sábado, julho 13, 2013

A arte da convivência



Indubitavelmente o ser humano no topo uma cadeia animal, tem como um de seus papeis de fundamental importância a convivência, não somente aquela que se baseie em meras convenções humanas, mas sim e principalmente aquela a qual o Mestre nos ensinou com propriedade singular, a convivência com amor. Em muitas circunstâncias observamos pessoas que se fizeram solitárias no mundo e por prestarem culto ao individualismo acabam se fechando totalmente ao relacionamento interpessoal, tendo posteriormente quando se enxergam solitárias, muita dificuldade para se ressocializarem.
A mensagem dos benfeitores é clara quando demonstram existir uma Lei de sociedade, lei essa que ultrapassa os meros limites da vida física ou hominal. Essa lei nos mostra a necessidade de nos agruparmos física e energeticamente o tempo todo, pois todo o Universo trabalha agrupado: "ninguém é forte sozinho". Quando Jesus transmite sua pacificação suave às aragens terrenas como a primavera suaviza os extremos das estações, singrando seus passos singelos em Betânia onde os levaria à casa de Lázaro e suas irmãs Marta e Maria, a primeira tinha temperamento dócil e resignatório, nutrindo verdadeira fé no Raboni e bebendo o consolo de suas palavras, tendo feito de seus cabelos a toalha para lhe secar os pés cansados pelos longos ciclos de caminho a caminho, enquanto a segunda era mais agitada e fremia de temores e dúvidas. O enfermo Lázaro havia "dormido" no fenômeno da letargia, enquanto aquele tempo o julgavam desencarnado. Conquanto Marta tivesse encontrado afável amigo e Senhor ainda fora do povoado, o Cristo verteu lágrimas como verdadeiro orvalho da manhã que beija com suavidade a terra, despertando-a para o trabalho. 


O amigo do coração de Jesus estava desterrado numa gruta coberta por pedra como eram boa parte dos sepultamentos. Diante daquele sepulcro o Sublime Amigo solicita com o dulçor de sua voz que retirem a pedra que impedia a entrada de animais devoradores, não podemos esquecer que Maria se levantou apressada de onde repousava desgostosa pelo "passamento" do querido irmão tendo ouvido a comunicação de Marta de que Jesus havia chegado, alguns judeus que ali se acercavam também seguiram, pois criam que Maria fosse chorar novamente o irmão, assim quando eles chegam ao local havia um certo número de seguidores junto a Jesus, Marta e Maria, podemos dizer que pequena platéia que expectava, quando a voz de Jesus toma um energia sensorial, muito embora sem perder a suavidade que lhe era característica, se dirige ao dormitante:  "Lázaro, vem para fora!". O homem tido como morto então sai, com as mãos e os pés amarrados com faixas e um pano em volta do rosto. O Mestre pede que o desamarrem e o deixem ir.  
Vejamos que na passagem descrita em Jo 11,1-45 temos dois momentos singulares em que de forma pedagógica Jesus nos demonstra que mesmo ele, detentor do mimetismo singular dos espíritos que alcançam a evolução, sendo capaz de mentalmente despertar o enfermo em letargia, solicita o auxílio daqueles judeus curiosos que seguiram Maria para que ajudassem a remover a pedra e posteriormente a desatar os panos que prendiam os pés, as mãos e a faixa sobre a cabeça de Lázaro.

Na vida, o exercício da convivência há de ser o do respeito, lutando para que sejamos compreensivos para com aqueles que figuram como irmãos menores solicitando-lhes sempre o apoio para que se sintam úteis nas tarefas onde quer que estejamos, mesmo que sejam as mais simples possíveis; para com aqueles que se acham a nossa frente, que sejamos humildes para lhes ouvir a experiência e a  convocação para o trabalho, lembrando sempre que ele, o trabalho, constitui sublime dádiva que os céus nos enviam na forma de conviver cada qual com suas diferenças na busca de uma sociedade melhor, onde reine o amor coroando nossos esforços e a caridade sendo a bandeira de um novo tempo sob os auspícios do progresso.

  

                                                                   Jefferson Leite

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