Fernando era um menino de família muito pobre, com dificuldades imensas, pois em sua casa muitas vezes faltava até o que comer.
Mas Fernando possuía um bom coração, era alegre e prestativo, e o pouco que tinha repartia com os outros.
Ele era entregador numa loja, cujo dono resolvera ajudá-lo apenas para que não ficasse na rua. Seu “salário” era muito pequeno. Na verdade, resumia-se às gorjetas que as pessoas de boa vontade lhe davam pela sua ajuda.
Um dia, voltava ele para casa, e esse tinha sido um dia de pouco movimento; ganhara apenas algumas moedas.
Condoído da situação da garota, Fernando perguntou:
— Você está com fome?
Ela balançou a cabeça, concordando, sem tirar os olhos do bolo.
Fernando enfiou a mão no bolso consultando seus magros recursos. Ele também estava com fome. Mas certamente, em casa, sua mãe o estaria esperando com um prato de sopa quente e um pedaço de pão.
Gostaria de comprar alguma coisa para ele, Fernando, com aquele dinheiro que lhe custara tanto ganhar, mas a pequena parecia tão faminta!
Resolveu-se. Entrou na confeitaria, pegou o pedaço de bolo e orgulhosamente, por tê-lo comprado com o “seu dinheiro”, ofereceu-o à pequena maltrapilha com amplo sorriso.
O olhar de alegria da menina foi suficiente para recompensá-lo.
“Não tem importância” — pensou — “Mamãe sempre me disse que tudo aquilo que fizermos aos outros, Deus nos dará em dobro. Está, portanto, bem empregado o meu dinheiro”.
Nisso, percebeu um garoto muito bem vestido a seu lado, chupando um sorvete. Vendo Fernando olhar o carrossel, ele perguntou-lhe:
— Quer andar de cavalinho?
— Quero. Mas não tenho dinheiro — respondeu.
O garoto estendeu-lhe dois bilhetes dizendo, indiferente:
— Tome.
— Mas não tenho com que pagar! — gaguejou Fernando.
— Não tem importância. Já estou cansado desses brinquedos. Meu pai é dono desse parque e tenho sempre quantos bilhetes quiser.
Agradecendo, Fernando fitou os bilhetes com os olhos úmidos de emoção, enquanto dizia para si mesmo:
— Minha mãe tinha razão. Eu sabia que Deus ia me retribuir, mas não pensei que fosse tão rápido!...
Tia Célia
Fonte: www.oconsolador.com.br
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segunda-feira, fevereiro 10, 2014
O carrossel
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