domingo, abril 28, 2013

O Tempo





O tempo é o campo eterno em que a vida enxameia
Sabedoria e amor na estrada meritória.
Nele o bem cedo atinge a colheita da glória
E o mal desce ao paul de lama, cinza e areia.
Esquece a mágoa hostil que te oprime e alanceia.
Toda amargura é sombra enfermiça e ilusória...
Trabalha, espera e crê... O serviço é vitória
E cada coração recolhe o que semeia.
Dor e luta na Terra –a Celeste Oficina 
São portas aurorais para a Mansão Divina,
Purifica- te e cresce, amando por vencê- las...
Serve sem perguntar por “onde”, “como” e “quando”,
E, nos braços do Tempo, ascenderás cantando
Aos Píncaros da Luz, no País das Estrelas!



Amaral Ornellas nasceu no Rio de Janeiro em 20 de outubro de 1885 e desencarnou em 5 de janeiro de 1923. Talento brilhante, deixou dois volumes de Poesia, consagrados pela crítica coeva, além de copiosa literatura teatral e doutrinária  O poema acima faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo, obra Francisco Cândido Xavier.

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