sexta-feira, março 29, 2013

O martírio de Jesus


Hoje quando a grande a maioria dos cristão relembram a crucificação do Messias Galileu, muito embora prefiramos falar do Cristo descrucificado, sentimos a necessidade de refletirmos sobre um dos momentos mais marcantes para a história da humanidade.  Para os cristãos os quatro evangelhos canônicos são a principal fonte de informação sobre Jesus, no entanto muita literatura informativa surgiu nesses mais de dois mil anos. Na cultura do Islamismo a morte de Jesus é tratada como complexa, por não reconhecer explicitamente a sua morte e dizer que antes da morte ele foi substituído por outro, do qual nada é dito, enquanto Jesus ascende ao céu e engana os judeus. A Pessach (Páscoa) era uma tradição comemorativa a libertação dos judeus do Egito, portanto já existia antes da crucificação de Jesus. Encontramos ainda a presença da " Última Ceia" ou "Santa Ceia" em que baseado numa ritualística pagã mais tarde a Igreja Católica a introduz em seus ritos durante as missas com o nome de Eucaristia que seria em verdade um culto a possível última refeição de Jesus. Vejamos que com o nascimento das religiões protestantes tal como o calvinismo, seu fundador João Calvino acreditava apenas em dois sacramentos, o batismo e a "Ceia do Senhor" e os praticava em sua Igreja assim como Lutero. A teologia busca nos evangelhos uma forma significativa para o  "Discurso do Pão da Vida" em João 6:35, onde se lê: "Eu sou o pão da vida; o que vem a mim, de modo algum terá fome; e o que crê em mim, nunca mais terá sede.".







Não podemos negar que o senso comum e o misticismo fizeram aparecer nas cenas desde a entrada do Mestre em Jerusalém até as últimas palavras que lhe atribuem que seriam em sete as pronunciadas antes de sua morte, passando por uma das relíquias mais famosas do mundo, a cruz. A simbologia da cruz desde as primeiras eras  demonstrava a ligação das traves como se fossem eixos universais que se fixam, formando os paralelos universais de forças que se imantam numa visão esotérica. Em verdade relatos históricos demonstram que a cruz era insígnia de Serápis no Egito,foi utilizada séculos antes de Jesus tanto no Ocidente quanto no Oriente, como podemos ver nos símbolos utilizados pelos iniciados como é o caso na figura abaixo do espírito Ramatís que teria vivido no século X na Indochina utiliza como cordão uma cruz sobre o triângulo denominando uma ordem iniciática. Ao ser apropriada pelo cristianismo, a cruz buscou sintetizar a história da salvação e paixão de Jesus, significando também a possibilidade de ressurreição.




O doutor Pierre Barbet cirurgião francês há mais de trinta anos, escreveu a obra que falamos na palestra acima , o dr. Barbet que estudou a crucificação durante 25 anos, apresentou teses e estudos profundos sobre acrucificação e morte de Jesus.  Mais recentemente temos  O livro“A crucificação de Jesus – as conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal”  do médico legista americano dr. Frederick Zugibe, um dos mais conceituados peritos criminais em todo o mundo e professor da Universidade de Columbia, dissecando sobre a morte de Jesus. Em ambos os livros os sofrimentos do Messias foram fortemente calculados sob a tutela da ciência e através de experimentos próprios, daí resultou-se a confiabilidade de que a coroa de espinhos que foi pousada sobre a cabeça do Cristo por exemplo, atingiu o nervo trigêmeo, na parte frontal do crânio, e do grande ramo occipital, na parte de trás. As dores do trigêmeo são descritas pela medicina como as mais difíceis de suportar e há casos nos quais nem a morfina consegue amenizá-las. Quando lhe amarraram nos ombros a parte horizontal de sua cruz (cerca de 22 quilos- somente a parte horizontal), levando em conta que somente quando uniram as traves da cruz comissa é que pregam Jesus a cruz propriamente dita. Vejamos o que diz Francisco Varo com relação a descoberta de um crucificado:
  " No que se refere ao modo o qual se poderia ter crucificado Jesus, são de indubitável interesse os descobrimentos realizados na necrópole de Givat ha-Mivtar, nas redondezas de Jerusalém. Ali se encontrou a sepultura de um homem crucificado na primeira metade do século I d.C., isto é, contemporâneo de Jesus. A inscrição sepulcral permite conhecer o seu nome: João filho de Haggol. Mediria 1,70 de estatura e teria uns vinte e cinco anos quando morreu. Não há duvidas de que se trata de um crucificado, já que os coveiros não puderam desprender o cravo que prendia seus pés, o que obrigou a sepultá-lo com o cravo, que por sua vez conservava parte da madeira. Isto permitiu saber que a cruz que pertencia a esse jovem era de uma madeira proveniente da oliveira. Parece que tinha uma ligeira saliência de madeira entre as pernas que poderia servir para apoiar-se um pouco, utilizando-lhe como assento, de modo que o réu pudesse recuperar um pouco as forças e se prolongasse à agonia evitando com esse procedimento, uma morte imediata por asfixia que se produziria se todo o peso ficasse suportado pelos braços, sem nada em que se apoiar. As pernas estariam ligeiramente abertas e flexionadas. Os restos encontrados na sua sepultura mostram que os ossos das mãos não estavam atravessados nem quebrados. Por isso, o mais provável é que os braços desse homem foram simplesmente atados com força a travessa da cruz (diferentemente de Jesus que foi cravado). Os pés ao contrario foram atravessados por cravos. Um deles seguia conservando fixado um cravo grande e comprido. Pela posição em que estavam poderia pensar-se que o mesmo cravo tivesse atravessado os dois pés da seguinte forma: as pernas estariam um pouco abertas e o poste ficaria entre ambas. A parte esquerda do tornozelo direito e a parte direita do esquerdo estariam apoiados nos lados do poste transversal, assim, o cravo comprido atravessaria primeiro um pé, de tornozelo a tornozelo, depois o poste de madeira e depois o outro pé. O suplício era tal que Cicerón qualificava a crucifixão como "o maior suplício". "o mais cruel e terrível suplício", "o pior e o ultimo dos suplícios, o que se inflige aos escravos" (In Verrem II, lib. V, 60-61).






Para nós que desejamos seguir os passos do Mestre não precisamos nos prender ao trágico momento da crucificação, mas sim voltarmos nossos olhos para a grandiosidade de seus ensinos, descidos da cruz. O Cordeiro de Deus não se acha imolado ao madeiro, pois se encontra diante de todos nós numa inspiração sem a necessidade dos ritos, do comer ou não comer carne na "Semana Santa", pois havemos de entender que todas as semanas são santas, como é santa toda alimentação que nutra o corpo, mas principalmente aquela que nutra a alma e nos embale a não ficarmos tristes pela "Paixão de Cristo", mas sim ficarmos imensamente felizes pelo amor de Cristo a todos nós os seus discípulos que esperamos um novo tempo sobre o Orbe Terrestre. Sem remorso ou sofrimento, rogamos  a todos um feriado de reflexão e proximidade aos ensinos consoladores do Meigo Raboni Galileu.

"Algumas coisas são explicadas pela ciência, outras pela fé. A páscoa ou pessach é mais do que uma data, é mais do que ciência, é mais que fé, páscoa é amor."( Albert Einsten)



Jefferson Leite



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