segunda-feira, setembro 09, 2013

A descoberta da fé




Nascido ao norte da Índia, Paramahansa Yogananda levou uma vida repleta de fatos e feitos notáveis. A milenar ciência da meditação, por ele era ensinada como forma de encontro com a divindade. Para Yogananda, desde o nascedouro como Mukunda Lal Gosh em 05 de Janeiro de 1893 até o desfecho vital em 07 de Março de 1952 a vida era uma busca contínua de algo mais, uma certeza indubitável (fé). Se atentarmos para o atual reino do Nepal, encontraremos Siddartha Gautama (Buda) deixando os privilégios de ser filho de um rajá para enfrentar os ardorosas 2555 dias, donde logo após o término dos mesmos, debaixo de uma árvore ele se faz iluminar e propõe a iluminação da humanidade.
Como a proposta do príncipe Sakyamuni era a proposta de libertação interior  em pouco tempo esta havia ganho a Birmânia, Sri Lanka (Ceilão), Tailândia, Camboja, Tibete e Mongólia, além é claro da China. Vale ressaltar que o budismo é uma religião "sem Deus". Buda não acreditava em nenhum ser divino, mas mesmo assim apresentou-nos um fanal imantado de benesses.


Hoje ao examinarmos os conceitos de fé, veremos que para muitos fé e dúvida são conceitos antagônicos, quando na realidade acorre o contrário. A fé verdadeira nasce de uma dúvida honesta e sensata, para se ter fé é preciso coerência de um modo de vida. A fé é algo natural, pois quer dizer: "crença religiosa; firmeza ou pontualidade na execução de um compromisso; confiança; crédito; primeira virtude teologal". Do ponto de vista psicológico é o ato de sair da alienação e adentrar no bojo sagrado em busca da própria graduação interior. Ninguém poderá lograr a saúde mental se não tiver o aprimoramento do trabalho e da fé. Ela é o ato de viajar numa profunda mudança existencial, de se acoplar com o "desconhecido" em busca do sonhado Nirvana.
Inúmeros foram os grandes mestres de escol que depositaram na fé suas aspirações(imateriais) mais altas. Galileu surpreendeu os homens ao afirmar sua crença em Deus. Vejamos que quando o SER se propõe  a edificar uma tarefa ampla e ostensiva no campo do "desvendar" mental, ele utiliza técnicas e meios capazes de intensificarem suas pesquisas, e mais que isso, de filtrar uma série de dogmas existentes que integram o senso comum da humanidade, ou seja, o homem que outrora se fez escravizado por ideologias primárias, começa a se intelectualizar e neste momento "sofre um choque" mental. Inevitavelmente ele passa a comparar fatos hipotéticos com verdades comprovadas e se funde num hemisfério da perene confusão num primeiro instante, todavia quando prossegue vai galgando a verdade maior e superando suas dúvidas.

Fé essa pequena palavra de grandes e sábios efeitos. A palavra se origina do latim "fides" e reflete confiança, obviamente não só em Deus. O admirável Carl Gustav Jung (1875-1961) por se tratar de um psiquiatra suíço e renomado estudioso da psicologia transpessoal, abriu orifícios visuais das ciências para a realidade das religiões ou da ligação com Deus. Ele sustentou até os últimos dias a teoria de que a religião e a ciência caminham de mãos dadas na rota da fé. Vivemos a labuta das teorias tipicamente modernas e estruturadas  e por isso, não olvidamos esforços para afirmarmos que a ciência tem evoluído intensamente e convidado a religião a esses campos completos do progresso mental.
Observemos o nascimento da mecânica relativista ou da física quântica, retornemos ao coroamento de décadas de esforços científicos notáveis a partir de Einsten. Lancemos os olhares para a astrofísica abrindo um campo vasto de acordo com o astrônomo Edwin Hubble. Quando tomamos conhecimento da mônada, começamos a questionar a gênese fisiológica dos indivíduos na crosta terrestre. Quando o antropocentrismo e o teocentrismo se encontram, nos fazemos qual partículas dispersas nesta combustão de energias espraiadas no espaço e não sabemos no que acreditar. Quando algumas correntes anunciam que a vida surgiu na Terra há cerca de seis mil anos, ou seja surgiu o princípio humano, as raças etc. Como conceber a teoria indiana que fala de uma "Era de ouro" (Krita Yuga) e que alguns pesquisadores acreditam ser Atlântida o continente perdido? Como codificar duas teorias distintas que se contradizem? Assim pois, a fé pode ser depositada sobre qualquer coisa ou pessoa. Os ufologistas confiam nas abduções (rápido de seres terrestres por OVNI s) ou no "Caso Roswell" quando em 1947, na cidade de Roswell no Novo México, ocorreu um suposto acidente com um disco voador e que os tripulantes teriam sido capturados. Como se pode ver, pode-se centrar  a fé em diversas situações da vida, fazendo assim com que o exército da confiança se desenvolva e abra campo para uma crença, para um ideia, enfim para um ponto qualquer no universo mental. Nesta era "Kaly Yuga" faz-se necessário volver o que nos oferta Jesus Cristo. Intensificar estudos e preencher lacunas que o Mestre nos convidou a fazer, visto que toda criatura sente instintivamente que é fruto de um Criador perfeito e imbatível. Todos temos em nossa consciência a integral impressão de sermos orientados e observados pelo "desconhecido" e neste é que passamos a confiar, neste contato ímpar que se direciona na luz do porvir.


Em inúmeras vezes Jesus afirmava: "A tua fé te curou". Os episódios que se fazem oriundos dos Evangelhos são qual pontos certos de que a fé é o pilar da realização moral.
Quando o SER mergulha nas profundidades da fé, ele absorve as energia dispersas na corrente fluídica do próprio pensamento e assim mentaliza deficiências morais, físicas  e intelectuais de si mesmo, tendo a oportunidade de se fazer forte para embater com dulçor as "tempestades" da própria existência. O barco de Simão navegava além do mar da Galileia e todos chamavam a Jesus, desesperados eles questionavam do Cristo como proceder e o santificado avatar repreende os homens com suavidade, estimulando a fé.
No instante primeiro da juventude é entusiasta, muitas vezes utopista, crê-se modificar o mundo com idéias novas e extravagantes, ,mas a instabilidade dos hormônios produz sempre a insatisfação e alegando vida corrida na preparação cultural, se começa a preterir o trabalho da fé, abraçando o gozo, a sensação e as paixões que alucinam; prossegue ela no alvorecer de novos tempos, onde a mediana idade e as responsabilidades familiares e profissionais convidam ao esfriar da crença, alegando escassez de tempo e tranquilidade; novamente indo adiante na cronologia da fé, o indivíduo se vê no tombar do organismo, onde a esclerose dos órgãos traz impositivos à tarefa que a fé inspira e justificando pouca habilidade e mente cansada ante os golpes da vida, se mantém na ociosidade da fé, que ontem, hoje e  amanhã em muitos casos foi atada as impossibilidades de realização. Diante de nós surgem as lunetas da fé a trazer-nos um convite assinado pelo Mestre para o festejo erudito da santa confiança. Quando o Senhor adentrou em Cafarnaum, encontrou um centurião que trazia junto a si a necessidade de cura de seu o criado e expressou sua fé ao Pastor do Calvário, que por sua vez exaltou a pureza de sentimento daquele homem. Disse-nos que ao galgarmos a fé poderíamos operar prodígios de todos os matizes rumo ao bem em seu nome. Uma fé sem vacilação é o que o Proponente da Paz nos vem indicar. A fé aos olhos do Cristo deve raciocinar e ganhar independência, deve se firmar nos pilares da auréola de nossa própria esfera. Somos herdeiros da luz, usufrutuários do panorama cósmico! Assim sendo precisamos crer e confiar na grandeza criadora, crer em Jesus, mas crer em nossas potencialidades, visto que segundo o projeto do amor crístico, ainda envoltos pela aparência física, não poderíamos crer no que é imaterial, se não crermos em nós que somos o reflexo do Pai, ainda que hoje nos achemos revestidos pelo envoltório corporal, somos espíritos, chama, inteligência. Ao rumarmos para Deus, tenhamos a convicção de que estamos juntos à Divindade  e ela junto de nós, abrindo o leque da fé qual ponte firme que liga a ciência e a religião sob as bençãos fraternas do doce coração de Jesus.
"É o conteúdo mítico, ou melhor, simbólico, das tradições religiosas que pode entrar em conflito com a ciência. Isso ocorre sempre que essa coleção de idéias religiosas contém afirmações estabelecidas dogmaticamente sobre assuntos que pertencem ao domínio da ciência." (Albert Einsten)

Jefferson Leite


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