Mc. 6, 1-6
Nos recônditos de nossa alma paira o dito popular: "santo de casa não faz milagres". No bojo dos viventes de Nazaré, encontrava-se o "senhor do calvário". As pessoas o ouviam com inerva atenção, isso pois dado ao seu incomum magnetismo. O povo nazareno estava genuflexo diante da expressão peculiar e do psiquismo singular de Jesus. Como é comum sempre que surge um "fenômeno" a nível de crença religiosa, existe a curiosidade de se saber quem é? de onde vem? filho de quem? faz o que? etc.
Quando souberam os nazarenos que Jesus vivera junto a eles e que seu ofício era o da carpintaria, logo o rejeitaram. Fazendo-se assim ensurdecidos diante do "microfone da luminosidade".
Hoje, ainda hoje vemos pessoas que se destacam, que realizam obras edificantes, que recebem reconhecimento em toda parte, mas quase nunca dentro do próprio lar (cidade, casa religiosa, trabalho). Muitas vezes alguns se dizem saturados ou acostumados, devido à convivência, entretanto no caso de Jesus como em muitos outros o que houve foi o pouco caso isso devido as condições financeiras diminutas do "herdeiro da verdade".
Da era cristã , contava-se o ano de 1446, quando surge em Gênova (Itália) Cristóvão Colombo. Pertencera ele a família simples e desde cedo se destacou e dedicou a navegação. Cristóvão era um entusiasta e ativo, por isso buscou com Portugal (país no qual ele residia) um incentivo para viajar ao Oriente, pois ele cria na redondeza da Terra. Portugal não lhe outorgava os recursos necessários , pois achava-o um pobre em todos os sentidos. Sendo o nauta um homem decidido recorreu à Espanha com seus representantes rainha Izabel e rei Fernando. Cristóvão provou que quem luta consegue atingir seus objetivos, passou a ser assessorado pelos irmãos Pinzon. Nesse contexto eles partem de Palos em três embarcações : Santa Maria, Pinta e Nina, avançando, em 12 de Outubro de 1492, eles chegam à América Central e assim o navegador prova sua competência e perseverança. Imaginemos assim ,a decepção de Portugal quando soube do êxito de Colombo. Assim também foi a decepção de Nazaré mais tarde, ao saber das maravilhas realizadas por Jesus.
Vivemos um sistema de consumismo, idealizamos tudo que a mídia nos oferece, tentamos lograr o que os outros já conseguiram. Nos tornamos enamorados do aparentemente impossível , assim também desvalorizando os que estão ao nosso redor. Vivemos a preterir as almas boas que o Senhor por misericórdia colocou em nossos caminhos e desta forma, quase sempre nos tornamos agentes de desajustes psíquicos, o que vez por outra leva os nossos ao tombarem no meio do percurso, ou ainda perecerem por incômodos variados , ou mesmo atentarem contra a oportunidade de reajuste (vida).
Jesus perseverou até o fim. É óbvio que para ele não foi fácil encarar o descaso dos conterrâneos, não poderia passar por cima dos olhares repreensivos que muitas vezes tendem a desiludir o SER. Entretanto soube direcionar o pensamento para o bem, bem este que ele se fazia interprete . Bem este que nunca existiria se não fosse sua coragem de revolucionar pensamentos diante da miséria espiritual que o povo israelense se encontrava.
Não queremos dizer que só iremos continuar a caminhada se formos aplaudidos, mas como indivíduos dotados de uma psiquê somos muitas vezes necessitados do mínimo no caminho e de mais uma oportunidade, pela qual possamos mostrar nossas potencialidades, mas muitas vezes também as limitações.
Como temos visto, o coração do "príncipe dos judeus" sofria ataques contínuos e sua crucificação se dava instantânea e constantemente. Se observamos atentamente , veremos que Jesus não só se sacrificou no alto do Gólgota, mas veio se sacrificando desde de seu reaparecimento na Terra. Realmente o amor dele era, é e sempre será inegavelmente o mais puro e sincero amor do mundo. Um amor sem exigências e sem restrições, um amor imortal e reconfortante, mas por outro lado devemos nos preocupar com constância pois ele mesmo nos aconselhou: "Amai-vos uns aos outros TANTO QUANTO vos tenho amado.
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