terça-feira, setembro 10, 2013

Compreendendo limitações





Cada pessoa interpreta a mesma situação de formas distintas e pouco previsíveis, isso se dá devido a seu grau evolutivo. Basta observarmos uma classe heterogênea, onde cada qual traz consigo o seu gene psíquico, sua formação estrutural e mesmo que seu objetivo seja uno, os meios e os recursos despendidos para tal fim hão de ser variantes e inviolavelmente certos para quem os praticou, enquanto que para outros foge à realidade e assim está aparentemente errado.
Na velha Índia, a religião abriu as portas para a essência do SER na busca de si mesmo. Confúcio na China veio resgatar o I Ching; Sócrates e Aristóteles foram os extremos entre as grandes filosofias da Hélade. Na idade média o período de conhecimento e altruísmo se fez presente quando Francisco de Assis protagonizou o ato de renúncia de si mesmo e abraçou os pobres e a relva ambiental. Nascia mais adiante uma nova proposta com Descartes e outros. Com Voltaire brotavam ideias frescas que embalavam os homens os conduzindo à plenitude por dever, eis que Darwin apresenta a "Origem das espécies" e dessa forma surge a explosão intelectual que ainda hoje deslancha sobre os pontos culturais do orbe terrestre. O homem avançou tanto que mergulhou na construção das sondas espaciais e prescrutou o espaço, tornando-se astronauta no caminho da estratosfera. Resumindo, o indivíduo saiu da infantilidade intelectual para avançar no progresso construtivo do seu meio e de si próprio, nessa hecatombe revolucionária de ideoplastias nos tornamos menos céticos e mais questionadores, equivale assim dizer que estamos hoje melhores que ontem e que outrora eramos menos capazes de assimilar o que hoje podemos.
A história faz relatos incríveis de civilizações primárias que tinham uma psiquê mais desenvolvida, que conseguiram codificar informações sobre objetos que ainda hoje preenchem os espaços da vida dos seres contemporâneos. Existia ao tempo de Salomão um templo na cidade de Jerusalém, este por sua vez, recebera o nome do sábio rei e eis que naquele ínterim (970-931 a C) este templo era dotado de 24 pára raios que protegiam a "Arca da Aliança" que trazia consigo as tábuas recebidas por Moisés com os dez mandamentos. Vale ressaltar que isso ocorrera 2700 anos antes de Benjamin Franklin oficializar e patentear o invento. O frade Roger Bacon que veio a sucumbir a carcaça fisiológica em 1294 houvera feito inúmeras previsões sobre aviões, submarinos e outros, afirmando que tais meios de transporte já eram utilizados desde de muito cedo. Segundo Bacon, Alexandre Magno (356-323 a C) teria utilizado um submarino. Devemos é claro guardar as devidas proporções no tocante ao submarino descrito por Bacon.


Outro fato interessante se deu quando Dupré, um químico misterioso entrou em contato  com o rei Luis XV e demonstrou ao mesmo uma arma que foi descrita como "possuidora de um fogo tão rápido que não podia ser evitado ou combatido", a demonstração dessa poderosa rama teria acontecido no canal de Versalhes. O "fogo" da tal arma era ativado pela água, dessa forma o monarca perplexo com tal invento que poderia destruir uma frota de navios ou mesmo uma cidade, resolveu proibir o desenvolvimento do projeto. Para alguns pesquisadores, a arma era uma bomba atômica primitiva. Como vemos, ainda no passado, as gêneses populacionais já haviam logrado algum conhecimento capaz de fazer sistematizar e entender informações precisas, que aquela época eram espantosas, mas que com o passar do tempo foram se tornando mais normais, até que chegamos aos momentos contemporâneos.
Ao instante caótico da dor surge o Divisor das Eras e com ele a proposta de autoconhecer, de se auto desbravar. Assim como Buda, Jesus aconselhou-nos a fazer uma viagem para dentro de nós mesmos, nos convidou adentrar os micro organismos psíquicos, a vislumbrar o inconsciente humano, a penetrar nessa "sonda" incomum que somos nós. Jung afirmou que o inconsciente é como um grande oceano e o consciente uma rolha de cortiça boiando nele, assim abriu-se um amplo e vasto campo para a psicologia do EU, para os fundamentos do estudo dos fobias, dos traumas, das neuroses, das psicoses e outras nuances que nos tem escravizado sob o tacão do não conhecimento. Ainda no campo destas,  compete-nos estudar criteriosamente as aflições, pois elas quase que diariamente assolam  a inúmeros irmãos nossos e a nós mesmos. As aflições desestabilizam o aparelho nervoso periférico e assim começam a descontrolar a produção de hormônios; na corrente sanguínea são responsáveis por inúmeras alterações somáticas, mas se temperadas pela paciência e pela calma, surgem medidas profiláticas capazes de buscar benesses que elucidam, esclarecem e auxiliam no controle de si mesmo e na atenuação da fadiga comum. Diante de toda e qualquer situação que inspire desconforto e irritabilidade, torna-se de suma importância evitar o pessimismo, que é um dos efeitos maiores do descontrole e da invigilância própria.
Ao examinarmos criteriosamente as situações cotidianas , poderemos perceber que muitas vezes questionamos dos outros como devemos agir em uma determinada situação; como estamos com essa ou aquela roupa; a quem devemos seguir etc. Entretanto levantam-se outros, decididos e contritos nas suas ideias, sejam elas quais forem, ou seja, apesar de estarmos nesse globo, nos diferimos a nível de adiantamento psicológico. Quando nos revoltamos diante de uma crítica, seja ela qual for, provamos a nossa dificuldade de reconhecer nossos defeitos e mesmo que estejamos certos, provamos que ainda não conseguimos entender as falhas de nossos semelhantes. Assim nos tornamos pessoas extremamente sensíveis visto que ao primeiro olhar cuidamos de pensar em: " como estou?". Inúmeras vezes parece que todas as atenções do mundo estão voltadas para nós e quando alguém sorri pensamos: "Está sorrindo de mim". De outro lado se não estamos nos subjugando à inferioridade, começamos a desenvolver a egolatria e achamos em nós a "perfeição". Imaginemos que todos nos olham, mas adorando, admirando e se abismando com nossa "capacidade".

Como seres individuais buscamos o "nirvana"; almejamos a santa sabedoria; a verdade que liberta, enfim pleiteamos o equilíbrio do AUTOCONHECIMENTO. Em suma ou em resumo, se autoconhecer é mediar entre dois planos equidistantes, mantendo-se na posição de certa neutralidade; é não se sentir a "pior criatura do mundo", nem tampouco imaginar que "toda crítica é destrutiva", mas sim manter-se atento e examinador para não cair na invigilância, é não se postergar em posição nociva ao progresso humanitário. Desde as civilizações antigas até aos "colonizadores do espaço" poucos são os seres que lograram o autoconhecimento. Mínima é a quantia de criaturas que se colocam na posição de agentes construtores do próprio futuro. O Mestre nos veio trazer o conceito de redenção plena, ele mesmo compreendeu  nossas limitações e por isso afirmou que o "Consolador Prometido" viria para nos ajudar a praticar tudo o que ele ensinou e ensinar o que ele não pode por nossa dificuldade em entender naquele momento. Ao primeiro passo, parece-nos que Jesus não estava apto a nos conduzir mais profundamente à veredas imorredouras do conhecimento, entretanto se examinarmos melhor veremos que se o Divino Pastor encontrou uma árdua resistência aos seus pronunciamentos primeiros e isto lhe levou à cruz. Imaginemos se ele tivesse debruçado todo o bálsamo da atmosfera crística, o que teria acontecido? 
Toda ideia deve ser amadurecida para depois ser colocada em prática, pois se não, corre o risco de ser abortada graças a nossa dificuldade em assimilar o novo, o desconhecido. Nestes dias onde os conflitos da psiquê se instalam na maior parte dos habitantes do planeta, nos compete render graças pelo aparente ocultamento de certas informações, pois qual imensas são elas, igualmente imensos são os efeitos que elas produzem rotina vivenciada por cada pessoa, e que se refletem na coletividade. Assim pois, comecemos a entender as limitações e captar que tudo tem um motivo e tudo coopera para o bem.

Jefferson Leite

Nenhum comentário:

Postar um comentário