sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Não precisamos viver de fantasias, e nem ostentar mentiras.




"Somente a verdade faz de nós homens e mulheres verdadeiramente livres."

Luzia Santiago

É possível ter tudo? Tudo ao mesmo tempo, tudo junto, tudo reunido, tudo numa linda embalagem? 

 Não precisamos mostrar para as pessoas o que não somos para ser alguém, ao contrário, como diz Santa Catarina de Sena:
"Se fordes o que deves ser, colocareis fogo no mundo". 
A concepção de senso comum do que devemos e como devemos ser tem escravizado a grande maioria das pessoa na face do planeta a determinados comportamentos e arquétipos que a sociedade convenciona serem modelos a seguir como forma de ser feliz. O sonho de estar na moda e em conformidade comportamental ao que se estabelece como certo é que vão fazendo pessoas serem escravizadas por amarras profundas quase imperceptíveis à primeira vista. Alguém que se integre num meio social acima do seu, tende a desejar tudo que as outras pessoas usam e façam , nesse caso se não for bem trabalhado o desejo acaba configurando lesivo à criatura, pois lhe tira a tranquilidade de antes. Não podemos negar que a Lei de Evolução se processa em todos os campos da criatura, não deixado de estar presente em sua ascensão social e cultural, contudo ressalvas precisam existir para que não nasça o conflito de identidade.
A transformação dos gostos, sonhos e aspirações da pessoa humana ocorre muitas vezes de forma impensada, sem o devido planejamento e resulta em complicações profundas na intimidade do ser. Acreditar ser infeliz por não possuir aquilo que os outros possuem é antes de tudo uma atitude de desrespeito com nossas próprias conquistas, pois são elas que atualmente nos servem. A máscara desse ou daquele comportamento faz a pessoa tentar se enganar e mentir para si mesma com o objetivo de enganar os outros, vestindo-se daquilo que ela ainda não possui. A auto valorização é um dos pontos fundamentais para a profilaxia que realmente liberta a criatura das pressões daquilo que se sente obrigada a ser, pois a medida que se vê detentora de luminosidade própria pode perceber que já não mais precisa do colorido das máscaras que a sociedade tenta impor a quase todos. Todos estamos evoluindo gradativamente sem saltos e muitas vezes não percebemos nosso progresso frente aos desafios de cada dia, no entanto mesmo que não percebamos já estamos melhorando. Quem nos ame não o deve fazer pelo que parecemos, mas sim pelo que somos sem as referidas máscaras. É imperioso que nos livremos verdadeiramente para a vida, pois o conceito de liberdade que nos foi oferecido não consegue resistir aos primeiros obstáculos da dúvida daqueles que já sintamos a necessidade de nos despirmos das máscaras.
Se não podemos ter tudo, se não podemos ser como os outros querem que sejamos, então,  sejamos simplesmente nós, sem nos preocuparmos com o que  parecemos para os outros, pois a inverdade é forçar ser o que ainda não é, só nos irá distanciar da assertiva proclamada na velha Grécia: "Conhece-te a ti mesmo".     



Jefferson Leite


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