terça-feira, julho 23, 2013

A milagrosa arte de saber cumprimentar



Alguma vez na vida você já teve decepção ao cumprimentar uma pessoa e não ter a retribuição desejada?É mais comum que se possa imaginar, que o simples ato de cumprimentar uma pessoa seja capaz de provocar determinadas situações constrangedoras. Em via de regra, quando vamos cumprimentar uma pessoa acabamos nos enchendo de simpatia e sorrisos, no entanto nem todos são sensíveis o suficiente para observarem que não temos o direito de frustrar os outros. Lembro-me que numa ocasião indo a uma palestra com uma prima, que diga-se de passagem foi muito bela a exposição, após terminada, fomos cumprimentar o palestrante e toda contente  e entusiasmada ela lhe disse: " Tenho quatro livros seus". Ele respondeu seco e sem generosidade: " Você está defasada, já lancei nove". Se não bastasse ela o pediu que viesse a nossa cidade pois estava sumido e precisava "aparecer" ao que ele novamente frio respondeu: "Quem aparece é assombração".
Quando não vemos uma pessoa a determinado tempo é normal que a saudemos com um belo sorriso e determinada exaltação emocional, no entanto muitas pessoas reagem de forma como se fosse "cadáveres que andam e falam" de tão frios. Uma mão que se estica e volta vazia, ou mesmo um abraço que apenas é retribuído com um tapinha nos ombros como fazem políticos que "toleram" o povo. Isso sem contar naquele aperto de mão com as pontas dos dedos que demonstra total indiferença. O corpo fala e da comunicação 93% está relacionado a expressão, enquanto a palavra ocupa apenas o restante.
Chico Xavier soube de forma espontânea trazer como seu característico o famoso beijo nas mãos de todos os que assim lhe cumprimentavam, dando-nos a lição de que devemos ser tratáveis até mesmo na hora de nos encontrarmos ou reencontrarmos com as pessoas.
Num evento é muito comum os "donos" darem pouca atenção aos convidados alegando estafa mental ou preocupação, quando deveria ser o contrário, pois quando convidamos as pessoas devemos não somente em nome da etiqueta, sermos tratáveis ao limite de nossas forças. A frieza no atendimento com o profissional de saúde pode provocar no paciente uma piora sintomática em seu quadro clínico e mais, uma total recusa de continuar o tratamento, julgando por irmão que agiu de forma infeliz toda uma classe profissional.

Em algumas situações aqueles que não sabem lidar com a vida acabam extravasando com os outros seu mau dia, mau humor e más atitudes sendo altamente incapazes de cumprimentar bem os irmãos, alegando: " estou com muitas problemas". Ora ninguém é responsável pelas coisas que nos acontecem , portanto é preciso saber diferenciá-las e não colocar culpa nos outros por isso ou aquilo.
Certa vez vi um palestrante que após terminar, foi convidado a entregar algumas livros como é comum em muitas casas e me surpreendeu vê-lo sem nenhum esforço ao fazer as entregas de cima da tribuna, sem que se dignasse mesmo a cumprimentar devidamente os confrades, apenas dando um aperto de mão de longe. Não há tarefa mais meritória que a outra no serviço do Cristo; não há função mais nobre que outra, pois em verdade aquele que executa a fala não deveria se utilizar da 3º pessoa do singular para expressar, pois todos estamos no mesmo nível com raríssimas exceções. A tribuna não deve ser vista como um lugar onde o expositor se veja distante de todos com olhar de superioridade, ao contrário é um laboratório de energias, onde ambos quem fala e quem escuta se completam energeticamente.
Ao cumprimentar bem alguém que chega, estamos além de caridosos sendo afáveis. Particularmente em muitas vezes acabo ficando como dizem os mais jovens "no vácuo", pois procuro fazê-lo com deferência especial a cada um, pois cada qual tem sua parcela nessa harmonia planetária. Em muitos casos, a resposta vem seca: "Oi Jefferson". No entanto, como "sou brasileiro e não desisto nunca" continuo tentando ser o mais amistoso possível, tentando não me preocupar com a indiferença daqueles que ainda não aprenderam o valor de se saber cumprimentar aqueles que conosco convivem.

Jefferson Leite

Nenhum comentário:

Postar um comentário