As pessoas com transtorno de personalidade não têm o que se considera um padrão normal de vida – do ponto de vista estatístico, ou seja, comparado ao modo de viver das outras pessoas. Esta perturbação atinge todos os pontos da personalidade de uma pessoa que causam uma ação nos que a cercam e sobre o contexto em que habita – na forma de demonstrar seus sentimentos, nas atitudes sociais.
O portador deste transtorno provoca danos a si mesmo e aos que com ele convivem.
Quando as mutações na personalidade se tornam persistentes, embora não caracterizem nenhuma mudança patológica, elas compõem então o Transtorno de Personalidade, conhecido também como Ego Patológico.
É preciso compreender, primeiro, o que é um traço de personalidade. Este é a tendência de cada um, seu modo de ser permanente. Por exemplo, alguém tem inclinação para ser teimoso, então se pode afirmar que a teimosia é um traço de sua personalidade, depois que esta atitude se enraizou em sua maneira de agir. Assim sendo, o comportamento de um indivíduo é a soma de todos os seus traços de personalidade. Como então distinguir uma pessoa da outra? Pela forma como cada um vivencia estes traços – com maior ou menor força e amplitude.
Quando certos contextos com os quais as pessoas estão familiarizadas subitamente se transformam, algumas delas não conseguem adaptar seus traços de personalidade às novas circunstâncias. É como se elas fossem prisioneiras do seu modo de ser e, não sendo capazes de se adaptar ao novo, ao desconhecido, seus traços de personalidade passam a lhes perturbar, bem como aos seus parentes e amigos.
Muitas vezes o comportamento de alguém passa a não corresponder a determinadas expectativas dos padrões culturais atualmente em vigor, tanto na área da impressão de si mesmo, das outras pessoas ou de alguns acontecimentos, quanto no campo afetivo, envolvendo a vantagem ou não das réplicas emocionais; no andamento das relações entre as pessoas, bem como no freio dos impulsos. Outras vezes, suas atitudes tornam-se intransigentes, com sérias conseqüências.
Outra característica deste transtorno é a ausência de bem-estar nas interações sociais e profissionais. Este processo tem início, geralmente, na fase da adolescência ou, no máximo, assim que o sujeito se torna adulto. É necessário ter certeza, antes de se valer deste diagnóstico, que não há a ocorrência de nenhuma outra patologia, o uso excessivo de determinadas substâncias químicas, nem mesmo a incidência de problemas orgânicos ou de lesões cerebrais. Certas perturbações desta natureza não devem ser analisadas como transtorno de personalidade em menores de 18 anos.
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