sábado, maio 04, 2013

Caridade e riqueza



Na lição número 49, do livro Palavras de Vida Eterna, psicografado por Francisco Cândido Xavier, ditado pelo Espírito Emmanuel, o Instrutor espiritual busca em Paulo, na carta Efésios, capítulo 2, versículo 10, a inspiração para seu conteúdo.
Nessa epístola, Paulo chama a atenção para o fato de termos sido criados iguais a Jesus. Vale dizer que trazemos, assim, dentro de nós, os mesmos dons que sustentaram e objetivaram Sua caminhada sobre o planeta; os mesmos dons que Ele espalhou a todos os corações, que ainda buscam compreender Seus ensinamentos. Durante esses séculos e com a consciência mais esclarecida pela razão, vimos procurando conquistar valores iluminativos, não sem sofrimentos e muito pouco sucesso.
E por que caminhamos tão pouco e tão lentamente? Precisamos entender que nosso campo de luta não está fora de nós, no outro – que temos em conta mais como adversário do que como companheiro de jornada –, mas, sim, situado em nossa vida íntima. E por isso, sofremos. A animalidade, ainda, tão presente em nós – porque ainda estamos, fortemente, ligados aos bens materiais – teima em lutar com a espiritualidade, que insiste em despertar, em nós, porque somos Espíritos imortais à procura de luz. É o homem velho, caracterizado pelo preconceito de todos os matizes, pela intolerância com o engano alheio, pelo egoísmo que nos coloca como centros do mundo, que permanece em luta contra o despertar do homem novo, cósmico, espiritualizado que, “pouco a pouco entre as alternativas de vida e de morte, renascimento no corpo e retorno à atividade espiritual, vai plasmando em si mesmo as qualidades sublimes, indispensáveis à ascensão, e que, no fundo, constituem as virtudes do Cristo, progressivas em cada um de nós”. ¹ Todos esses dons, que também são de Jesus, podemos compartilhar, distribuir aos nossos semelhantes no eterno trabalho no bem.
Acreditamos, muitas vezes, que somente o bem material pode ser a base da caridade, e com isso nos esquecemos da imensa riqueza que o Mestre espalhou sem ter, contudo, onde repousar a cabeça. Nada tinha de seu e, assim mesmo, levou aos aflitos o remédio para seus males: o Seu amor por todos os homens, bem maior cuja aquisição ouro nenhum compra.
Desse modo, todas as vezes que procuramos harmonizar, ou, no dizer de Emmanuel, aclimatar as qualidades cristãs em nós mesmos – não importa onde estivermos –, estaremos nos convertendo em instrumentos milagrosos para a exteriorização do bem. Estaremos, sem dúvida alguma, multiplicando as graças de Deus ao nosso redor, beneficiando primeiro a nós próprios para, depois, chegarmos aos companheiros necessitados.
Procuremos, pois, observar o que temos de melhor a fim de poder dilatar essa parte boa que possuímos – e às vezes ignoramos – ao infinito se, verdadeiramente, desejarmos. Se não temos o bem material para minimizar a dor alheia, não faz mal! Emmanuel aconselha, judiciosamente, a todos nós, a oferecermos aprovação e estímulo no bem, não importando se a ação é simples ou de relevância; para socorrermos com nosso apoio e conforto a dor daqueles que sofrem; para que levemos compreensão e esperança aos amigos, companheiros de trabalho ou, simplesmente, aos conhecidos, espalhando ternura, alegria, ajuda espontânea e fraternidade a quem necessite, começando pelos nossos familiares; e para que aprendamos a receber com gentileza e bondade aqueles que nos procuram. Como podemos perceber, não necessitamos ter recursos financeiros para iniciar a tarefa no bem. Com o conhecimento evangélico que já possuímos, somos capazes de atender aos nossos companheiros de jornada.
Conforme pondera o Instrutor espiritual, na mensagem sobre a qual refletimos:“lembra-te que o amor é inesgotável na fonte do coração e de que Jesus, ainda hoje, com Deus e com amor, vem multiplicando, dia a dia, os eternos tesouros da Humanidade”. ²

Bibliografia:
1 – EMMANUEL (Espírito). Fonte Viva [psicografado por] F. C. Xavier, 16ª ed., FEB, Rio de Janeiro/RJ, 1988, lição 25.
2 – Palavras de Vida Eterna [psicografado por] F. C . Xavier, 20ª ed., Edição CEC, Uberaba/MG – 1995, lição 49.

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