Quando em Janeiro de 2011 tive a oportunidade de assumir a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Turismo uma idéia não me saia da cabeça, a de trazer no aniversário de nossa cidade a cantora e compositora Paula Fernandes que naquela altura poucas pessoas conheciam sua fisionomia, muito embora sua voz já tivesse se tornado famosa por ter emplacado um hit em uma novela de sucesso. Inegável não somente a voz de Paula Fernandes, mas também sua sensibilidade de compor, trazendo a baila os cenários naturais, a beleza da própria vida, temas muito trabalhados pela artista. Lembro-me da resistência de pessoas que me diziam assim: "Isso não vai dar certo. O show da Paula Fernandes é para um lugar fechado e para se assistir sentado". O show deveria ser em um lugar aberto, com entrada gratuita e para completar numa segunda-feira, pareceria ter tudo para dar errado. O motivo que me levava a crer que seria um sucesso era justamente a sensibilidade artística e a paz interior que ela transmite. Continuei insistindo em meu projeto e depois de muito esforço consegui convencer alguns, muito embora sempre me diziam que não ia dar certo. O dia finalmente chegou era 10 de Maio, uma segunda-feira, justamente o dia da emancipação político administrativa de Itaperuna. Era impossível transitar no local do show, pois estava repleto, eram milhares de pessoas que desejavam ver pela primeira vez na região norte e noroeste fluminense a cantora. O resultado posto abaixo um vídeo que mostra a grandiosidade daquela noite memorável para todos nós que presenciamos e que meu amigo o ex prefeito Fernando Paulada costuma dizer: "Nem o Roberto Carlos fez a Paula Fernandes chorar, mas Itaperuna fez".
Fui surpreendido por matéria que informava que um religioso decepcionado pelo fato da cantora Paula Fernandes se declarar adepta do espiritismo, resolveu quebrar o DVD da artista e não satisfeito lançou nas redes sociais uma campanha de "boicote" ao trabalho da cantora. A Constituição Federal prevê a liberdade de culto religioso e ainda a liberdade de expressão. Digo que fiquei surpreendido, pois me vi por um instante entre o primarismo da intolerância religiosa, onde um irmão em desalinho com suas emoções utiliza-se a comunicação para disseminar ódio o que com certeza não lhe foi ensinado em sua sociedade religiosa. Lembrei-me do que lecionava meu velho pai: " Todas as religiões são boas, ruins são alguns religiosos". Ora, as religiões são imaculadas, mas alguns fanáticos as maculam tentando promover uma "guerra religiosa" onde estiverem. Quando quebrou o DVD provavelmente o desejo era o de matar interiormente a artista, como se todos aqueles que não professarem determinada fé não são dignos de conviver entre os "eleitos". Realmente ainda se deixa muito o "velho homem" cheio de rancor, de preconceito, de maldade prevalecer nesses lances de desequilíbrio emocional e irascibilidade em nome de Deus. Não posso crer que atitude tão desequilibrada receba o apoio de outros religiosos em estado de normalidade emocional.
Diz-nos André Luiz que o mal não merece comentários, contudo não podemos deixar de tecer comentários sobre as perseguições religiosas que uma minoria de péssimos religiosos tentam lançar pelas redes sociais. Recentemente li algumas críticas pesadas sobre o pastor Silas Malafaia líder de um dos segmentos da Assembléia de Deus, bem como muitos comentários maldosos com relação a renúncia do Papa Bento XVI, também li algumas pessoa s que criticaram alguns artistas que no final do ano levaram flores ao mar como oferendas. A preocupação com o "demônio" tem feito pessoas terem atitudes demoníacas, pois Jesus sempre contestou a intolerância, resumindo todas as leis e todos os profetas no AMOR. O objetivo das religiões não pode ser o de formar um segmento "puro e escolhido" como pensou o sanguinário Hitler e sim o de religar criatura ao Criador e me espanta como em nome de Deus ainda cometemos tantas atrocidades. Vejamos abaixo o grau de perseguição que alguns falsos religiosos estão disseminando no Facebook. É horrível de se ver, mais infelizmente precisamos trazer aqui para mostrar o grau da violência de alguns fanáticos.
A musicalidade da cantora Paula Fernandes além de sua voz linda, traduz verdades do ser humano com a terra e o meio em que vive. Naturalmente o artista é uma alma sensível que capta informações e as transforma em arte, num processo de intuição que o faz meio entre as energias de todo o ambiente que o cerca. Mais que uma revelação de um estilo a cantora Paula Fernandes é esse meio de energia e emoção que tem embalado muitos corações aflitos que através de suas letras fazem uma reflexão e também o fazem por sua história de vida. A nós cabe fazermos uma reavaliação de como temos vivido as religiões e principalmente como temos tratado os religiosos que independente do credo são todos nossos irmãos, pois somos todos filhos de um único e mesmo Deus. Felizmente temos seguidores e líderes espirituais que se esforçam pela melhora íntima e para realmente viverem o que ensina a crença religiosa. Dia virá não tão longe onde desaparecerão os rótulos religiosos, para avançar os homens na religiosidade.
"A paz exige quatro condições essenciais:verdade, justiça, amor e liberdade."
João Paulo II
Jefferson Leite
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