segunda-feira, março 18, 2013

O ser e o meio



Página psicografa em 20/09/2005:




Interpelando as teorias convencionadas pela humanidade, a criatura humana encontrou um pano de fundo para justificara a maioria de seus males.
A teoria idealizada por Frederico Ratzel e Elisée Reclus, o determinismo encontra eco profundo em grande parte dos homens hodiernos que justificam por ela suas idéias, ideais e ações.
Quando alguém se vê diante de trauma profundo da vida, é comum afirmar que o meio lhe proporcione ação coercitiva o que faz de si um dependente único do meio em que vive, um verdadeiro escravo de seu habitat ou situação a que se acha fadado.
Inegavelmente, há uma ação profunda do ambiente sobre o ser, contundo ainda, prevalecem  seus caracteres morais e seu livre arbítrio. Como individualidade  a criatura não se acha sujeita as casualidades e sim as  causalidades da vida, assim sendo o acaso inexiste nas relações do ser com o próprio meio.
A vida sendo escolha constante não poderia permitir que o transeunte tomasse o caminho errado por imposição do meio em que se acha . Naturalmente a influenciação do habitat exerce uma força grandiosa na persona o que não quer dizer que esta esteja compelida a permanecer em desalinho moral. A livre vontade da criatura permite a esta livrar-se a qualquer tempo das sugestões a ela chegadas. Daí, o fator determinante parte sempre do ator principal da própria vida, o ser pensante e independente. Se assim não o fosse, como poderiam toxicômanos veem-se livres da dependência química, muito embora continuem vivendo o mesmo círculo de amizades? É lógico porém, recomenda-se o bom senso, o cuidado necessário com o contato excessivo, justamente por essa influenciação, mas nunca por imposição.
Como artífice do progresso próprio, o ser não está sujeito a força que lhe estagne  a vontade própria. A argumentação de más companhias que empurram a ato delituoso, ou nascituro paupérrimo que compele a trapaça, é extremamente engodo a realidade. O conflito do homem se dá consigo mesmo em errar ou fugir ao tentame  porém a escolha é só sua, como também o contrair novos débitos nesses casos, é só seu.
Se existe força determinante na natureza, essa é oriunda do próprio ser que consciente, escolhe os caminhos que melhor condizem com suas evocações morais. Se assim não o fosse, onde estaria a misericórdia de Deus que impunha a vontade do meio? Quando a criatura se opõe as sugestões enfermiças do meio, processa em si mesma a alavanca do progresso que imediatamente anula a culposidade ou responsabilidade de outrem, atribuindo a si mesmo as causas e efeitos dos próprios atos, o que consiste em se reconhecer como potencial determinante das coisas que resolve fazer. Isso deixa claro, que o espírito já amadureceu o suficiente para deixar de atribuir  aos outros seus fracassos contínuos.

Anne Frank

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