sábado, setembro 07, 2013
A Vila
Durante alguns dias permaneci no leito de convalescente, combatendo, sob o carinho dos familiares, as impressões nocivas que me dominavam o pensamento.
Antoninho, nosso primo, não se demorou mais que um dia ao meu lado. Estava em regime de internato, no Parque dos Meninos, e não devia adiar o regresso aos estudos. O médico, porém, visitou-me todos os dias, no espaço de duas semanas, até que me retirei do quarto, melhorado e bem disposto, apesar de enfraquecido.
Vovó Adélia e Tia Eunice, visivelmente satisfeitas, acompanharam-me ao exterior, amparando-me nos primeiros passos.
Oh! Que alegria!...
Só então percebi que ambas residem numa casa deliciosa e confortável.
Após atravessar pequeno corredor, cheguei a espaçosa sala, bem mobiliada, parando, admirado, na porta cheia de luz, que comunicava com o exterior.
Novo mundo descortinava-se à minha vista.
A paisagem ambiente era bela e prodigiosa. Bonitas casas, semelhantes de algum modo às nossas, apesar de serem muito mais lindas, alinhavam-se, de espaço a espaço, com graça e encanto. Todas elas cercavam-se de pequenos ou grandes jardins, ligados ao fundo por arvoredo agradável aos olhos.
Concluí que os vegetais frutíferos mereciam, em toda a parte, o mesmo carinho dispensado à flores.
Bandos de aves, de penugem brilhante, vagueavam alegremente nos ares.
Na atmosfera pairava uma tranquilidade que não tive ensejo de conhecer na Terra. Respirei, a longos sorvos, o ar puro e leve.
A residência de vovó Adélia está rodeada de flores diversas, predominando as de cor avermelhada, o que empresta ao jardim um aspecto de permanente alegria. Disse vovó que tia Eunice foi organizadora da plantação, fazendo a escolha das flores cultivadas.
Você, naturalmente, desejaria saber se são iguais às que possuímos na Terra. Sim. Muitas parecem com as rosas, cravos e miosótis que aí deixei, mas grande parte mostra diferenças, que não me será possível descrever. Entre o jardim e o pomar da casa da vovó, por exemplo, há dois caramanchões, cobertos com uma trepadeira cujas sementes eu gostaria de enviar a mamãe. Essa planta delicada projeta caprichos e compridos fios, cobertos de folhas verde-escuro, entre as quais desabrocham pequeninas e abundantes coroas de pétalas brancas, pintalgadas de rubro, as quais exalam delicioso aroma. Aliás, os fios de folhas e as flores são tão perfumados e belos que não encontro recursos para comparação.
Para se franco a você, nunca supus houvesse lugar de tamanha beleza, depois da morte. Ante as minhas demonstrações de assombro, esclareceu-me vovó que outras regiões existem, muito mais lindas onde apenas podem penetrar as almas santificadas que utilizaram toso o tempo da existência terrestre na prática do bem.
Neio Lúcio
Sobre o Autor
Néio Lúcio personagem do livro 50 ANOS DEPOIS, reencarnou-se no século XIX como Arthur Joviano, desencarnado-se em 1934. Em sua família várias outras presonagens desse livro e de HÁ 2000 ANOS e RENÚNCIA estão presente. A partir de 1935 e até 1949 Arthur Joviano/Néio Lucio passam a transmitir por Chico Xavier mensagens, primeiramente para seus familiares e depois de interesse geral.
Extraído do site: www.ceu.com.br
Referência
Do Livro: Mensagens do Pequeno Morto, Médium: Francisco Cândido Xavier
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