quinta-feira, julho 11, 2013

Eloy, o viajante do espaço



Eloy, garoto de seis anos e com muita imaginação, estava sempre com a cabecinha nas nuvens, pensando em alguma aventura para realizar. Quando ele ficava com os olhos parados, fixos ao longe, era certo: estava inventando uma nova e arriscada proeza. 
Sua mãe, Lia, estava sempre em sobressalto. Quando não via Eloy por perto, já gritava:
— Eloy! Onde está você? — porque tinha certeza de que ele estaria inventando alguma coisa perigosa para fazer.
 
Certo dia, chegando a casa e não vendo o filho por perto, Lia começou a procurá-lo. Depois de muito chamar, encontrou o menino no alto de uma árvore, dentro de um grande tambor de plástico, que apoiara entre dois galhos e que se equilibrava por verdadeiro milagre. A mãe gelou de susto.
— Eloy! Como conseguiu subir até aí, meu
filho? Desça já! É muito perigoso!
O menino colocou a cabeça para fora do tambor e todo feliz explicou:
— Esta é minha nave espacial, mamãe! Estou viajando pelo espaço!
— Pois desça já, Eloy! — ordenou a mãe, apavorada.
Contrariado, o garoto desceu reclamando:
— Mamãe, você estragou minha brincadeira. Eu estava me divertindo tanto!
De outra vez, da cozinha, onde preparava o almoço, olhando pela janela, a mãe viu Eloy caminhando sobre o alto muro que contornava a casa.
— Eloy! Desça já daí! O que está fazendo?!... — ordenou ela, preocupada.
 
A chorar, o menino desceu e explicou para a mãe que estava caminhando entre as estrelas, a visitar os planetas e a conversar com um pequeno cometa. E concluiu amargurado, correndo para o quarto:
— Você estragou minha brincadeira, mamãe.
A mãe entendia que o filho tinha muita imaginação, porém não podia permitir que agisse dessa forma, pois era pequeno e não tinha noção do perigo. O que fazer?!...Todo dia era uma novidade. Ele sempre estava fazendo alguma coisa perigosa. 
 
Naquela noite, a mãezinha conversou com o marido, falando-lhe da sua preocupação.
— Querida, você tem toda razão. Mas temos que confiar em Jesus. Vamos orar — aconselhou o pai.
 Então, a mãe fechou os olhos e orou a Jesus, suplicando a ajuda dos Amigos Espirituais. Compreendia a capacidade de imaginação do filho, porém Eloy estava vivendo de forma perigosa, o que ela, como mãe e responsável por ele, não poderia admitir. No entanto, como impedir-lhe os voos da fantasia, se era sua alma que buscava aventuras?!...
E em lágrimas, ela suplicava:
— Jesus querido, ajuda-me! Ampara meu filho para que ele viva de maneira menos perigosa! Não suportaria se algo acontecesse com Eloy. Socorra-me, Senhor!
Na manhã seguinte, a mãe despertou mais tranquila. Acordou Eloy para ir à escola. O menino arrumou-se e foi até a cozinha onde a mãe preparava o café da manhã. Logo, todos estavam sentados em torno da mesa.
Eloy, todo animado, contou para a mãe:
 
— Mamãe, essa noite tive um sonho muito legal.
— Ah! E o que você sonhou, meu filho?
— Eu sonhei que estava na minha cama dormindo e, de repente, acordei. Ao lado da cama tinha um moço que eu nunca tinha visto antes. Ele disse que é meu amigo e que vai me levar para conhecer o espaço! O nome dele é Orlando — contou o menino com os olhos arregalados.
Os pais trocaram um olhar de entendimento, depois se viraram para o menino, surpresos.
 
— E o que mais ele disse, Eloy? — indagou a mãe.
— Meu amigo Orlando disse que não preciso mais imaginar brincadeiras perigosas, pois vou viajar de verdade com ele. Prometeu que me levaria para conhecer lugares bonitos, cidades e um monte de coisas.
— E como vocês irão? Numa nave? — perguntou o pai, curioso.
— Não, papai, não precisa! — informou o menino ante a ignorância do pai. — Orlando segurou minha mão e disse apenas: Venha comigo!
E o garoto entusiasmado continuou contando todo feliz:
— E nós fomos voando pelo espaço. Só isso! Ele levou-me para visitar um lindo jardim cheio de crianças, onde brinquei bastante. Orlando explicou que aquelas são crianças que já não moram mais aqui na Terra. Elas vivem lá e visitam seus pais aqui no planeta ou eles as visitam lá, onde moram. Não é legal, mãe?
— Muito legal, meu filho. Adorei! — disse a mãezinha com lágrimas nos olhos.
A mãe voltou a olhar para o pai e, mentalmente, elevou o pensamento de agradecimento a Jesus pelo socorro que lhe tinha enviado através de um Amigo Espiritual. Nunca mais Eloy sentiria necessidade de criar brincadeiras perigosas para satisfazer sua atração pelo espaço cósmico.
Bem que Jesus dissera, mostrando o caminho a todos aos necessitados: Quem pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate à porta, ela será aberta.   
MEIMEI
 
Célia Xavier de Camargo, em 3/6/2013. Revista O Consolador edição de 29 de junho 2013

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