No último dia 1º aconteceu o velório do corpo do ator e político Cláudio Cavalcanti, realizado no Cemitério Memorial do Carmo, na Zona Portuária do Rio de janeiro.Pareceria uma cena normal de dor e perda se não fossem os maiores homenageadores do artista. Cláudio ficou conhecido como defensor dos animais, demonstrando na vida pública sua sensibilidade para "comprar a briga" de nossos irmãos animaizinhos. Como vereador foi autor de diversas leis em benefício da defesa dos direitos dos animais na cidade do Rio de Janeiro. Ocupava atualmente o cargo de secretário municipal de Defesa dos Animais. Quando foi candidato a deputado estadual tive a grata satisfação de pedir votos para ele por dois motivos, seu amor aos animais e a sensibilidade com que interpretou na novela "A viagem" o médico altruísta e espírita dr Alberto.
Hoje passando pela rua, via alguns cãezinhos perambulando pelas ruas, meio tontos, meio perdidos e totalmente abandonados. Comecei então a pensar em minha infância. Era comum crianças pegarem seus estilingues para lançar pedras contra "rolinhas". Quis a Providência Divina que eu renascesse num lar de amantes dos animais, o que me impedia de ter esse tipo de gosto desgostoso, pois isso é ASSASSINATO. Meu pai tinha verdadeiro horror a essas condutas que muitos pais alegam "ser coisas de criança". Como me ajudou!
Eles, meus pais me ensinaram desde de cedo que não se "caça passarinhos", mas o alimenta SOLTOS; que melhor brincadeira que passar na rua e chutar, ou espantar um gatinho ou um cão que esteja quietinho em seu canto, é acariciar-lhe os pelos. Vejo muitas vezes umas "pragas" que correm atrás de animais de rua pela satisfação de os ver correr e o pior é que as mães mal educadas abrem aquele sorriso ridículo, elas se esquecem que essas são as primeiras noções de INVASÃO DE PRIVACIDADE. Quem não respeita um animalzinho em silêncio, dificilmente respeitará pessoas, pois elas, são bem mais complexas de se lidar.
Esses filhos que estimulados maltratam animais cansados, provavelmente serão os que sem noção de respeitabilidade, irão também abandonar os pais nos asilos como "coisas que não servem mais". O simples ato infeliz de pisar numa formiga sem motivo algum, apenas pela "sensação de poder matar" pode dar vasão a índole adormecida de agressividade. Fico pensando nessa altura:
A natureza é bem mais educada!
Enquanto nós os seres ditos racionais nos comportamos de forma irracional, e parece que muitas vezes "perdemos a faculdade de dialogar" cães se acertam apenas cheirando-se.
Pessoas deixam o ambiente doméstico com uma facilidade impressionante, como se ele, nunca tivessem existido, os animais são fiéis, os gatos por exemplo "ficam com a casa", enquanto muitas pessoas preferem os prazeres meramente mundanos.
Cães costumam aguardar deitados durante muito tempo olhando para a rua o retorno de seus donos, nós os seres humanos muitas vezes não esperamos nem as pessoas virarem as costas e já "damos graças a Deus" porque elas se foram.
![]() |
Foto Janaina Carvalho/G1 |
Olhando a foto do velório do corpo do ator, político e defensor dos animais, Cláudio Cavalcanti pensei:
Seria talvez bem melhor que ao invés de pessoas falsas em muitos velórios, levar cães!
A homenagem é sincera e sentida, não uma mera convenção humana de mandar uma coroa bonita de flores, simplesmente para aparecer. Nesse momento eu faço uma pausa reflexiva e encontro numa canção do rei Roberto Carlos o que gostaria de dizer primeiro para mim mesmo e para todos os que desejassem ouvir:
O Progresso
Roberto Carlos
Eu queria poder afagar uma fera terrível
Eu queria poder transformar tanta coisa impossível
Eu queria dizer tanta coisa
Que pudesse fazer eu ficar bem comigo
Eu queria poder abraçar meu maior inimigo
Eu queria não ver tantas nuvens escuras nos ares
Navegar sem achar tantas manchas de óleo nos mares
E as baleias desaparecendo
Por falta de escrúpulos comercias
Eu queria ser civilizado como os animais
Eu queria ser civilizado como os animais
Eu queria não ver todo o verde da terra morrendo
E das águas dos rios os peixes desaparecendo
Eu queria gritar que esse tal de ouro negro
Não passa de um negro veneno
E sabemos que por tudo isso vivemos bem menos
Eu não posso aceitar certas coisas que eu não entendo
O comércio das armas de guerra da morte vivendo
Eu queria falar de alegria
Ao invés de tristeza mas não sou capaz
Eu queria ser civilizado como os animais
Eu queria ser civilizado como os animais
Eu queria ser civilizado como os animais
Não sou contra o progresso
Mas apelo pro bom senso
Um erro não conserta o outro
Isso é o que eu penso
Eu não sou contra o progresso
Mas apelo pro bom senso
Um erro não conserta o outro
Isso é o que eu penso.
FICA A DICA!
Jefferson Leite
Nenhum comentário:
Postar um comentário