sexta-feira, fevereiro 17, 2017

Vida conjugal e valorização de si mesmo





Em muitos casos, o que era para ser a efetivação de um lar repleto de felicidade se converte numa fogueira escaldante repleta de lavas para os dois lados. Já se sabe desde o início das eras que viver sob o mesmo teto não é tarefa fácil, seja esse teto recoberto de gesso, telhado de zinco, telhas de barro, ou mesmo a parte superior de uma caverna. Os desafios são os mesmo só se muda o endereço e o "modus vivendi"!
As lutas diuturnas de conviver com persona diferente de si em muitos casos representa o crescimento emocional, de vez que o indivíduo desenvolve  a paciência, exercita a compreensão, mas em muitos casos acaba por anular-se para "viver bem" tolerando as intempéries do cônjuge sob a alegação de felicidade. Ocorre que essa anulação em várias situações vem carregada de completa e complexa desvalorização de si mesmo, o que pode resultar na infelicidade dos dois (o que é bem pior).
E qual seria a saída?
O benfeitor Emmanuel a este respeito lecionou pelas mãos vanguardeiras de Chico Xavier: 

                     "Quanto te seja possível, suporta a esposa incompreensiva e exigente, ainda mesmo                              quando surja aos teus olhos por empecilho à felicidade.
                      Quanto estiver ao teu alcance, tolera o companheiro áspero ou indiferente, ainda mesmo                       quando compareça ao teu lado, por adversário de tuas melhores esperanças.
                    Quanto puderes, não abandones o filho impermeável aos teus bons exemplos e aos teus                        sadios conselhos, ainda mesmo quando se te afigure acabado modelo de ingratidão."                             (Mensagem Quanto puderes-Emmanuel/Francisco Cândido Xavier. Em: Coragem).



Mas até onde se pode? Até quanto é possível?
Logicamente ninguém almeja contrair mais débitos que os que já possui na presente oportunidade reencarnatória, daí pois vivemos todos esperançosos na felicidade e perseguindo-a na forma mais justa possível. Por isso há de se fazer uma análise criteriosa no que diz respeito a vida conjugal quando em demasiado desgaste, produz desrespeito, agressividade moral, verbal ou física.
Aqueles que se acham envoltos em relacionamentos complexos em cuja convivência só acarreta sofrimento e incômodo haverão de fazer essa análise pessoal e intransferível até quando é válido arrastar um relacionamento repleto de azedume que amplia a infelicidade e por conseguinte gradualmente converte valiosas oportunidades de reajustamento em tramas cármicas do futuro.
Invariavelmente se vê casais que possuíam tudo para se completarem, todavia pela infelicidade de um ou dos dois se convertem em inimigos sob o mesmo teto. Nestes casos o que fazer?
E quando existem filhos menores nestas tramas? A responsabilidade de genitores excede a vida meramente conjugal por se tratar de compromisso espiritual assumido perante a Consciência Divina em educar e propiciar os caminhos mais seguros para o progresso do espírito que recebemos no lar e que simplesmente chamamos filho(a). Naturalmente a primeira precaução que se deve ter é de não tornar a criança moeda de troca nos conflitos entre seus pais. A tão chamada alienação parental é uma maneira mais requintada de chantagear ou de se vingar utilizando o menor para este fim. Vale sempre lembrar que existem ex esposas e esposos, mas nunca ex filhos!


Se o casal adquirir a maturidade emocional para se respeitar mesmo que os laços matrimoniais estejam desfeitos de direito, mas nem sempre de fato (muito comum em nossa sociedade atual) vale a pena evitar de passar para os filhos essa situação.  O respeito ao outro deve também ser carreado do respeito a si próprio fugindo a promiscuidade sob o pretexto de "viver a vida", "recomeçar nova história" ou popularmente, "a fila anda".
Não se deve permitir para "salvar" um casamento se anular, se martirizar emocionalmente sofrendo com palavras insistentes continuadas que ferem e provocam feridas difíceis de fechar, pois em verdade só se está "varrendo a poeira para debaixo do tapete". O término de uma relação deve ser encarado se não houver maneiras de evitar este término, como algo necessário ao reajuste de ambos e manutenção do respeito para que os dois cresçam e não se arrastem pelas vielas do desequilíbrio psico sócio espiritual. Recordemos a mensagem de Emmanuel "quanto puderes", mas se ao final desta análise criteriosa perceber-se impossibilitado, conserva a tranquilidade e o respeito evitando o escárnio, o escândalo e as agressões de qualquer monta ou natureza. Cultiva a paz nas hora mais difíceis e verás que  a atitude que tomardes, será sempre a menos pior, muito embora nem sempre lhe pareça a mais acertada.

Jefferson Leite

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