravessarem a rua e irem tomar um lanche em sua casa. João aceitou e eles foram à casa de Joel, que gritou da porta:
— Mamãe, trouxe uma visita para o lanche!
A mãe veio da cozinha dizendo que nada tinha de diferente para oferecer à visita, mas que teria
muito prazer em recebê-la. Ao ver que era o cadeirante, que já conhecia por ter visto outras vezes, sorriu estendendo-lhe a mão:
— Seja bem-vindo à nossa casa, senhor!
Apertando a mão dela, João sorriu agradecendo a gentileza, ao que a senhora respondeu que, embora simples, a casa estava sempre aberta para os amigos.
O pai de Joel havia chegado, cumprimentou João e sentaram-se à mesa. Joel, naquele dia, para surpresa dos pais, fez questão de fazer a prece:
— Senhor Jesus, agradeço as bênçãos deste dia, especialmente a presença do meu amigo João, que hoje me ensinou muitas coisas importantes. Que eu possa aproveitar, de hoje em diante, tudo de bom que conversamos, tornando-me uma pessoa melhor, mais sensível ao sofrimento das pessoas e mais feliz. Obrigado, Senhor!
Todos se emocionaram com a prece de Joel, notando as mudanças que se operaram nele naquele dia abençoado, pela presença de João.
Desse dia em diante, João muitas vezes ficava aguardando o filho Geraldo na casa de Joel. Convidado a fazer isso todos os dias, ele agradeceu, mas afirmou:
— Não posso! Preciso ajudar outras pessoas!   
MEIMEI 
(Recebida por Célia X. de Camargo, em 20/07/2015.)     

Fonte:  O Consolador

                                                 

segunda-feira, agosto 24, 2015

Paz, a verdadeira liberdade


“Paz, a Verdadeira Liberdade”, este foi o tema da palestra do pesquisador e orador Jefferson Leite de Itaperuna-RJ, no domingo 23 de agosto de 2015, de 09 as 10h da manhã, na Sociedade Colatinense de Estudos Espíritas, situada a Rua Santa Maria, 51 - Centro, informações pelos telefones: 27 3722-2756 / 3722-5192 / 99854-2762 / 99907-4060. Jefferson é professor, escritor e orador. Ele participa de diversos movimentos doutrinários, sociais, comunitários e políticos no Norte Fluminense, confiram no Blog dele: http://jeffersonleite.blogspot.com.br. Felicidades! Saúde Paz e Alegrias para você e seus familiares! Virgilio Knupp (Presidente da SCEE). Sempre aos domingos fazemos a transmissão ao vivo de nossas palestras no Canal 4, confiram acessando http://www.redeamigoespirita.com.br/p.... Assistam nossas palestras publicadas na Rede Amigo Espírita através do link http://www.redeamigoespirita.com.br/v... e no Youtubehttps://www.youtube.com/user/sceecola....


domingo, agosto 23, 2015

Retribuir violência com amor

Certo dia a mãe de Guilherme, passando próximo da escola do filho, foi buscá-lo na saída. Aproximou-se do portão e ficou à sombra de uma árvore esperando por ele.
No entanto, logo que os garotos começaram a sair contentes, fazendo algazarra, ela notou que Afonso, um dos alunos, estava com expressão brava, muito irritada. Após passar pelo portão, ficou parado na rua. Logo, saiu outro menino, Ricardo, que todo sorridente e tranquilo conversava com alguns colegas e eles riam.
 
Ao vê-lo passar pelo portão, notou que Afonso fechou os punhos e partiu para cima de Ricardo, cheio de raiva e, chegando perto dele, começou a dar-lhe socos na cabeça.
Os outros garotos começaram a gritar, tentando separá-los, mas Afonso não desistia. Ricardo já estava com o nariz cheio de sangue, e suplicava em lágrimas:
— Afonso! Por que está me batendo? Por que tanta raiva? O que foi que eu lhe fiz?
Porém, o colega não parava de bater nele, dizendo:
— Isso é para você aprender a não querer parecer melhor do que eu! Pensa que não vi? A professora elogiou você, dizendo que o seu desenho era melhor que o meu! Você fez isso só para me humilhar perante a classe toda!...
Nesse momento a professora, que fora avisada da briga, chegou correndo, tentando apartar os dois alunos. Porém, agarrando-os pelos braços, ela procurava separá-los à força e não conseguia.
A mãe de Guilherme, que assistia à cena, pediu licença para falar com Afonso. A professora, cansada, permitiu.
Assim, Dora chegou perto dele, que continuava avançando sobre Ricardo e, após levar o pensamento a Jesus pedindo-lhe ajuda, aproximou-se mais e envolveu Afonso com amor, dando-lhe um abraço e, ao mesmo tempo, arrastando-o daquele lugar.
Livre dele, Ricardo mostrou-se aliviado, e correu para o outro lado da rua, junto de seu amigo Guilherme para ver o que ia acontecer.
 
Dora, mãe de Guilherme, abraçada ao menino, com doçura dizia-lhe palavras de paz e carinho, acalmando-o. Levou Afonso até um banco e sentou-se com ele, que agora chorava em seus braços. Ela enxugou-lhe o rosto, embalou-o nos braços e murmurou:
— Por que está tão bravo, Afonso? Você sempre foi um bom menino, de quem todos gostam! Acalme-se. Respire fundo, pense em Jesus e logo estará melhor.
Ele balançou a cabeça e falou:
— Não sei por que fiquei tão bravo, tia Dora! De repente, vi Ricardo dando risada e achei que era de mim, porque a professora disse que o desenho dele era melhor do que o meu!
Nesse momento a professora, já mais calma, tinha se aproximado e, ouvindo a conversa, explicou:
— Não, Afonso. O que eu disse é que os melhores desenhos da classe realmente foram o de Ricardo e o seu, que está excelente! Você entendeu errado.
— Então o meu desenho está bom?
— Claro que está! Você desenha muito bem, Afonso. É diferente do estilo de Ricardo, mas ambos são ótimos, os melhores da classe! — explicou a professora.
— Ah, então estou contente! — disse Afonso com um tímido sorriso no rosto, já calmo.
A professora abraçou-o e, chamando Ricardo, fez com que fizessem as pazes, trocando um abraço. Em seguida, ela foi embora, satisfeita com o resultado da ação que tivera.
Acalmada a briga, os alunos foram embora comentando o que acontecera, assim como Dora e seu filho Guilherme.
No trajeto de casa, caminhando pela calçada, Guilherme puxou o assunto:
— Mamãe, como você conseguiu acalmar Afonso? Ele estava tão bravo!...
A mãe pensou um pouco e respondeu:
— Filho, você se lembra da lição que lemos no Evangelho, ainda ontem à noite?
— Lembro-me sim, mamãe. Jesus dizia que os discípulos não deveriam retribuir violência com violência. Ao contrário, que usassem a bondade, a única arma que acaba com o mal. Assim, tratando a todos com amor, não teremos problemas nem inimizades!
A mãezinha sorriu, satisfeita:
— Muito bem, Guilherme! Você guardou bem a lição. Nunca vamos vencer se usarmos a violência. Contra a raiva, o ódio, a crueldade, devemos sempre responder com o amor. Só assim conseguiremos resolver qualquer situação.
O garoto balançou a cabeça, concordando:
— E foi o que você fez, mamãe. Logo Afonso estava calmo, tranquilo... Acho que minha professora também aprendeu algo com você hoje, mamãe!
— Meu filho, o que realmente importa é o bem que fazemos aos outros. Agora está tudo em paz de novo. Graças a Jesus, a quem supliquei ajuda naquele momento.
Guilherme abraçou a mãe com muito amor e gratidão, por ela ter ajudado seu amigo Afonso, que estava tão descontrolado, e comentou:
— Graças a Jesus, mamãe conseguiu ajudar o Afonso, que é um bom menino, mas muito irritado. Quem sabe hoje ele aprendeu a lição?  
MEIMEI 
(Recebida por Célia X. de Camargo, em 22/06/2015.)   

Fonte:O Consolador
                                            
                                              
 

segunda-feira, agosto 17, 2015

Potencial da alegria



Já nos recomendou solenemente o apóstolo dos gentios: " Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco". Na  epístola aos Tessalonicenses o emissário de Tarso de forma pedagógica nos faz referências principalmente a nossa capacidade de olhar a luz do dia como o sentido do renascer da esperança; do alvorecer de uma nova era para o progresso da humanidade.
A tristeza nos últimos tempos parece ter tomado conta de grande parte de nossa população planetária, na realidade o que ocorre é que o ato de se entristecer sempre esteve presente na vida humana como uma maneira de fugir da realidade. Já dizim os antigos: " Tristeza não paga dívidas". De fato a tristeza não resolve nossos problemas, ao contrário os amplia de forma que os faz crescer e ganhar efeitos complicados de serem resolvidos. Uma determinada tristeza em alguns casos, levando em conta que não pode ultrapassar um limite considerado normal é importante para a reorganização de si mesmo. Podemos compreender que esse entristecer traz consigo uma aparente fraqueza, uma melancólia, um desistir da vida. Nesse aspecto sempre é salutar fazer a catarse mental, a busca íntima para entender o que nos causa esse estado de tristeza, eis o primeiro passo.


Podemos conceber que essa pessoa em estado de tristeza precisa de uma moderada solidão, de um respeito a seus limites, pois em verdade dificilmente alguém dividirá consigo sua tristeza. Pensemos numa casa onde residam muitas pessoas e que uma delas esteja assaltada dessa tristeza comum, passageira e pessoal, outras poderão desejar ouvir música bem alto, o falatório ensurdecedor, as brincadeiras maldosas, tudo pode parecer uma invasão de privacidade para quem se acha entristecido, então o melhor remédio seria um isolamento temporário, dentro de um quarto já está ótimo, não precisa mudar de casa ou subir a um monte. 
Vale ressaltar que essa tristeza temporária sem causas aparentes não caracteriza depressão e sim uma necessidade humana de se refugiar, seria em verdade uma terapêutica preventiva da alma para ressurgir mais firme e forte para novos desafios.
Triteza momentanea pode vir carregada de determinada preguiça e isso é incomodo para quem não reconhece os sintomas normais. Mais uma vez pode ser sinônimo de conflitos familiares se no caso pais, ou conjuges interpretam ser alguma insatisfação consigo mesmo. O estado de tristeza pode trazer em si um unifome, o pijama. É comum que a pessoa se vista dele, ou melhor, não se dispa deste fazendo dele seu traje preferido de todos os horários. Para alguns estudiosos a tristeza pode se prolongar por até cerca de dois meses e após isso caracteriza o aparecimento do estado depressivo. Ainda recorrendo a Paulo pensamos que novo dia ressurge no universo psíquico como amostra de uma vida regenerada. A alegria de quem encontra com as nobres verdades é capaz de isolar a tristeza, abrir o campo magnético da felicidade e nos permitir oportunidades valiosas de reajuste perante as Leis incontestáveis da vida. Por mais árduo o caminho precisamos sempre dar graças pelos bens que a vida nos empresta na Terra para darmos conta na verdadeira Pátria, o Mundo Espiritual.
Todos os momentos emocionais nos inspiram a buscar finalmente a felicidade como um tesouro escondido no interior da criatura cujo mapa nos revelará que devemos percorrer nossos caminhos íntimos com atenção para cada detalhe da estrada e encontraremos a chave do sucesso, o verdadeito potencial da alegria.

Jefferson Leite