As vozes imortais já nos afirmaram que o egoísmo é a raiz de todos os males da humanidade. Quando lançamos os olhos para a educação infantil, veremos pais com frases típicas: "Não empreste seus brinquedos aos outros, pois caso contrário vai ficar sem eles"; "O que é seu, é seu e custa dinheiro" etc.
Tudo parece normal, no entanto muitas vezes esquecemos que a infância é período de formação dos caracteres morais daquela alma que habita um corpo frágil e pequenino, mas vem carregada de experiências próprias. O egoísmo se apresenta como o mal dos males, pois ele cega o indivíduo, fazendo com que ele não consiga ver nada "além de seu umbigo".
Se alguém tentar expor seus problemas, solicitando uma palavra amiga, lá vem o egoísta reclamando de tudo, pois até "seu sofrimento" tem que ser maior que dos outros. Ele começa em casa com "manobras" infantis para levar vantagem sobre os colegas e/ ou irmãos. Quando amadurece mais, continua carregando sobre si a chaga do egoísmo que o impede de ver as necessidades alheias, inclusive instalando uma competição desnecessária nas salas de aula. Já não basta ser bom, tem de ser o melhor, pois aquela sensação de não tirar a melhor nota, de não usar a melhor roupa pode ser um fracasso para o egoísta que pensa em si com demasia. Em muitos casos para "se dar bem" passa a valer tudo, inclusive passar por cima de pessoas, afinal só vale o interesse de si mesmo. Filhos egoístas tendem a se tornar adultos de difícil convivência, pois passam a desenvolver os outros males que colaboram para que um só faça tudo e de tudo para por si.
Podemos dizer que o egoísmo nunca vem solitário, pois precisa de uma série de enfermidades morais para afastar as pessoas do coletivismo. Numa sociedade de culto ao capital e ao lucro, agimos como numa selva de pedras, como predadores de nós mesmos, tentando sempre dizimar aquele que vemos como um adversário. Mal sabem os pais ou responsáveis que eles mesmos serão vítimas do egoísmo de seus filhos, pois filhos egoístas tendem a abandonar os próprios pais aos cuidados de um asilo, pois não possuem tempo para cuidá-los na velhice, no entanto se esquecem que também envelhecerão e precisarão dos cuidados dos mais jovens.
Não podemos conceber uma sociedade mais justa e igualitária, formada por uma grande massa de cristãos, ainda tão envolvida pelo egoísmo. Nesses tempos de transformação planetária, precisamos mais que nunca lutarmos contra as posturas ególatras que em verdade estão dentro de cada um de nós, pois são fruto de passado escabroso onde fomos acostumados a só pensar em nós mesmos. Hoje porém, vem a santa palavra ensinada pelo Cristo e revivida em cada um dos mestres que a Providência Divina nos confiou, a RENÚNCIA de nós mesmos para pensarmos de forma abrangente em todos os nossos irmãos.
Jefferson Leite
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