As situações que se foram costumam trazer saudade, no sentido mais amplo da palavra é aquela sensação do tempo já vivido que desejávamos reviver, aquele gostinho de "quero mais", no entanto é necessário ter sempre muito cuidado para não nos tornarmos saudosistas. Essa dificuldade de equilíbrio entre sensações e emoções, costuma tornar a criatura presa a tudo que passou, sem que perceba a necessidade de somente lembrar do passado, mas vivendo com o presente, com os olhos fitos no futuro.
Muitas pessoas cultuam frases tais como: "antigamente não era assim", "aquele tempo é que era bom", " no meu tempo...". Os atavismos mentais as vezes impedem a marcha para o progresso e com isso a pessoa para no meio do caminho, carregando sobre seus ombros um peso imenso de emoções pretéritas, conflitos de relacionamento interpessoal, que acabam causando descargas mentais deletérias que tendem a influenciar no psiquismo e por consequência refletirem no corpo físico, como assegura Juvenal: Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são"). Muitos dos problemas que parecem ser físicos, em verdade são a exteriorização dessas emoções de antanho, como se nossa mente fosse um museu.
Quando falamos de se livrar do passado, isso se relaciona também em não guardar "lixo mental", mas também se livrar do lixo material em casa, no trabalho, no armário, ou seja, é preciso faxinar em todos os sentidos irrestritos da expressão. Quem junta o que não utiliza com o pretexto de ser útil um dia, acaba amontoando inutilidades e se sobrecarregando de tudo em tudo. Uma casa cheia de "peças" para se utilizar num futuro tem aspecto de desorganização e um amontoado quinquilharias que ocupam espaço, juntando insetos e animais peçonhentos. Conheci uma pessoa que sempre que alguém próximo desencarnava ela pedia uma pessoa de roupa para "lembrar" do "de cujus". Resultado era que seu guarda roupas era repleto de peças de defuntos. Parece absurdo mas muitas pessoas ainda estão cheias de informações falecidas, de desejos desfalecentes, de emoções ultrapassadas que já se foram ,somente elas não percebem. Não se prenda olhando pelo retrovisor, " o que passou, passou tristeza nunca mais".
A irritação que se teve com "fulana", ou o prejuízo que "fulano" causou já passaram por isso não vale a pena ficar remoendo e revivendo, uma vez que cada momento que se revive se sofre tudo de novo com intensidade maior. Assim como as pessoas "matam" os ex (aliás ninguém precisa ser inimigo porque um relacionamento não deu certo), deveriam matar as essas experiências infelizes para a RESSURREIÇÃO da esperança de dias melhores. Quando lemos em João 11:1-46 sobre o episódio de Lázaro temos uma verdadeira lição de vida, não pelo despertamento do homem de Betânia, pois hoje graças ao advento das ciências conseguimos compreender que ele(Lázaro) passava por processo semelhante de letargia e/ou catalepsia, no entanto quando o Cristo pede que ele desperte e se levante é como se fosse um recado as pessoas do nosso tempo para revivermos, para seguirmos adiante, para avançarmos e deixar o passado, no passado pois só assim poderemos seguir em frente para nossa destinação superior: A FELICIDADE.
John Kennedy
Jefferson Leite
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