Divina lira,
Musa que inspira
Meu coração
A relembrar...
Celebra, amena,
A vida plena,
A paz sublime,
A luz sem par.
Volta, de novo
Ao grande povo
Que não me canso
De estremecer;
Revela, ainda,
A Pátria linda
Que faz vibrar
Todo o meu ser.
Exalça agora
A nova aurora
Que brilha cheia
De amor cristão.
O mundo em prova
Que se renova
Espera o dia
De redenção.
Une- te ao canto
Formoso e santo
Que flui soberbo,
Sepulcro além...
Lira divina,
Louva a doutrina
Da liberdade
No eterno bem.
Dize a grandeza
Da glória acesa
Na vida excelsa
Que a dor produz,
Proclama à Terra
Que além da guerra
E além da noite
Floresce a luz.
Não mais procures,
Chorando alhures,
Enfraquecer- te
Nas lutas mil.
Canta somente,
Ditosa e crente,
A nova era
Do meu Brasil.
Ignácio José de Alvarenga Peixoto
IGNÁCIO José de Alvarenga Peixoto, um dos malogrados
poetas da Conjuração Mineira”, ao qual foi imposta a pena de
degredo perpétuo na África, onde veio a falecer em 1793, “mina-do pela nostalgia”.
Do Livro Parnaso de Além-Túmulo, Obra Francisco Cândido Xavier
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