sábado, fevereiro 02, 2013

A ARTE DE CONVIVER

"Nascer é fácil, viver é fácil, difícil é conviver".

O ato da convivência requer de ambas as partes um mergulho profundo no exercício da renúncia e da compreensão. É preciso despir-se de personalismo para buscar conviver em sociedade, pois assim como diziam os antigos: "os dedos das mãos não são iguais". Ao avaliarmos das guerras na história da humanidade, veremos que a maioria das vezes o que motivou o conflito foi o ato de não conviver bem. Quando falamos em conviver bem, não nos referimos ao "tolerar" de alguns círculos sociais que se envolvem em falsidade para irem se suportando com "sorrisos amarelos" e beijos não menos falsos.

A convivência boa deve ser vista como um exercício diário, onde nos esforcemos por entender o estágio evolutivo de cada um, não cobrando o que aquele ainda não possui, tampouco subestimando a capacidade daquele outro. Levando em consideração os conflitos de idade, pais e filhos geralmente não conseguem ter uma convivência muito harmônica e daí, surgem as transferências de confiança e afeto para os colegas e amigos de mesma faixa etária. Alguns pais e filhos vão se tornando tão distantes que apesar de conviverem sob o mesmo teto se tornam indiferentes e não conseguem externar o amor um pelo outro. Com o advento das redes sociais ficou mais fácil conviver. Conviver a milhares de quilômetros , onde fazemos "amigos" que não precisamos estar juntos realmente. Onde está a convivência?

Os relacionamentos afetivos constituem profundo alicerce de estudo da convivência. Nos primeiros momentos com o furor da paixão, os enamorados fazem juras de amor e fidelidade eterna, todavia quando se vão descobrindo as manias um do outro, príncipe e princesa vão tornando-se plebeus e o ato de conviver é agora é estremecido pela " incompatibilidade de gênios". A convivência chega ao fim e o pior, literalmente. Na maioria das vezes os ex(s) são tratados como defuntos ou inimigos, cria-se uma barreira e se fecha o ciclo de convivência, acabam assim furtando oportunidades valiosas de diferenciar o mal e o bem. Ninguém poderá filtrar e discernir, se não conviver. Todas as filosofias,as ciências e as metodologias teóricas são de grande valia para entender o ser humano, contudo somente a atividade empírica da convivência é capaz de nos fazer melhores. É nesse contexto que burilamos o próprio EU, frente as necessidades e reações novas de quem conosco estagia na terra.

Nada nos servirá tanto ao progresso íntimo quanto o ato de conviver, daí pois vivemos em sociedade constantemente. O ser humano não deve viver solitário, se assim não o fosse, não teria recebido a missão relevante e santa de conviver e conviver harmonicamente com todos os reinos da natureza.


Jefferson Leite    

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