O que desejamos em muitos casos não é fácil ou viável de ser alcançado, pois em algumas situações a criatura humana acaba por fantasiar metas mais difíceis de serem atingidas e vive realmente "a espera de um milagre", no entanto em seu inconsciente sabe que o que deseja está muito longe de suas mãos, por isso não se esforça por alcançar. Não podemos desconsiderar a razão como aliada valorosa do querer, ou seja, ela é crivo necessário para avaliar aquilo que queremos e como queremos.
Em alguns casos a decepção por não lograr êxito em determinadas situações, pode provocar certos traumas, decepções e principalmente a perda da fé na Divindade e em si mesmo, pois se imagina desamparado pela Providência Divina e nesse momento as religiões muitas vezes são postas de lado e vistas como enganosas. Faz parte de nossa cultura creditar ao Criador nossos insucessos sob o pretexto de"ser a vontade de Deus", no entanto quando a pessoa alcança vitórias, a história é diferente uma vez que na maioria das vezes, se diz capaz de ter feito isso ou aquilo. Durante longos períodos a razão foi vista como contrária a religião, ou ainda como parte do homocentrismo, mas hoje graças ao grau de maturidade ao qual a psicosfera planetária se encontra, já conseguimos encontrar na razão sentido indispensável para a fé religiosa e principalmente para o querer em nossas vidas.
A razão é amiga que não permite que acreditemos em qualquer situação, qualquer pessoa, ou queiramos coisas que estão alheias as nossas possibilidades. Pessoas que não desenvolvem a razão passam a querer tudo que não lhe é possível alcançar, ou acreditam em histórias fantasiosas de líderes espirituais que "fazem milagres" a dois por três nos grandes galpões, onde arrecadam grandes somas financeiras sob o pretexto de "abençoarem" quem precisa. Quando desenvolvemos a razão não nos permitimos ser enganados por esses contos de fadas da atualidade, por isso para aqueles que fomentam a credulidade alheia e dela se beneficiam é interessante manter as pessoas "cada vez mais distantes de Deus". A alegação de intercessores do Alto faz com que o fanatismo rompa com a razão e nesse momento o querer perde o sentido e de forma desajustada a pessoa passa a desejar o que é dos outros, ou o que virá até seu encontro sem o mínimo de esforços de sua parte.
Dizem os mais experientes que " não se deve colocar o chapéu onde a mão não alcance". Essa frase resume os limites de nosso querer e também até onde devemos ir para alcançar o que queremos, sem que para isso venhamos a "passar por cima dos outros" ou coisa assim. Assim como o querer é uma força da alma e move circunstâncias as mais variadas, a razão é força que norteia se o querer nos há de elevar, ou ainda se nos há de cegar frente aos desafios da vida humana.
"Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas eu não deixarei que nada domine.
1 Coríntios 6:12
Jefferson Leite
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