quarta-feira, março 26, 2014

Nossa relação com o medo



A grande maioria de nós nasce destemida. Dizemos a grande maioria pois em verdade carregamos no psiquismo alguns traumas anteriores à vida uterina. Sendo a criatura um viajor de longos ciclos, alguns trazemos o gene do medo disso ou daquilo, pois já experimentamos certas sensaçõse que ficam registradas no inconsciente do espírito reencarnante.
Para aqueles que porventura não carreguem esses conflitos íntimos nos genes espirituais, acabamos por "comprar" o medo que nos vendem por um preço muito alto. Sendo produto do meio que vivemos e em parte reflexo daqueles que seguimos mesmo que de forma inconsciente, as pessoas tendem a nos passar seus medos e desconfiança. 
Para uma criança inexiste medo e sua coragem e disposição é tão grande que a faz suportar quedas sucessivas, a sensação da dor, tudo pela conquista de seus objetivos. Os medos infantis são colocados por pais, familiares  e amigos mais velhos trazendo a baila figuras e mitos como monstros, fantasmas e até mesmo, castigo Divino. A natureza sábia por excelência nos cria longe dos temores, no entanto o  temor do novo, o desconhecido nos afasta da realização de muitos projetos. Aprendemos com o tempo a ter medo, assim como aprendemos a não gostar de fulano ou beltrano. Lecionam os imortais que fomos criados simples e ignorantes, contudo a partir de cada experiência conhecemos os temores que em muito nos atrapalham na marcha do progresso. Após o desenvolvimento dos medos se manifestam as neuroses, as fobias variadas e em muitos casos quadros de afastamento social, síndrome do pânico e depressão.
Podemos dizer que o medo é responsável pela dificuldades de relacionamento em todos os campos. Como exemplo claro as decepções afetivas podem proporcionar travamento e verdadeiro pavor de tentar novamente se relacionar para não se decepcionar com outrem. Para uma sociedade integral precisamos lutar contra nossos medos e procurar os enfrentar de frente. Só saberemos se somos maiores que nossos medos se lutarmos contra eles. Buscando aprender a cada dia para sermos felizes é necessário se libertar dos conflitos, dos temores nossos de cada dia. Como falamos de início não nascemos medrosos, ao contrário somos ousados, contudo ao longo da caminhada desenvolvemos os medos que as pessoas estimulam em nós.

Jefferson Leite

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