terça-feira, setembro 17, 2013

Como tratar o desemprego? (primeira parte)



Problema sempre presente, o desemprego hoje, em nossa sociedade moderna tem merecido alongados estudos acerca dos fatores que o geram, e também daqueles que dele resultam. No Brasil nos últimos anos um crescimento alarmante se abateu, no entanto hoje se comemora que cerca de 5% da população esteja desempregada no país tupiniquim. Com isso, alarmados alguns peritos no assunto elaboram teses para de uma ou outra forma, tentarem oferecer ao Estado um mecanismo que diminua o índice de desempregados no país. Podemos enumerar como uma das mais recentes causas do desemprego no Brasil a década de 80, ou "década perdida" como ficou conhecida graças a prisão dos países latino americanos ao sistema financeiro internacional, ou agiotagem, que fez com que alguns países mandassem às grandes potências da especulação, cerca de 20 a 30% das receitas obtidas com exportações. Entretanto, data de muito antes as primeiras crises empregatícias, que dependem de inúmeros fatores, como por exemplo, a especialização, ou ainda a mecanização industrial entre outros.
Até 1960, a riqueza nacional era oriunda, em boa parte, da participação do setor agropecuário, até que então, as relações sociais e as formas de trabalho no campo começaram a ser dominadas pelo Capitalismo que por sua vez imprimiu no campo algumas alterações que se tornaram conhecidas como a modernização agrícola, fenômeno esse que fez surgirem práticas de culturas mais modernas com o objetivo de exportação , e principalmente, a concentração de terras, com isso a expulsão ou êxodo rural dos pequenos proprietários. Como vemos, as pequenas propriedades que mantinham famílias no campo, sofrem um ataque tecnológico, pois que, a mecanização crescia e aquele que soubesse manusear tais inventos não teria espaço para continuar nas lides do campo. Assim, o campo que até então era a maior indústria empregatícia do país, graças a sua simplicidade e necessidade fundamental de mão de obra, passa a necessitar menos de homens e mais de máquinas que de uma ou outra forma, economizavam custos salariais, entre outros benefícios. Mais uma coisa que nos vem chamando atenção, é que nosso país desde de longo tempo, vem estando preso ao capital internacional, fator também de desemprego.


Desde de que se tornou independente, o Brasil importava mais que exportava, assim sendo, o governo busca empréstimos aos banqueiros ingleses e se comprometia com altas taxas de juros. Até ser proclamada a República, tinham ocorrido 17 empréstimos externos, sendo que 13 tinham sido com objetivo de pagar déficits orçamentários, e foi somente com a exportação do café que o Brasil conseguiu obter seguidos superávits na balança externa, provando assim que o campo é confirmação de lucros certos, dada a nossa vocação física e psicológica ser voltada para o espaço agrário.
O brasileiro, envolto nessa nuvem de capitalismo, buscou ingressar na senda da mecanização trabalho, daí se levanta no Brasil o seu polo de emprego, o Sudeste. A região representa pouco mais de 10% do território nacional, no qual vivem cerca de 43% da população brasileira. A densidade demográfica do Sudeste é a maior do país, pois supera 70 hab/Km², isso ocorre devido a vários fatores, entre os quais a imigração de nordestinos que buscam na região uma maneira de escaparem da fome e conseguirem um emprego, mas que infelizmente muita vezes isso não ocorre, gerando o inchaço das megalópoles sudestinas, que nem de longe se assemelham ao "paraíso das oportunidades". O Sudeste ganhou sim muitos simpatizantes de suas terras, devido ser a região a maior produtora de café, algodão, cana de açúcar, laranja e banana. Não podemos esquecer ainda a pecuária de corte e a leiteira que são aproveitadas de grande forma. Também é na região  que está localizada a zona mineira, que entre outras coisas se destaca na extração de ferro e manganês no Quadrilátero Ferrífero( Belo Horizonte, Santa Bárbara, Mariana e Congonhas). É nesse painel que o homem de "alma severina" deixa o sertão na busca de dias melhores, onde deixou a família, mas que não tarda acaba retornando à terra natal, ou então ingressa nas favelas em condições sub humanas, onde muitas vezes acaba por sucumbir diante dos impositivos econômicos e sociais. Como vemos, não necessariamente é preciso abandonar o local "onde foi plantado para florescer", tampouco se faz necessário deixar o simples para se manter em equilíbrio financeiro.

Outro aspecto que se deve levar em conta neste assunto, é a distribuição etária, que é feita dessa forma:jovens (até 19 anos); adultos( 20 a 59 anos); idosos ou terceira idade ( de 60 anos em diante). Na atualidade os países podem ser considerados como "jovens" quando mais de 50% da população se acha na faixa etária jovem, ou "maduros" se mais de 50% forem adultos. Também se observa as taxas de natalidade e mortalidade, ou seja, a média de vida dos habitantes é menor.O Brasil pode ser considerado como um país adulto. Na década de 1970, o país era tipicamente um país "jovem", isso se dá no mesmo momento que o rincão brasileiro sai do nicho de país subdesenvolvido, haja vista que nesses geralmente há um elevado número de jovens, enquanto o número de idosos é pequeno, graças a baixa expectativa de vida. Por outro lado, os países desenvolvidos sofrem com a questão do aumento de idosos que consequentemente causa uma falta de arrecadação devido o pequeno número da população economicamente ativa. Segundo estudiosos de demografia este é o problema mais sério enfrentado pelas grandes potências mundi, tanto que na Suécia são comuns as queixas de vários setores da sociedade em relação aos elevados impostos, que tendem a crescer mais devido ao aumento de aposentados daquele país. No Japão acontece o contrário, devido ao mercado de trabalho não ter vasão para esses trabalhadores, pois os mais experientes precisam trabalhar por mais tempo.
A respeito da questão empregatícia existe um fator que ainda denota nossa infantilidade moral, que é o preconceito. Deve-se tornar de nosso conhecimento que o papel da mulher na atual sociedade, é um papel singular para a vida  fluídica de uma sociedade mais justa, haja vista que " é ela que educa o homem". Mas infelizmente, apesar do trabalho feminino aumentar a cada ano, os homens ainda ganham mais que as mulheres, e essa diferença chega a 40 ou 60% em cargos de mesmo nível, tudo isso se deve aos tão famosos estereótipos sexuais. Essa questão estereótipo ainda está presente em todos os países do planeta, mas a maior incidência ocorre nos continentes africano e asiático e o menor índice está no "Velho Continente", na Rússia, nos Estados Unidos, na Austrália e na Nova Zelândia. A questão do preconceito e da disparidade entre os rendimentos dos homens e das mulheres  também é motivo de desemprego, porquanto ao longo da história as mulheres já foram tão discriminadas que hoje com toda a razão, evitam a mesma situação constrangedora do passado.
Até agora, temos examinado questões que geram desemprego, entretanto como nos sugere o título, precisamos antes de tudo entendermos como se trata o desemprego, e quais as suas consequências. Nesses mais de cinco séculos de "descobrimento", nunca a população brasileira esteve tão preocupada com o desemprego como agora, pois a cada minuto que passa, torna-se mais evidente que a violência e outras questões são frutos do malsinado desemprego. Apesar de todas as nossas riquezas naturais, a população brasileira ainda vive com os pés fixos na miséria, haja vista que um SER desempregado, torna-se oneroso ao Estado graças aos programas sociais que são desenvolvidos para atenuar a fome em que muitos de nossos irmãos vivem. Nas grandes urbes a maioria de crianças se convertem em pequenos delinquentes, são filhos diretos do desemprego que assola milhões de pessoas. Quantos pais e mães, sem o mínimo de formação moral não roubam em nome de seus filhos por não terem emprego?(...)

Jefferson Leite

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