quarta-feira, março 27, 2013

Isolamento social aumenta risco de morte entre idosos

Cientistas ingleses acompanharam 6.500 homens e mulheres por oito anos. Afastar-se fisicamente das pessoas é mais negativo que se sentir sozinho.


O isolamento social tem um impacto maior sobre a expectativa de vida dos idosos que a solidão, aponta um novo estudo feito pelo University College de Londres. Isso significa que se afastar fisicamente dos outros é pior para a saúde do que, de fato, se sentir sozinho.
Na definição dos pesquisadores, a solidão personifica o isolamento, ao refletir a insatisfação de uma pessoa com a frequência e a proximidade de seus contatos sociais em relação às relações que ela realmente gostaria de ter.
Os resultados do trabalho, liderado por Andrew Steptoe, do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública do University College, foram publicados na edição de segunda-feira (25) da revista científica americana "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS).

Isolamento social favorece risco de morte entre idosos, diz estudo (Foto: Kosuke Okahara/The New York Times)Isolamento social favorece morte precoce em idosos, diz estudo (Foto: Kosuke Okahara/The New York Times)

Os autores avaliaram 6.500 homens e mulheres com 52 anos ou mais que participaram do Estudo Longitudinal de Envelhecimento Inglês (Elsa), entre 2004 e 2005, e acompanharam o risco de morte deles até março de 2012. Nessa data, haviam morrido 918 (14,1%) voluntários, com prevalência do sexo masculino.

Os participantes que mantinham contato limitado com a família, amigos e organizações comunitárias foram classificados como socialmente isolados, e foi usado um questionário para medir o nível de afastamento de cada um.

De acordo com os pesquisadores, tanto a solidão quanto o isolamento social podem favorecer uma morte precoce, mas no segundo caso nem precisaram ser considerados critérios como a saúde física e mental da pessoa e dados demográficos (expectativa de vida, educação, religião, etnia, etc) da população. Isso significa que se isolar do restante do mundo pode fazer mal à saúde independentemente do sentimento interno de solidão.
Além de aumentar o risco de morte, o isolamento social pode contribuir para o desenvolvimento de doenças infecciosas e cardiovasculares, o aumento da pressão arterial e do hormônio do estresse (cortisol), e a deterioração do funcionamento cerebral. Segundo o estudo, a solidão também interfere na pressão, nos níveis de cortisol e outros hormônios, e nos processos inflamatórios do organismo.

Não foram encontradas diferenças de sexo para o isolamento social, mas esse comportamento foi visto com maior incidência em pessoas mais velhas, casadas, pobres e com menor grau de instrução. Além disso, o problema foi mais frequente em indivíduos com alguma limitação de longo prazo, como depressão, artrite, falta de mobilidade e doença pulmonar crônica.
Já a solidão foi mais comum em mulheres, principalmente casadas, e estava associada a uma idade avançada, baixa escolaridade e menor riqueza. Essas pessoas também tinham mais depressão, doença arterial coronariana ou acidente vascular cerebral (AVC) que a média.
Na conclusão dos autores, tanto para casos de solidão quanto de isolamento social, são indicadas atividades que incentivem a interação entre os indivíduos, na tentativa de promover uma maior longevidade aos idosos.
Fonte: G1



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Em muitos casos graças a uma cultura totalmente errada, a pessoa idosa é posta de lado como se esperasse a morte e tratada como alguém que não deva possuir vida social ativa, ou seja "um peso" para a família o que acontece é que esse envolvimento pessimista faz com que a pessoa se feche para o mundo e comece a ter uma vida mental vegetativa, por sentir muitas vezes vergonha de se expressar, ou ainda descobrir novos horizontes como é o caso da internet. Felizmente temos visto pessoas que mais estão se adaptando a esse novo conceito de aldeia global, onde é possível se comunicar mais facilmente, ter acesso a novos conceitos, aumentar os laços de relacionamento etc.
A pessoa idosa deve ser encarada como alguém que prestou relevantes serviços  a comunidade e que merece não só respeito, mas também muito amor e atenção, pois geralmente se sente preterida por outras e sua aparente debilidade física pode parecer um impositivo para permanecer fora do convívio social.Precisamos compreender que não somente as políticas públicas governamentais serão suficientes para amenizar essas dores da alma da pessoa idosa, mas todo um envolvimento afetivo e atividades próprias para esse momento da vida devem ser empreendidos no sentido de dar qualidade de vida a esses heróis e heroínas que não mediram esforços para construir o que hoje podemos usufruir.



"Os homens são como os vinhos: a idade azeda os maus e apura os bons."
Marcus Cícero 




Jefferson Leite

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