quarta-feira, agosto 21, 2013

Doce palavra, fabulosos efeitos


Lc 6, 32-36



O divino amigo nos esclarece e tece comentários sobre o AMOR. Dicionariamente amor é "afeição profunda de uma pessoa a outra de sexo diferente, objeto dessa afeição; conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que constituem o instinto sexual; grande amizade; afeição a coisas; amor ao dinheiro; sensualidade; cópula; ambição; culto; veneração; amor a pátria; compaixão; caridade; paixão; entusiasmo".
Como vemos ao longo do tempo a palavra ganhou vários sentidos, sendo esses  que em muito se contradizem, vejamos como: "afeição profunda de uma pessoa de sexo diferente" . Se assim o fosse, como Jesus afirmaria AMAR pessoas do mesmo sexo? Como ele daria prova desse AMOR a seres do sexo masculino? "Conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que se constituem o instinto sexual". Como conceber Francisco de Assis sem a interação carnal? "Amor ao dinheiro". Para entender dessa forma como poderíamos compreender que Siddhartha Gautama (Buda) abandonasse o lar amoedado para enveredar na senda das "Quatro Verdades Nobres"? Se amor é "sensualidade" como entender em inúmeras religiões o celibato? Se amor quer dizer "cópula" como assimilar Paulo de Tarso ter vivido após Abigail para renovar sempre o sentido do sentimento? Se o significado de amor é "ambição" como sistematizar que Jesus repreendeu o obsessor que lhe ofereceu toda a terra sob seus pés? Se amor é "paixão" como entender o sentimento limpo entre o senador romano Publio Lentulus e sua Lívia? Se amor é entusiasmo como identificar que Moisés guiando os judeus por quarenta anos a partir da saída do Egito?
O amor é o resumo de todos os mandamentos e de todos os profetas. Assim como afirmou o Senhor, ele é o hálito divino que tudo criou, tudo coordena e tudo eleva. Se não fosse o amor seria impossível a permanência da verdade que liberta.
Por diversas vezes Jesus afirmou ser o AMOR a rota do bem, ninguém exemplificou tanto o AMOR  como ele. Como podemos ver, o AMOR transcende todos os sentimentos, ele é uma sublime essência e não uma classificação mecanizada, seu significado foge a qualquer  palavra que o ser possa ter convencionado, assim pois Deus é AMOR. O homem cético e inconsequente deu ao termo AMOR um sentido de baixa teor moral. Costumeiramente registramos ter ouvido: " Vamos fazer amor?" O AMOR não se faz, não é ele mera paixão, não se compra, não se sente por coisas transitórias, mas se materializa formando assim a caridade. Amar alguém é doar-se gratuitamente, é esquecer de si mesmo para lembrar-se da pessoa amada. AMOR e egoísmo nunca andarão juntos. Por isso quando alguém afirma que ama e exige a presença de outrem, este não ama, mas sim está apaixonado. As paixões são quase sempre nocivas ao progresso do indivíduo, pois a paixão está ligada as sensações, a cobiça pelo poder e pelo recurso monetário. A paixão costuma alienar e apreender, o AMOR sereniza e liberta; a paixão mostra-se irada e exaustora; o AMOR é brando e incansável,a paixão surge no repente e é pura atração, o AMOR brota do íntimo com vagarosidade e atinge o psiquismo da criatura.
Jesus amou a humanidade, Hitler se apaixonou pelo poder; Paulo amou os estrangeiros, Júlio Cesar se apaixonou pela vitória contra Vercingetorige. Ninguém pode amar os semelhantes, se não amar primeiro a si próprio, entretanto como como asseverou o "Senhor do calvário" não há mérito em amar os que nos amam e sim amar os que nos perseguem e abominam.



O AMOR é lei divina que "encara" todas as coisas em si próprias, é antídoto contra todas as paixões doentias que se instalaram no mundo.

"Quando um único homem atinge a plenitude do amor, neutraliza o ódio de milhões"
Gandhi

Jefferson Leite

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