quinta-feira, março 28, 2013

Os ensinos de Jesus e a salvação do mundo




Em sua primeira mensagem pastoral no dia 14 de março, falando aos cardeais na Capela Sistina, o novo Pontífice da Igreja, papa Francisco, pediu a todos que a Igreja “caminhe” e “seja edificada” sobre bases sólidas, porque, caso contrário, corre o risco de deixar de ser uma Igreja para ser rebaixada a uma ONG beneficente.
“Caminhar, construir e difundir a palavra de Jesus”, eis o desafio proposto. “Nós podemos caminhar quanto quisermos, podemos construir muitas coisas, mas se não professarmos Jesus Cristo, a coisa não anda”, disse o papa.
Não podia ser melhor o início do novo papado, que, nesse sentido, apresenta uma afinidade notável com o que temos aprendido no Espiritismo, desde que Kardec, logo na Introdução d´O Evangelho segundo o Espiritismo, referindo-se ao ensino moral trazido por Jesus, escreveu: “Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais ele constituiu matéria das disputas religiosas, que sempre e por toda a parte se originaram das questões dogmáticas. Aliás, se o discutissem, nele teriam as seitas encontrado sua própria condenação, visto que, na maioria, elas se agarram mais à parte mística do que à parte moral, que exige de cada um a reforma de si mesmo. Para os homens, em particular, constitui aquele código uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. E é, finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura”. (O grifo é nosso.)
Com o passar dos anos, a importância do ensino moral de Jesus e a consequente evangelização do ser humano só foram, no meio espírita, reafirmadas.
Eis alguns exemplos:
Qual a maior necessidade do médium? – “A primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão.” (Emmanuel, in O Consolador, questão 387.)
Existe diferença entre doutrinar e evangelizar? – “Há grande diversidade entre ambas as tarefas. Para doutrinar, basta o conhecimento intelectual dos postulados do Espiritismo; para evangelizar, é necessária a luz do amor no íntimo. Na primeira, bastarão a leitura e o conhecimento; na segunda, é preciso vibrar e sentir com o Cristo. Por estes motivos, o doutrinador, muitas vezes não é senão o canal dos ensinamentos, mas os sinceros evangelizados serão sempre o reservatório da verdade, habilitados a servir às necessidades de outrem, sem privar-se da fortuna espiritual de si mesmos”. (Idem, ibidem, questão 237.)
Devemos nós, os espiritistas, praticar somente a caridade espiritual, ou também
a material? – “A divisa fundamental da codificação kardequiana, formulada no ‘fora da caridade não há salvação’, é bastante expressiva para que nos percamos em minuciosas considerações. Todo serviço da caridade desinteressada é um reforço divino na obra da fraternidade humana e da redenção universal. Urge, contudo, que os espiritistas sinceros, esclarecidos no Evangelho, procurem compreender a feição educativa dos postulados doutrinários, reconhecendo que o trabalho imediato dos tempos modernos é o da iluminação interior do homem, melhorando-se-lhe os valores do coração e da consciência. Dentro desses imperativos, é lícito encarecermos a excelência dos planos educativos da evangelização, de modo a formar uma mentalidade espírita-cristã, com vistas ao porvir. Não podemos desprezar a caridade material que faz do Espiritismo evangélico um pouso de consolação para todos os infortunados; mas não podemos esquecer que as expressões religiosas sectárias também organizaram as edificações materiais para a caridade no mundo, sem olvidar os templos, asilos, orfanatos e monumentos. Todavia, quase todas as suas obras se desvirtuaram, em vista do esquecimento da iluminação dos Espíritos encarnados. A Igreja Romana é um exemplo típico.
Senhora de uma fortuna considerável e havendo construído numerosas obras tangíveis de assistência social, sente hoje que as suas edificações são apenas de pedra, porquanto, em seus estabelecimentos suntuosos, o homem
contemporâneo experimenta os mais dolorosos desenganos. As obras da caridade material somente alcançam a sua feição divina quando colimam a espiritualização do homem, renovando-lhe os valores íntimos, porque, reformada a criatura humana em Jesus Cristo, teremos na Terra uma sociedade transformada, onde o lar genuinamente cristão será naturalmente o asilo de todos os que sofrem”. (Idem, ibidem, questão 255.) (Os grifos são nossos.)
Não foi, pois, outro o motivo pelo qual o sempre respeitado e querido Dr. Bezerra de Menezes, em mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, que abre o livro O Espírito da Verdade, afirmou: “Para extinguir a chaga da ignorância, que acalenta a miséria; para dissipar a sombra da cobiça, que gera a ilusão; para exterminar o monstro do egoísmo, que promove a guerra; para anular o verme do desespero, que promove a loucura, e para remover o charco do crime, que carreia o infortúnio, o único remédio eficiente é o Evangelho de Jesus no coração humano. Sejamos, assim, valorosos, estendendo a Doutrina Espírita que o desentranha da letra, na construção da Humanidade Nova, irradiando a influência e a inspiração do Divino Mestre, pela emoção e pela ideia, pela diretriz e pela conduta, pela palavra e pelo exemplo e, parafraseando o conceito inolvidável de Allan Kardec, em torno da caridade, proclamemos aos problemas do mundo: Fora do Cristo não há solução”.
As considerações acima, firmadas pelo papa Francisco e por Kardec, Emmanuel e Bezerra, são provas evidentes de que o novo Pontífice católico inicia sua missão assistido por Benfeitores Espirituais que, sob a direção de Jesus, se preocupam realmente com os destinos do homem e do mundo em que vivemos. 


 Fonte: Edição 304 d'O Consolador- Editorial





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