terça-feira, dezembro 27, 2016

O encontro inesperado

 
 
 
No tempo em que Jesus andava pelo mundo, um homem desejava muito seguir o profeta que diziam ser aquele que viera para salvar os judeus do jugo dos romanos, seus conquistadores e tiranos.
Assim, quando Josué ouvia que o Rabi estava em algum lugar ali perto, corria a encontrá-lo com a esperança de vê-lo. Mas ao chegar tinha a informação de que o Profeta ali já não estava. E desse modo prosseguia Josué sem conseguir encontrá-Lo.
Certo dia, desanimado, sentou-se pensativo, num tronco à sombra de uma árvore. Por que razão só ele não conseguia ver o Profeta, encontrar-se com Ele? Sentia falta de amor, desejava que seu coração se enchesse de afeto; no entanto, ele mesmo não amava ninguém. E Josué prosseguia falando consigo mesmo: “Nunca tive o amor de uma família. Desde pequeno fui criado por uma bondosa mulher que me acolheu em seu lar após a morte de meus pais. Cresci sentindo um grande vazio no coração. E, por isso, queria ver o Rabi, pois me disseram que todas as dores, todas as angústias, encontravam nele o remédio perfeito”.
Nesse momento, deixando que lágrimas amargas brotassem de seus olhos, viu chegar um homem. Sua presença o encantou. Era alto; deveria ter caminhado bastante, pois suas sandálias estavam sujas do pó das estradas; vestia-se simplesmente com uma túnica clara e seus gestos eram delicados; os cabelos, repartidos à nazarena, caíam sobre seus ombros e em seu belo semblante havia uma terna tristeza.
Ao fitar aqueles olhos, Josué sentiu-se atraído pelo desconhecido, cuja presença o enchia de paz. Sem conseguir falar, Josué fez um gesto para que ele se sentasse a seu lado. O homem acomodou-se, depois perguntou:
— Por que está aqui, Josué?
Aquela voz mexeu com Josué, como se acalmasse seu íntimo.
 
— Procuro o Profeta, senhor — respondeu ele, encantado com aquela presença.
 — E por que está a procurá-lo? — voltou a indagar o desconhecido.
Josué respirou fundo e respondeu, como se nada pudesse ser oculto, contando-lhe como fora sua vida, a falta de amor, a
esperança de encontrar alguém que o amasse.
O desconhecido fitou-o longamente, depois considerou:
— Josué, a esperança não é uma palavra vazia e nem representa falta de atividade. É trabalho interior constante e que exige um objetivo claro e contínuo para atingir a meta que buscamos.
— Eu sei, meu Senhor, e creio que tenho tido a paciência necessária para atingir o que desejo.
Ouvindo essas palavras, o desconhecido tornou:
— Mas paciência, Josué, representa firmeza pacífica em conseguir o que almejamos. Assim, se você quer realmente alcançar seus objetivos, trabalhe incansavelmente mantendo a luz do amor acima de tudo o mais; devote-se ao próximo e será abençoado.
— Senhor, no entanto, preciso de amor; sinto falta do carinho de uma família, de amigos...
E o desconhecido prosseguiu, com entonação de voz inesquecível:
— E o que tem feito até agora para conseguir esse amor?
— Tenho percorrido as estradas a ver se encontro alguém que possa me amar.
Então, o celeste desconhecido lhe respondeu:
— Enquanto não aprender a doar amor, nada receberá de retorno. É da Lei Divina. Doe-se aos necessitados do caminho e conseguirá o que deseja. Aprende com a água cristalina que jorra e dessedenta os viajores, sem jamais cobrar por sua generosidade. A sombra da noite é vencida pelo dia que traz a Luz. Assim também devemos agir. Aproveita todos os momentos como bênçãos enviadas por Deus para o progresso das criaturas.
— Sim, Senhor. Farei como diz. Mas, quem é você, que fala com sabedoria e cuja voz produz grande bem-estar e desejo de segui-lo sempre, não o deixando jamais?
O desconhecido ergueu-se e, antes de se afastar, murmurou:
— Eu sou Jesus!...
Ouvindo-lhe o nome, Josué ficou parado, sem conseguir mover-se. Quando se deu conta de que estava perdendo a oportunidade da sua vida, ele correu para alcançar o Mestre, mas não O encontrou mais.
Então, refletindo em tudo que ouvira da boca de Jesus, Josué entendeu que precisava modificar-se, tornando-se alguém digno de seguir ao encontro do Profeta de Nazaré.
A partir desse dia, por onde passasse, Josué aproveitava para trabalhar com amor, sem perder oportunidade de falar com as pessoas, ajudá-las e socorrê-las, certo de que era isso que o tornaria digno de, algum dia, ser um seguidor de Jesus de Nazaré. 

MEIMEI 
(Mensagem recebida por Célia X. de Camargo, em 20/10/2014.)

Fonte: O Consolador

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