segunda-feira, dezembro 09, 2013

Até breve...




Dizem os franceses, "quem se afasta morre um pouco". Particularmente penso que, quem parte deixa parte de si em nós e essa parte nunca se apagará. Ao longo da vida passamos por muitos adeuses, por inúmeros até breve e geralmente nunca aprendemos a lidar bem com a distância.
Por mais que saibamos que "a história sempre se repete", por mais que tenhamos certeza que talvez noutros palcos ou com outras roupas venhamos ser os mesmos personagens no espetáculo da vida, esse afastamento provisório ainda dói. 
Uma vez um amigo me disse que parece que estamos numa dança das cadeiras constante, pois a cada volta uma cadeira desaparece de nosso lado como num passe de mágica, a pessoa voltou para casa e vai nos aguardar. Sabe, ele tem razão...
Inúmeras pessoas que fizeram parte de nossas vidas como familiares, amigos de estrada vão pouco a pouco seguindo o rumo dessas leis naturais que regem a vida e a vida depois da vida. As vezes temos a sensação de que estamos vivemos demais ou será que as pessoas foram cedo demais? É sempre cedo quando gostamos das pessoas, por isso gostaríamos que ficassem um pouquinho mais conosco. Os momentos que vivemos juntos vão e voltam na lembrança, se movem como as ondas do mar que ora parecem brandas, mas ora ressurgem com força gigantesca para mostrar que estão ali...assim são elas, as lembranças. Alguns dizem ter se acostumado com a volta dos que amamos, profundamente penso que esse afastamento apesar de sabermos que vai existir sempre, ainda é muito complexo de explicarmos e mais, de vivenciarmos.
Quantas casas ficam vazias, quando não sentimos a presença física dessas pessoas com as quais sorrimos, brincamos e até brigamos; basta um objeto da pessoa e tudo se torna mais presente, mas apagar as lembranças também não resolve o problema.
Eles se foram! Ainda se vão, e nós? Nós também iremos apesar de muitas vezes termos a sensação de que vivemos muitos séculos no mesmo corpo, pois muitos foram em nossa frente.
A eles, nossa oração! Nosso carinho, e nosso até breve!

Jefferson Leite

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