Tenho observado nesses quinze anos de palestras a redução do número de companheiros que se dedicam a divulgação da Boa Nova e isso é de certa forma preocupante, uma vez que a grande maioria dos núcleos de estudo da Doutrina no mínimo uma por semana realizam as palestras públicas. Já vi e ouvi inúmeros companheiros que acabaram abandonando a tarefa por vários motivos, ou quando não chegam a abandonar, diminuem e limitam os locais onde possam proferir suas palestras. Nas tarefas de divulgação muitos impositivos e tropeços surgem pelo caminho e em alguns casos falta a persistência necessária.
Muitos irmãos confundem o fato de cobrança, com o custeio do combustível, passagens ou hospedagens. O interessante é que quando se tem uma lista considerável de compromissos a serem cumpridos, muitas vezes aqueles que não ajudam em sua parte acabam comprometendo a parte de outras Casas a serem visitadas, efeito "bola de neve". O bom senso não deve permitir que o expositor cobre aos diretores da Casa que costumam "esquecer" que o coitado do expositor infelizmente ainda não consegue fazer com que o veículo levite a base de fluidos; que muito embora argumente trabalhar na causa do Cristo o pedágio não lhe será ignorado; que por mais desprendido que seja, o coitado precisa dormir e hotel não costuma albergar gratuitamente etc.
Parece até que o palestrante por mais que faça, não está fazendo mais que sua obrigação, se bem que é verdade, mas não custa estender a mão para "ajudar a carregar o fardo". Faz-me lembrar de uma amigo que dizia que os "espíritas possuem um escorpião no bolso" e ai "esquecem" mesmo de contribuir com as despesas do palestrante.
Em algumas outras situações o expositor fica "mais perdido que azeitona em boca de banguela", pois alguém contatou com o mesmo e ele/ela não conhece ninguém, quando chega perguntando por fulano, lá vem a resposta: "hoje fulano não pôde vir" etc. Parece uma cena comum, mas qualquer semelhança é mera coincidência senhores expositores. Imaginemos trazendo para a vida comum, é como convidarmos alguém para vir à nossa residência e não estarmos para o receber. Quantas histórias!
Uma vez um amigo falava-me que estando numa Casa espírita para proferir uma palestra, antes de acabar,as pessoas foram se movimentando, fechando as janelas,olhando para o relógio etc, como se mostrassem que já era hora de acabar. Quando ele questionou, lhe informaram que aquele era o último capítulo da novela e todos não queriam perde-la. Isso acontece mais que se imagina!
Não queremos dizer que o orador tenha que ter privilégios, mas também a indiferença e o sacrifício de suas economias familiares é falta de caridade para com aqueles que se dedicam a servir na tarefa de oratória. Aos dirigentes das Casas vale a pena repensar determinadas formas para tentar impedir que vários companheiros sejam impedidos de continuar suas tarefas na divulgação do Evangelho, uma vez que muitos corações ainda precisam ser contaminados pelos ensinos do Consolador Prometido e para tanto temos que evitar a defasagem de expositores doutrinários.
Não pensemos em colaborar tão somente com quem deixa seus afazeres do lar, o convívio com a família, ou os momentos de descanso, mas antes de tudo, pensemos que estarmos fazendo pela própria DOUTRINA ESPÍRITA.
"Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação” (“Estude e Viva”-Emmanuel e André Luiz)
Jefferson Leite
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